Ele era ridículo para caralho

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— Eu disse para você ficar fora deste quarto. – Jace disse quando ele trouxe comida para Magnus.

Magnus pegou a bandeja e ignorou suas palavras. 

Nos últimos seis dias, desde que Alexander tinha viajado, ele aperfeiçoou a arte de ignorar o chefe da segurança. 

Não foi difícil. 

Ele não sabia o que Alexander tinha dito a Jace, mas atualmente o loiro musculoso mal ousava olhar para ele quando ele trazia comida. 

Era engraçado como Jace evitava cuidadosamente qualquer contato visual. 

Era um contraste gritante com a maneira como o cara se comportava antes: o olhar nos olhos de Jace costumava deixar Magnus desconfortável sempre que ele o visitava. 

Agora o cara mal olhava em sua direção, mesmo quando ele fazia uma careta e repreendia Magnus por alguma coisa.

— Ele vai ficar com raiva se voltar e encontrar você aqui. – Jace persistiu.

Magnus encolheu os ombros. 

— Ele deveria ter trancado a porta, então. – Ele disse, ligando a TV e se acomodando contra os travesseiros. 

A TV era a principal razão pela qual ele estava ficando aqui com mais frequência do que em seu próprio quarto, optando por ignorar a desaprovação de Jace quando o pegou no quarto de Alexander pela primeira vez há vários dias.

Embora a maioria dos canais fossem russos, era um alívio ter algo para tirar sua mente da situação em que se encontrava, e o tédio roendo seus sentidos.

Magnus era uma pessoa social. 

Ele nunca foi tão bom em se divertir se nada estivesse acontecendo. 

Às vezes, ele via os guardas rindo, bebendo e trocando piadas sujas no quintal. Às vezes, ele ouvia sons distantes de canções bêbadas e risadas pela porta. 

Parecia que, com a saída do chefe, os homens de Alexander ficaram muito relaxados e indisciplinados. Eles nunca se comportavam assim quando Alexander estava na casa. 

Magnus tinha certeza de que, se não tivesse sido trancado, poderia ter escapulido sem ser notado. Ele poderia ter escapado.

— Você não deveria estar aqui. – Disse Jace.

Magnus se serviu de um pouco de café e tomou um gole, estudando Jace por cima da borda de sua caneca. 

Ele sabia que Jace o queria... ele havia notado isso desde o primeiro dia. Ele tinha certeza de que Jace era um homossexual latente. 

Ele considerou usar Jace para escapar, mas a ideia de seduzi-lo revirou seu estômago. Ele não poderia fazer isso. Não só ele não estava nem um pouco atraído pelo homem, mas também se sentia tudo menos seguro com ele. 

Ao contrário de Alexander, Jace podia ser violento sem qualquer motivo. 

Magnus se lembrou do brilho sádico em seus olhos, quando Jace observou os guardas o machucarem.

Ele tinha que ser cuidadoso.

— Tenho certeza de que é você quem não deveria estar aqui. – Disse Magnus calmamente. – Você deveria me trazer comida e depois ir embora. Seu chefe não ficaria satisfeito em descobrir que você está desobedecendo às ordens dele.

Síndrome de Estocolmo Onde histórias criam vida. Descubra agora