A Última Dança

Como uma fênix

Não imaginou que chegaria tão tarde depois do ensaio com Hinata, a verdade é que quando estava dançando mal via o tempo passar.

—Papai?!

O loiro mais jovem estava sentado na enorme sala de estar, sozinho.

—Naruto! O mais velho se assustou. –O que faz sentado no escuro uma hora dessa?

—Não conseguia dormir, notei que você ainda não havia chegado e resolvi esperar, está tudo bem?

O Uzumaki acendeu um abajur na mesinha que ficava na lateral do sofá de couro, se levantou e observou o pai.

Parecia meio desgrenhado, as roupas amarrotadas e com marcas de suor.

—Sim filho, está tudo ótimo. E sua mãe?

—No quarto, dormindo.

—Bom, então é melhor eu não fazer barulho, você sabe como sua mãe fica rabugenta quando é acordada.

Pensou em lhe questionar onde esteve, mas assim que o mais velho passou por ele pode sentir um perfume levemente adocicado.

E Naruto podia jurar que havia sentido aquele aroma antes.

—Não fique acordado a noite toda, amanhã madrugamos para ir a empresa.

Naquele momento o loiro percebeu que não importava o que o pai lhe respondesse, seria mentira.

—Sim, eu já estou indo.

Será? Seu pai estava mesmo traindo sua mãe? Logo ele que sempre se mostrou tão apaixonado e dedicado a família?!

Após observar o mais velho subir as escadas apagou a luz do abajur em meio a penumbra e se encaminhou para as escadas indo para seu quarto.

Não importa o que estava acontecendo, descobriria o que o pai andava aprontando, e mais ainda, com quem!

-Vai sair com a Shion hoje?

Estavam ambos tomando café da manhã na pequena mesa da cozinha, a morena estava aérea.

—Tenten?

—Oi?

Neji sorriu.

—Onde você está?

—Ah, desculpe Neji, é que são muitas coisas pra resolver.

—Você parece diferente hoje, está mais sorridente...espero que seja pelo nosso casamento!

—Claro que é, pelo que mais seria?!

Tentando conter o sorriso maroto, a morena deixou a xicara sobre o pires e encarou o noivo.

—Não sei, mas fico feliz que esteja se adaptando a vida de uma Hyuuga.

O sorriso de Tenten morreu.

Algo dentro dela gritava que nunca seria uma Hyuuga.

Sakura tinha razão, era impetuosa demais, livre demais para se adaptar aos costumes rígidos de uma família tradicional.

Sabia que se fosse a esposa com a qual Neji sonhava nunca mais seria feliz.

O Hyuuga se levantou após limpar os cantos da boca com o guardanapo e quando estava prestes a sair do recinto sua mão foi segurada.

—Não vai me dar um beijo de despedida?

Ele sorriu e se inclinou para selar seus lábios nos da Mitsashi.