Aviso de gatilho: hábitos de
transtorno alimentar.
Gojo sempre amanhecia com o corpo um pouco dolorido, fosse por uma ressaca, mau jeito na hora de dormir, ou até quando dividia a cama com alguém depois de uma noite agitada.
Porém, dessa vez, sua cabeça parecia pesar tanto quanto o restante. Os olhos estavam fundos e as olheiras um pouco mais arroxeadas que o comum, sinal de que tivera uma péssima noite de sono. Mesmo que tivesse voltado, consideravelmente, cedo do prédio do seu dormitório, mal pregou os olhos por longas horas.
Em determinado momento, de madrugada, ouviu Geto entrando pelos fundos. Até pensou em sair e dizer todos os inúmeros pedidos de desculpas que passavam pela sua cabeça, mas, assim que o moreno fechou a porta do próprio quarto e o silêncio tomou conta da casa, ele se deitou mais uma vez.
Olhou no relógio da cabeceira, já passava das oito, precisava levantar de qualquer forma. Algumas vozes já eram presentes no andar de baixo, junto com o barulho de liquidificador e Naoya cantando alguma música qualquer. Satoru se levantou, espreguiçando com um pouco de desconforto e seguindo para o banheiro do próprio quarto.
Percebeu a única carreira, da noite anterior, em cima da escrivaninha. Até poderia... Mas sentiu o estômago se embrulhar naquele momento. Aproximando-se, abriu um dos zip locks que tinha nas gavetas e empurrou todo o pó com a ajuda de uma régua que achou, jogando o saquinho em qualquer canto.
Com o rosto lavado e alguns minutos se encarando no espelho, ele suspirou e saiu, vestindo o primeiro uniforme que achou amassado na cadeira e deixando a gravata jogada por cima do ombro. Como o dia continuaria normalmente, precisaria ser o Satoru Gojo que todos estavam acostumados a ver, afinal, ninguém nunca notava que Satoru estava, minimamente, mal.
Com exceção dele.
Assim que desceu o último degrau, Geto o olhou pelo canto do olho, voltando a atenção para a cafeteira. Todos os membros da Slaughter já estavam ali embaixo, alguns nas mesas externas, alguns na bancada e outros já saindo para suas respectivas aulas.
Quando todos notaram a presença de Gojo, um breve silêncio se estabeleceu, mas logo foi quebrado por Naoya, que cumprimentou o platinado com o toque de mãos específico entre eles.
— Desanimado demais, Gojo. – o loiro deu um leve tapa nas costas do maior, com um sorriso animado no rosto. — Não deu nem um raio hoje ainda?
— Hoje não... – o platinado forçou a risada de sempre. — Ainda.
Naoya riu em concordância e logo subiu as escadas, deixando um leve desconforto entre o resto da casa. O Zenin não tinha presenciado a cena da noite anterior, logo, sequer tinha percebido qualquer clima estranho, afinal, Naoya nunca parecia estar em um dia ruim.
Aos poucos, o restante da casa foi se dispersando. Uns já saíram para seus respectivos prédios e outros, percebendo a situação, optaram por deixar o presidente e o vice sozinhos.
Satoru se sentou em uma das cadeiras altas do balcão, tomando duas aspirinas que achou depois de revirar a caixinha de remédios que vivia ali, já era comum que os meninos sempre as tomassem de manhã. Geto continuava de costas para ele, tomando o café assim mesmo.
— Tem lugar aqui ainda. – Gojo disse baixo, sorrindo fraco, mesmo que não tivesse a mínima vontade de sorrir realmente.
Geto demorou alguns segundos antes de se virar, olhando-o por cima do ombro. O moreno não sentia raiva, muito menos guardava qualquer rancor de Satoru, não seria capaz disso nunca.
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𝐍𝐄𝐄𝐃 𝐓𝐎 𝐊𝐍𝐎𝐖, satosugu + reader
Fanfiction⫘⫘⫘ 𝐍𝐄𝐄𝐃 𝐓𝐎 𝐊𝐍𝐎𝐖 ❝ 𝐈 𝐡𝐞𝐚𝐫𝐝 𝐟𝐫𝐨𝐦 𝐚 𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐚 𝐟𝐫𝐢𝐞𝐧𝐝 𝐭𝐡𝐚𝐭 𝐓𝐡𝐚𝐭 𝐝𝐢𝐜𝐤 𝐰𝐚𝐬 𝐚 𝐭𝐞𝐧 𝐨𝐮𝐭 𝐨𝐟 𝐭𝐞𝐧 ❞ ━━━━━━━━━━━━━━━━━━━ onde, com o começo da faculdade, você se vê 𝘤𝘶𝘳𝘪𝘰𝘴𝘢 sob...