Capítulo 47 - Serena

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Like a river, I flow, To the ocean I know

You pull me close, guiding me home

Como um rio, eu fluo para os oceanos desconhecidos

E você me puxa para perto, me guiando para casa. 

(James Arthur - Fallink like the stares)


Serena piscou os olhos arregalados totalmente incrédula.

Luna tinha acabado de falar ''papa''?

Ela puxou sua bebê chorona, encarando seus olhinhos molhados.

- Lulu?! – murmurou exasperada, sentindo suas mãos coçarem para não apertar sua filha de tanta emoção.

Luna fez beicinho, tentando conter um soluço para então erguer os cantinhos da boca num sorriso banguela. Era...alegria?

- Filha, fala de novo. – Serena praticamente suplicou. – Pa-pa...

Porém a atenção de Luna já havia se esvaído. A cabeça pendendo para o lado enquanto tentava ver algo atrás delas.

- Não, não, Lulu. Diz para a mamãe ouvir. Pa-pa... – puxou com carinho a atenção de Luna novamente. – Ai meu deus, eu queria tanto que Bruno tivesse aqui...

Seu peito se apertou, enquanto engoliu em seco para o choro não vir. Luna olhou sobre seu ombro, erguendo os braços para trás e voltando a chorar.

- papá! – ela gritou em prantos, as lágrimas brotando com força do cantinho dos olhos.

Serena respirou fundo, guardando dentro do peito a vontade que tinha de chorar com a filha. Precisava se acalmar, e ser um porto seguro. Deveria ser forte para cada momento em que Luna sentisse falta de Bruno, e...

- Serena?

Seu nome saiu em um sussurro por uma voz conhecida. Um calafrio estava longe do que sentiu percorrendo por sua espinha. Até as pernas esmoreceram.

Ela começou a ninar a filha com um pouco mais de força.

Ok

Poderia estar sentindo mil coisas por estar em um continente diferente, longe de toda a sua família e seu amor.

Saudades. Nervosismo. Abandono.

Mas, ter alucinações com a de Bruno era absurdo. Loucura total.

- shh... – murmurou mais para si mesma, tentando ignorar a voz da imaginação que pregava peças em sua cabeça.

Afinal, qual a chance dele estar ali? 0. E estava cheio de repórteres e barulhos para se ouvir qualquer sussurro que seja, e também...

- Serena!

O estalo que seu coração deu, a fez virar de supetão com a filha nos braços. E quando o viu ali, parado no gramado, em meio as dúzias de fotógrafos e turistas, parou.

Um sobretudo negro com gola revestia o corpo dele, enquanto a expressão era quase tão chocada quanto a que devia estar em seu rosto.

Fez menção de abrir a boca, mas se deteve.

Suas pernas pareciam ter criado raízes. Seus olhos piscavam sem parar, como se ele fosse uma miragem nos jardins da Torre Eiffel. 

Bruno carregava um expressão séria, mas os olhos ônix estavam cravados nos seus, numa conexão além de qualquer palavra, distância ou barreiras que o mundo pudesse oferecer.

Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em JogoOnde histórias criam vida. Descubra agora