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Fico contente quando Christopher finalmente vai embora, porque eu e Anahí podemos conversar melhor sobre a festa. Preciso de mais detalhes para acalmar meus nervos, e a presença dele não ajuda em nada nesse sentido.
— Onde é essa festa? Dá pra ir a pé? — pergunto, tentando parecer tranquila enquanto arrumo minhas botas na prateleira.
— É em uma das maiores fraternidades daqui. — Ela abre bem a boca enquanto passa ainda mais rímel nos cílios. — Fica fora do campus, então não dá para ir a pé, mas Eddy vem buscar a gente. — Fico mais tranquila por não ser Christopher, apesar de saber que ele vai estar lá.
A ideia de andar no carro dele me parece intragável. Por que é tão grosso? No mínimo, deveria demonstrar algum respeito por mim por não julgá-lo pela maneira como destruiu seu corpo com todos aqueles buracos e tatuagens. Certo, talvez eu o esteja julgando um pouquinho, mas não na cara dele.
Pelo menos sei relevar nossas diferenças. Na minha casa, tatuagens e piercings não são normais. Sempre precisei andar muito bem penteada, com as sobrancelhas arrumadas e roupas limpas e bem passadas. É assim que as coisas são.
— Você me ouviu? — pergunta Anahí, interrompendo meus pensamentos.
— Desculpe... O que disse? — Eu nem tinha percebido que estava distraída pensando no grosseirão.
— Eu disse pra gente se arrumar... você pode me ajudar a escolher minha roupa. — Os vestidos que ela mostra são tão absurdos que olho ao redor em busca de uma câmera escondida ou de alguém que vá dizer que é uma pegadinha.
Faço caretas e mais caretas, e ela dá risada, achando graça da minha reação.
O vestido — não, o pedacinho de pano — que ela escolhe é preto arrastão, deixando o sutiã vermelho totalmente exposto. A única coisa que impede que seu corpo todo fique à mostra é um forro de tecido preto por baixo que esconde algumas partes. O vestido mal cobre suas coxas, e ela ainda fica puxando para cima a fim de mostrar mais as pernas, ou então para baixo, aumentando o decote. Os saltos dos sapatos têm no mínimo uns dez centímetros. Seus cabelos castanhos estão presos em um coque meio solto, deixando algumas mechas caírem sobre os ombros, e nos olhos ela aplica um pouco mais de delineador azul e preto, deixando-os ainda mais produzidos do que antes.
— Doeu para fazer essas tatuagens? — pergunto enquanto pego meu vestido cor de vinho favorito.
— A primeira até doeu, mas não tanto quanto você imagina. É mais ou menos como uma abelha picando um monte de vezes seguidas — Anahí conta, dando de ombros.
— Não parece nada bom — respondo, e ela dá risada.
Nesse momento me dou conta de que para Anahí a esquisitona sou eu. Mas o fato de sermos tão diferentes é estranhamente reconfortante. Ela fica boquiaberta ao ver meu vestido.
— Sério que é isso que você vai usar?
Passo as mãos pelo tecido. É meu vestido mais bonito, meu favorito, um dos poucos que tenho, aliás.
— O que tem de errado? — pergunto, tentando não mostrar que fiquei ofendida.
O tecido é macio, mas bem resistente, do tipo que se usa para fazer terninhos. O decote é fechado até o pescoço, e as mangas são três quartos, indo até um pouco abaixo dos cotovelos.
— Nada, é que ele é tão... longo!
— Mal passa dos joelhos. — Não sei se ela é capaz de perceber que estou chateada, mas por alguma razão prefiro continuar tentando esconder isso.
— É bonito, só acho um pouco formal demais pra uma festa. E se você usar um dos meus? — ela oferece com toda a sinceridade. Não consigo nem me imaginar dentro de um daqueles vestidinhos minúsculos.
— Obrigada, Anahí, mas estou bem assim — respondo, ligando na tomada meu babyliss.
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After Love (Vondy)
FanfictionDulce, de 18 anos, sai de casa, onde mora com a mãe, para ir para a faculdade. Até então sua vida se resumia a estudar e ir ao cinema com o namorado doce que conheceu ainda criança. No primeiro dia na faculdade, onde ela passa a dividir um quarto...