Esperança

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Esperança...

Sim, tinha esperança dessa vez, pela primeira vez depois de tanto tempo ela queria falar com ele. Nem sabia como tinha ido parar ali tão rápido, recebeu o telefonema de Hinata e no instante seguinte já estava em meio ao trânsito a caminho da clínica.

Ela estava no jardim, Deus...como estava linda, sentada em sua cadeira tinha finos raios de sol iluminando sua face, ela olhava para o ventre quase plano, um olhar atento perceberia que havia uma criança ali dentro.

Se aproximou meio reticente.

—Sakura...

Ele disse

Ela levantou o olhar e o encarou.

—Olá Sasuke.

—Recebi a ligação de Hinata, está tudo bem?

—Sim, está.

Ela não parecia muito confortável.

—Como está Daisuke?

—Bem, Ino e eu compartilhamos a guarda dele, ela se mudou, agora comanda as empresas da família. Daisuke passa uma semana comigo e outra com ela, isso até ele crescer um pouco daí vemos o que vamos fazer.

—Entendo...

—Ele sente sua falta.

Ela desviou o olhar para uma vista distante.

—Você está bem Sakura?

—Eu queria estar.... respondeu com a voz baixa quase sussurrando.

Em um impulso Sasuke se ajoelhou sem desviar os orbes dela.

—Todos estão sentindo sua falta sabia? Tsunade praticamente desistiu do concurso, ninguém mais dança, sorri, estão todos melancólicos.

Ela continuava com o olhar distante.

—Eu não sei se tem relação mas, parece que seu acidente afetou a todos de alguma forma, você traz uma luz que não sabemos da onde vem mas quando nos damos conta, já iluminou a todos. Quando você se apagou, acabou apagando a todos.

A rosada fechou os olhos.

Uma fina brisa passou pelo ar, mas ele pode sentir, o aroma de cerejas ainda estava nela.

—Eu não sei o que você faz, mas não pare Sakura, não pare de trazer o melhor que existe dentro dos outros, não pare de curar as pessoas.

— E quem vai me curar Sasuke?

Ela o interrompeu.

—Eu estou grávida e em uma cadeira de rodas!

Ela abriu os olhos e finalmente olhou para ele.

Sentia as primeiras lágrimas escorrerem por sua face.

—Eu.... ele disse calmamente, segurou sua mão e ainda ajoelhado diante dela continuou –Eu posso tentar, e senão eu, essa criança que você espera, ou ambos, mas por favor, não me afaste mais de você.

—Sasuke, você não entende? Eu estou presa em uma cadeira de rodas e grávida de um filho que não é seu!

—E qual é o problema? A única que não aceita isso é você!

—Eu não posso te prender a mim desse jeito. Eu me sinto pior do que já estou fazendo isso.

Ela o encarava com a lágrimas rolando soltas pelo seu rosto.

Ele levou sua mão até a face alva da cerejeira e limpou como pode.

—Hoje eu entendo por que não fui capaz de ir atrás de você em Nova York. Eu tinha de me preparar...preparar minha vida para estar com você. Tinha de ter o meu filho e dar segurança a ele e a Ino, tinha de trabalhar muito e finalmente estar preparado para estar com você, tinha de amadurecer, me tornar um homem, o homem que em momento algum te esqueceu. Se você pode amar o Daisuke, por que eu não poderia amar essa criança que você espera? Eu a amarei porque ela é sua, filho da mulher que eu amo!

A Última DançaOnde histórias criam vida. Descubra agora