Você tem olhos cruéis

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A figura na cama pareceu parar de respirar, ficando rígida ao som de sua voz.

As sobrancelhas de Alexander franziram.

O garoto estava com medo dele.

Embora não fosse inesperado nem totalmente indesejável, apenas complicaria as coisas. Ele não poderia deixar Magnus temê-lo muito.

Desta vez, ele precisava... de uma abordagem mais gentil se quisesse realizar o que decidiu fazer, depois de ver a reação de Magnus à punição.

A maneira como o garoto tinha se agarrado a ele, buscando conforto e confiando nele o suficiente para cair no sono na presença de Alexander... abriu novas possibilidades.

Certamente havia maneiras muito mais fáceis, rápidas e menos complicadas de fazer Asmodeus Bane pagar, mas esta... esta iria esmagar o homem se fosse feita de maneira certa.

Se Alexander pudesse condicionar o único filho de Asmodeus, torná-lo completamente dependente dele, então ele teria as chaves do que o homem mais valorizava: as Indústrias Bane, seu orgulho e alegria.

Alexander não estava muito preocupado que Asmodeus não confiasse em seu filho. Se o garoto não tivesse ideia dos negócios do pai, tanto melhor.

Segure seus cavalos, porra, Alexander disse a si mesmo. Como diz o provérbio, ele não devia colocar a carroça na frente dos bois.

Ele tinha que ganhar o afeto de Magnus primeiro, para que o plano funcionasse. Isso não ia ser fácil, mesmo levando em consideração as inclinações submissas do garoto.

A verdade era que Alexander tinha dúvidas sobre o plano. Ele não gostava do que não conseguia controlar.

E ele não conseguiu controlar suas próprias reações naquela manhã. Quando ele se encontrou em um abraço cheio de tremores do garoto carente, não tinha sido uma decisão consciente de confortá-lo.

Foi tudo instinto.

A submissão de Magnus tinha bagunçado sua cabeça, o fazendo reagir instintivamente, como qualquer bom dominador reagiria às necessidades físicas e emocionais de um submisso, depois de uma sessão.

O problema era que a punição que ele dera a Magnus, nunca deveria ser nada além de punição.

A linguagem corporal carente do garoto depois disso não deveria ter acionado seus instintos.

Mas aconteceu.

Alexander conhecia bem o jogo de poder. Ele tirava um certo prazer dos jogos de poder na vida cotidiana, às vezes, se o humor estivesse certo, seu corpo também gostava.

A maioria das pessoas o considerava um homem cruel e não estavam errados. Mas ele não era um amante cruel, nunca tinha sido.

Certo, ele também não era um amante gentil. Ele gostava da violência, gostava do ímpeto de poder que obtinha quando reduzia alguém a uma bagunça submissa e desesperada, mas ele cuidava bem de seus parceiros sexuais.

A satisfação sexual nem sempre era o ponto em que ele estava com vontade de brincar, mas normalmente a submissão genuína de uma mulher atraente o fazia querer transar com ela.

Alexander nunca pensou que um homem pudesse afetá-lo da mesma maneira, mas este jovem com seus lábios obscenamente bonitos e submissão natural, tinha feito isso com ele, e Alexander se viu querendo fazer coisas perversas com ele por horas, antes de colocá-lo na cama.

Síndrome de Estocolmo Onde histórias criam vida. Descubra agora