Impotencia

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Quando seus lábios se tocaram levemente, o ruivo segurou o rosto da loira. Quando ela pensou que finalmente ele a beijaria, que ambos se entregariam àquele sentimento, Gaara se afastou.

–Me desculpe Ino, eu não posso...

Disse sussurrando.

–É por causa dela, não é?

A loira retirou a mão do Sabaku com força de seu rosto.

–Sim, é por causa da Sakura. Ela não merece isso.

–E eu mereço? Passei anos pensando em você...esperando você! Você não imagina por tudo que eu passei, tudo que abri mão!!

–Você colheu o que plantou.

Os olhos azuis começaram a marejar, mas antes que fosse percebida a loira se virou, pegou sua bolsa sobre o sofá e saiu batendo a porta em seguida.

O ruivo agora só, respirou fundo.

Havia sido duro com ela, mesmo ela falando de seus sentimentos, ele fora duro.

Não queria admitir para si mesmo, mas ainda guardava algum ressentimento da traição da Yamanaka.

Quando ele lhe entregou seu coração, ela o traiu e teve um filho.

Mesmo com o passar do tempo aquilo ainda o incomodava.

Mas o que o incomodava mais ainda era aquela sensação que sentia quando a loira estava por perto. Podia não demonstrar mas jamais conseguiria negar para si mesmo.

Olhou para o relógio em seu pulso, estava absurdamente atrasado. Pegou as chaves novamente e abriu a porta.

Sakura devia estar absurdamente zangada. E a rosada zangada já era ruim apenas de se imaginar.



Não podia dizer que se sentia à vontade no carro do Uchiha, e o fato de ele mesmo parecer completamente tranquilo e relaxado a fazia se sentir ainda mais desconfortável.

–O que aconteceu com o outro carro?

–Ainda se lembra dele?

Ele a encarou por um instante desviando o olhar do trânsito, mas logo retornando.

–Claro...como não me lembraria.

–Está em casa. Eu não o uso mais com tanta frequência.

–Então a fênix parou de voar naquelas corridas absurdas.

Sasuke deixou escapar um leve sorriso.

–Sim. Há algum tempo. Não fazia mais sentido.

–Nunca entendi por que você corria. Você sempre teve tudo, pra que se arriscar daquele jeito?!

–Eu queria me sentir vivo, desafiado, sentir a adrenalina.

–E por que perdeu o sentido?

–Porque nada mais daquilo me fazia ter aquelas sensações, não depois de danç... ele se interrompeu. –Eu tinha um filho a caminho. Era hora de amadurecer.

Sasuke mantinha os olhos presos na rua. Já não tinha mais aquele ar relaxado.

–Entendo.

Sakura baixou os olhos, olhando agora para as próprias mãos.

–E como ele é?

–Ele quem?

–Seu filho.

A Última DançaOnde histórias criam vida. Descubra agora