CAPÍTULO IV - ME ESCUTE AGORA

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Continuação...

Voltei à cafeteria e só de olhar o ambiente vazio e silencioso, eu me senti solitária. Aquele era sem dúvidas o pior horário para se trabalhar. Então, sem ter muito o que fazer, eu fui até o aparelho de som próximo a porta e coloquei uma das músicas que ensaiei nas aulas com Kurenai.

Where do you go with your broken heart in tow

What do you do with the left over you

And how do you know, when to let go

Where does the good go, where does the good go

Look me in the eye and tell me you don't find me attractive

Look me in the heart and tell me you won't go

Look me in the eye and promise no love's like our love

Look me in my heart and un break broken, it won't happen

It's love that leaves and breaks the seal of always thinking you'd be

Real, happy and healthy, strong and calm, where does the good go

Where does the good go...

Deixei a música tocar, enquanto cantarolava com calma ao arrumar as mesas. Depois de alguns minutos, limpei todo o ambiente e comecei a fechar.

Eram quase dez horas, quando o pequeno sino preso a porta da cafeteria causou um leve alarde. Eu bufei exausta, enquanto trancava a porta do banheiro e pedi num grito quase apático para que a pessoa aguardasse um minuto. Nesse momento, meu celular tocou e eu o puxei do bolso vendo o nome do loiro brilhar na tela do aparelho.

_ Oi, idiota! - Falei ao trancar a última porta.

_ Já está em casa? - Perguntou.

_ Não, estou trancando o banheiro e irei atender mais um cliente... - Respondi sem ânimo.

_ Tudo bem, eu irei te buscar. - Informou.

_ Olha, eu não vou impedir, estou exausta. - Falei voltando para a recepção.

_ Tá, chego em vinte minutos. - Falou desligando.

_ Me desculpa por fazer você espe... - Meus olhos subiram de encontro aos de Itachi e eu perdi a voz no mesmo segundo.

_ Droga. - Ouvi ele praguejando baixo e o meu rosto de repente tornou-se pálido.

"Não era pra ser assim. Eu não estava preparada. Não queria estar."

_ Sem açúcar, idiota... - A voz de tom firme, quase beirando a arrogância me fez gelar instantaneamente.

Olhei para a primeira mesa frente ao balcão e ele estava lá. De costas, Sasuke ressaltava o contorno largo de suas costas. Agora mais velho, ele tinha o cabelo mais curto, músculos definidos e um tom de voz embargado pelo que seria um longo e excessivo consumo de nicotina. Todavia, era impossível para alguém que já o conheceu tão bem como eu, não reparar que ele continuava o mesmo garotinho tímido e amável por quem eu me apaixonei anos atrás.

Por um instante, tudo e todos tornaram-se invisíveis, e eu só conseguia focar no alto barulho do meu coração, enquanto sentia a minha respiração se descompassar. Extasiada com toda a situação, escorei o meu corpo firmemente na porta, tentando me manter em pé. Ao ver o meu estado, Itachi se aproximou para me ajudar, mas eu me afastei em um salto.

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