Como se Magnus fosse uma coisa que pertencesse a ele

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A primeira hora foi fácil.

Seu estômago estava cheio, o quarto estava quente e ele até tinha algo parecido com um plano.

Magnus estava aliviado e um pouco surpreso com o castigo que Alexander tinha escolhido para ele.

Ele esperava pior.

Ele ficou um pouco apreensivo quando arquitetou o plano para ser pego em flagrante, mas tudo correu perfeitamente.

Alexander tinha acreditado.

Agora que o homem estava seguro de sua própria superioridade e inteligência, certo de que podia ver através de Magnus, seria mais fácil amolecê-lo e embalá-lo com uma falsa sensação de segurança.

Magnus sentiu uma pontada de pena, antes de se lembrar de não ser bobo.

Alexander Lightwood era um criminoso. Homens como ele não mereciam nada menos. Além disso, não era como se ele planejasse matar o homem, ou algo assim.

Ele só queria se salvar. Ele só queria ir para casa. Isso era tudo.

A segunda hora foi mais difícil, e a terceira hora foi pior.

Ele estava ficando mais desconfortável a cada minuto. Seus joelhos doíam de ficar ajoelhado no chão por tanto tempo, e seus braços e ombros estavam começando a doer.

A quarta hora deixou claro porque Alexander havia escolhido uma punição aparentemente branda.

Todo o corpo de Magnus doía da posição rígida que ele foi forçado a manter, seus pés estavam adormecidos e seu pescoço e costas doíam muito.

Magnus teve que se lembrar que esse era o plano.

Ele tinha que ser "punido" e aceitar sua punição, para o homem pensar que ele era submisso, assim por dizer.

Mas ele quase desistiu no final da quinta hora.

Suas pálpebras continuavam fechando, sua bexiga estava cheia, ele estava exausto, suas costelas machucadas ainda doíam por causa da surra que havia recebido alguns dias antes, e ele queria dormir tanto que era um esforço físico para não adormecer.

O relógio na parede parecia zombar dele, marcando o tempo muito lentamente. Minutos se arrastaram.

O tempo se arrastava no ritmo de um caracol, e ele se perguntou se o relógio havia parado de funcionar.

Magnus se manteve acordado, apenas imaginando maneiras criativas de torturar e matar Alexander.

O idiota provavelmente estava dormindo como um bebê agora mesmo, em uma cama macia e confortável, sem nenhuma preocupação no mundo.

Magnus não conseguia mais sentir seus membros.

Às seis da manhã, ele percebeu vagamente que seu rosto estava molhado de lágrimas escorrendo pelo rosto.

Tudo doía, e ele só queria se enrolar e finalmente desmaiar.

Ele percebeu que não estava mais sozinho, apenas quando um par de mãos fortes o puxou pelos ombros.

As pernas de Magnus cederam. Ele não conseguia se mover, seus pés ainda dormiam e todo o seu corpo doía.

Ele chorou, escondendo o rosto molhado no ombro largo do homem.

— Shh... – Disse uma voz suave e baixa, dedos longos acariciando seu cabelo. – Você foi muito bem.

Uma parte do cérebro tonto e privado de sono de Magnus, gritou para ele parar de chorar como um bebê junto do idiota que tinha feito isso com ele, mas parecia muito distante e sem importância.

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