Dia 10

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Já havia amanhecido em Auckland. O sol queimava as calçadas da cidade, mas trazia junto de si um vento agradável. Nem parece que iria chover pela noite. Realmente, muito estranho.

Entretanto, na casa de Rosé.

— PAI! AJUDA!

Luan, que estava lá embaixo, largou seu café e foi correndo ao encontro da filha. Ele ia tropeçando pelo corredor. O rapaz passou escorregando pela porta do quarto de Rosé, mas por sorte, conseguiu se manter de pé.

— Que foi?! — Ele se apoiou no batente da porta, ofegante. — Quem morreu? Quem invadiu a casa?!

— Acha que a branca é cairia melhor ou a pret? — A menina mostrou duas calças jeans. — Preta, né?

Luan torceu o nariz. Ele havia perdido um belo café. O rapaz endireitou sua coluna e contou até cinco mentalmente.

— Rosé... — Ele passou os dedos por debaixo do óculos, massageando o vale entre seus olhos. — Use preto, minha filha. Fica muito bem em você.

— Obrigada, pai.

— Era só isso?

— Só. — Rosé se virou para o espelho.

— Não acha que é muito cedo para se arrumar? Sei que quer impressionar a garota, mas também não é para tanto. — Riu anasalado. — Enfim, quer ajuda?

— Pai, eu amo o senhor, mas seu estilo é meio, hm, como posso dizer? Brega? Sem falar que as combinações de roupa do senhor são horríveis.

— Desculpa aí, super modelo que sabe tudo do mundo da moda. — Ele foi até a cama de Rosé, se jogando ali. — Seu pai sabe muito bem cuidar de uma adolescente que não se arruma direito.

— Mas eu me arrumo direito.

— Rosé, você praticamente passava metade do dia de pijama e metade de uniforme. — O rapaz se sentou na cama, cruzando as pernas. — Não saía nem de casa. Acho que os morcegos já até se acostumaram com você por aqui e estão te confundindo com o Batman.

— Tá, eu sei disso. — Ela se virou para o pai. — Mas eu acho que seria melhor eu chamar a Billie.

— Não quer ter um momento pai e filha comigo? — A expressão do rapaz foi se esmurecendo. — Poxa, faz tempo que não nos divertimos juntos, já que você não sai desse quarto.

Rosé suspirou. Ela assentiu com a cabeça. Por mais que não gostasse das combinações de roupa de seu pai, a garota ainda sentia falta de tê-lo por perto para fazer alguma atividade.

Já na residência dos Estrabao. Camila estava fazendo o café da manhã quando Lauren entrou na cozinha e se sentou. A garota deu deu um fraco bom dia para amiga, que respondeu na mesma animação. Lauren se sentou na cadeira em frente ao balcão e apoiou sua cabeça sobre a madeira gelada do mesmo. As roupas de Camila estavam a incomodando. Como alguém poderia gostar tanto de rosa?

— Como foi sua noite, Lauren? — Camila entregou uma xícara de chá para ela.

— Boa. — Ela murmurou, dando de ombros. — Só que eu vou ter que voltar para minha casa. Meu pai já pode estar tramando algo para me fazer voltar para aquele inferno...

— E o que ele faria se voltasse para casa?

— O de sempre. Me bateria. — Lauren bebeu um pouco de seu chá. Fez uma careta ao sentir o líquido quente e amargo descer pela sua garganta. — Meu Deus, que droga é essa? Trocou o açúcar pelo sal?

— É chá de boldo, sua desmiolada. — Camila se sentou ao lado dela. — Nem é tão ruim assim, para de frescura.

— Fala isso porque não é você quem está bebendo.

One Month To Win You Over | Chaelisa (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora