Koutarou passou o resto da semana motivado em sua pesquisa. Seu trabalho como professor temporário havia terminado e ele estava à espera de outras escolas interessadas em seu currículo, o que o deixava com muito tempo livre.
Estava afundado em livros, filmes, séries, vídeos do youtube e thread de twitter. Qualquer coisa que lhe dessem informações sobre gravidez.
Mesmo com Keiji lhe dizendo para não criar muitas expectativas, ele não conseguia se convencer do contrário, zombando de sua incredulidade.
"Por favor, Kaashi, eu tenho confiança no meu nó.''
"Eu só não quero te ver decepcionado,'' Keiji o respondeu, "melhor criar porcos do que expectativas, pelo menos teremos bacon no final.''
Koutarou não se deixou abalar. E não só porque estava mais do que disposto a tentar de novo caso não tivesse o resultado inesperado.
Durante as primeiras semanas morando juntos, ele passou o tempo se dedicando a qualquer mínima mudança em Keiji. Procurando nele desconfortos musculares, ou alterações de humor e em seu apetite (uma vez, ele pegou Keiji colocando sal na melancia e achou que tinha desbloqueado seus desejos estranhos. Acabou que aquilo era o normal do Ômega e ele sempre colocava sal em suas frutas). Até que um dia, não aguentando mais a ansiedade, ele acordou o Ômega às cinco da manhã.
"Bokuto-san, o que...?''
"Você não mijou ainda, né? Tá com a bexiga cheia? Com vontade de fazer xixi?''
"E com vontade de te bater também,'' resmungou o Ômega, puxando o lençol para esconder o rosto. Koutarou os puxou de volta, pegando seu braço para o manter sentado.
"Não temos tempo pra isso. Aqui.'' Ele o entregou um teste de farmácia lacrado. "Eu li que o xixi matinal é cheio de hormônios, o mais certeiro na hora do teste.''
Keiji fez birra, não gostando nadinha de ter sido acordado, mas foi ao banheiro mesmo assim.
Koutaoru ficou parado do lado de fora da porta, andando de um lado para o outro, a ponta do dedão quase sangrando de tanto ser maltratada por seus dentes.
Depois do que pareceu séculos (dez minutos, ele contou), Keiji abriu a porta com lágrimas nos olhos e o teste indicando os dois palitos vermelhos nas mãos.
Os dois se abraçaram.
Koutarou permaneceu com o sorriso no rosto pelo resto do dia.
◇◆◇
Depois da confirmação de que ele teria um novo bebê, Keiji achou que era um bom momento para eles se mudarem para um lugar maior. Tanto seu apartamento quanto o de seus Alfas possuíam apenas dois quartos e Keitarou estava se tornando uma criança energética demais para limitar a poucos metros quadrados.
Usando suas economias, Keiji comprou uma casa no mesmo bairro que Hajime e Tooru moravam. Koutarou e Tetsurou ficaram surpresos com o tamanho do patrimônio do Ômega.
"Se eu soubesse, teria parado de tentar arrumar um emprego e me tornado seu sugar baby,'' disse Koutarou.
Ele largou o emprego no restaurante e começou a dar aulas de piano para crianças em casa. Dedicando grande parte do seu tempo para cuidar do filho e de Chiharu, quando seus pais estavam ocupados com o trabalho.
A vida doméstica nunca foi seu forte, todavia, havia entrado em seu sexto mês e agora ele estava totalmente habituado com sua nova rotina.
Keiji nunca se imaginou amando as pequenas coisas da vida. Como acordar pela manhã, preparar o café da manhã para o filho e seus Alfas enquanto os ouvia contar sobre seus planos para o dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hope
Fiksi PenggemarKeiji sempre viveu em um lar conturbado. Depois da morte prematura de seu pai, sua mãe afogava sua solidão em encontros de uma única noite. Até o dia em que se casou novamente, com um homem que sempre humilhava Keiji por ser um Ômega. Sempre o compa...