c h a p t e r - V

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lumine entendeu o que childe quis dizer. aquilo a deixou preocupada mas entendia perfeitamente como ele se sentia. foi nos dez primeiros minutos de silêncio que o mesmo percebeu que criar um vínculo de amizade entre ambos não seria correto, muito menos saudável.

– mine. – ele a chamou, olhando para trás e notando seus olhos fechados. ela estava cochilando.

tombou a cabeça para o lado e permaneceu longos minutos observando a jovem deitada sobre a grama; alguns fios de cabelo se moviam por conta do vento e pouquíssimas folhas caíam sobre seu corpo conforme eram derrubadas das árvores. a beleza de lumine era surreal, seu físico era delicado e sentia que um simples toque poderia lhe quebrar; mesmo que grande parte de si tinha consciência de que a loira era uma das mulheres mais fortes que havia conhecido durante toda sua vida.

não queria acorda-la mas sabia que deixar a garota dormindo, sozinha, no meio da floresta, era algo muito perigoso. chamou por uma amiga, signora, através de um objeto criado exclusivamente para os mensageiros fatui e pediu para que ela avisasse zhongli sobre a localização de lumine.

pegou um pedaço de papel que estava no bolso da sua calça e furou uma glaze lily para que um líquido azulado saísse de dentro dela, sendo possível escrever algo com a ponta de um graveto.

de início, pensou em pedir desculpas por ter deixado-a sozinha, contudo, pensou bem e escreveu apenas uma frase "espero que nosso próximo encontro não seja por uma missão. esteja bem descansada". dobrou a folha de papel e a colocou dentro do sapato alheio, o vestido de lumine não possuía bolsos.

foi isso que coube no papel. se o ruivo escrevesse tudo o que pensava seria necessário um livro grande com páginas em branco, completaria-o em menos de duas horas.

se levantou e esticou o corpo, tentando notar algum tipo de aproximação naquele lugar, afinal, a qualquer momento zhongli poderia aparecer. e foi exatamente isso que aconteceu após um curto período de tempo.

– ela está dormindo? – o arconte iniciou o diálogo.

– sim.

– hm.

ficou alguns segundos observando a garota que respirava calmamente, aparentava estar em algum sonho. childe ficou feliz consigo mesmo ao perceber que tomou a decisão correta em não acorda-la. porém, essa felicidade se esvaiu quando zhongli voltou a falar.

proíbo você de encontrar-se com ela novamente.

tartaglia ficou alguns segundos tentando raciocinar o que tinha acabado de ouvir, até escutar outra frase saindo da boca do moreno.

– você fez eu perder todo o resto de confiança que eu tinha em relação a você. – a voz alheia era calma e isso amenizava a situação – pensasse direito antes de me deixar preocupado com lumine, eu te avisei e deixei claro que se alguma coisa acontecesse com ela, eu me culparia por um bom tempo.

– ela está machucada? não. – childe bagunçou o próprio cabelo e virou-se de costas para o rapaz – e eu deixei bem claro que ela já é grande o suficiente para se virar sozinha. isso mostra que você não confia na capacidade que ela tem.

não esperou por uma resposta, saiu andando e, em algum momento, acabou desaparecendo entre as árvores.

– adolescente rebelde. – o moreno resmungou. pegando lumine no colo e levando-a para o chalé mais próximo que conhecia.

[...] afastou alguns fios de cabelo do rosto alheio assim que a colocou na cama, tentando procurar por algum machucado, e não havia nada, nenhum arranhão sequer. isso o tranquilizou, claro, mas sabia que não era seguro deixa-la sair com tartaglia novamente.

𝗆𝗒 𝗉𝗈𝗂𝗌𝗈𝗇 - chilumiOnde histórias criam vida. Descubra agora