# 𝐞𝐥𝐞𝐯𝐞𝐧

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Seus saltos batiam devagar pelo mármore da casa de Satoru.

Ainda estava completamente bagunçada e suja pela noite anterior e você procurava o seu vape em algum canto, não fazia ideia de onde tinha esquecido. Quando chegou, sem nem avisar, estranhou o fato de estar vazia e com todas as luzes apagadas, era até estranho ver uma casa daquele tamanho em completo silêncio.

Não se importou de achar o interruptor, já que a casa era inteira fechada por vidros e a luz noturna clareava o que você precisava. Com passos rápidos, subiu as escadas e entrou no quarto de Satoru, estava bagunçado do mesmo jeito que se lembrava na noite anterior, apenas com uma mala aberta e revirada em cima da cama. Chutou algumas roupas e lençóis no chão até achar seu vape quase embaixo da cama.

Pela janela, viu uma pequena iluminação de farol e o barulho do veículo estacionando. Encostando a porta do quarto, desceu rápido os degraus e parou quase ao pé da escada quando viu as luzes da cozinha se acendendo.

— Caralho, garota! – Satoru levou as mãos até o peito, fechando os olhos. — Você parece uma assombração. Tá fazendo o que aqui?

— O pálido aqui é você. – suspirou, andando até ele. — Você comeu alguma coisa? Sua cara tá péssima.

Comi.

— Engraçadinho. – seus olhos se reviraram e você mostrou o vape nas suas mãos. — Só vim buscar isso.

— Achei que já estivesse com saudades. – o platinado se apoiou no balcão com um dos braços, revirando uma das gavetas da cozinha. — Eu não ia te julgar se estivesse, eu também ficaria.

— Nem estragado assim você para com graça, não é, Satoru? – você riu baixo, tentando enxergar o que ela procurava. — Tá querendo o quê?

— Tem um canudo?

— Sério isso, cara? – você fechou os olhos, deixando sua bolsa na mesa e rindo desacreditada. — Não, não tenho. E se tivesse, não te emprestaria um agora.

Gojo parou de revirar os talheres, continuando de costas para você, até se virar devagar.

— Está realmente se preocupando comigo ou só é mimada e orgulhosa demais pra fazer qualquer coisa que eu pedir? – sua sobrancelha arqueou junto com a testa franzindo, você o encarou de cima a baixo, incrédula. — Na real, foi mal, eu só...

— Não ligo, Satoru. – você o interrompeu. — Não é como se você não fosse ainda mais mimado e orgulhoso do que eu.

— Você tem um ponto... – ele sorriu sem graça, você percebeu que ele estava tão exausto ao ponto de não conseguir nem manter o sorriso sarcástico no rosto.

Isso era estranho até demais.

— Você... precisa de alguma coisa?

Nem você mesma sabia o que aquilo te causava, era um tanto incômodo. Não sabia se era pela falta de costume de vê-lo assim ou até pela curiosidade de saber o que, talvez, pudesse ter acontecido.

— Não, baby. – ele disse simples e tirou os chinelos na cozinha mesmo, andando até a sala. — Cuidado ao voltar pra casa.

Satoru saiu da sua visão, você ouviu o barulho de algumas coisas sendo chutadas na sala enquanto ele abria caminho até o sofá. Você deu de ombros e colocou a bolsa no antebraço, dando alguns passos até a porta da cozinha.

Antes que passasse por ela, você parou. Não conseguia sair dali vendo o estado que tudo se encontrava. Devagar, abriu algumas portas e gavetas dos armários e achou um rolo de sacos plásticos, destacando um deles. Deixando a bolsa na mesa mais uma vez, andou até onde Satoru estava e o viu deitado desleixadamente em um dos sofás, com o antebraço cobrindo o rosto.

𝐍𝐄𝐄𝐃 𝐓𝐎 𝐊𝐍𝐎𝐖, satosugu + readerOnde histórias criam vida. Descubra agora