- Não estou de acordo sobre a gente ter vindo aqui. – Sarah murmurou, caminhando ao lado dela em direção a recepção do prédio de Bia.
Serena se deteve na frente do elevador, posicionado na parede central do térreo composto de poltronas modernas e plantas ornamentais.
- Não precisa estar comigo. Sabe disso, não é?
- Eu sei, e já disse que estou com você pra qualquer coisa. – a mão lhe deu um apertão solidário no pulso, antes de voltar a rigidez e soltar: - Só estou avisando meu posicionamento.
- Eu escutei da primeira vez, Sarah. – Serena a lembrou de quando, naquela manhã, elas haviam tido a mesma discussão a caminho da casa de Bruno.
A amiga assentiu, observando-a acionar o elevador. Ainda assim, o cenho franzido indicava que não havia esquecido o assunto.
Finalmente dentro, Sarah recomeçou:
- Só acho que está procurando mais motivos para se entristecer. – a amiga a encarou, procurando por alguma coisa em sua expressão. E quando não encontrou, suspirou derrotada. – Isso não é certo, Serena. Já se foram duas semanas. Duas! A Luna está batendo na porta, e ficar correndo atrás de Bruno não é o que deveria estar fazendo.
Seu coração se apertou dentro do peito, tentando esquecer aqueles quinze dias que pareciam uma noite de pesadelos sem fim.
Cada vinte quatro horas se arrastavam como se fosse o dobro, e o dobro progredia como se fosse o triplo.
Estava insustentável.
Mas, ainda que a amiga insistisse que era tortura ir atrás dele, ela precisava fazer aquilo pra se convencer de que ele estava bem e seguira em frente.
Não que não tivesse explicado um milhão de vezes. Porém, Sarah estava desesperada, se antecipando ao provável sofrimento dela em um momento tão frágil como o fim da gravidez.
E a consequência disso era a matraca que se tornava. Falando muito mais que ela, mesmo em dias aflitos onde a saudade de Bruno apertava:
- Sei que acha que errou ao não contar tudo a ele, eu sei! Mas Bruno não tem o direito de se chatear com isso. A vida toda ele escolheu se enterrar em um buraco de sofrimento, então não pode sair por aí exigindo isso das pessoas... ainda mais de você!
Serena ergueu o olhar, murmurando num tom apaziguador:
- Sarah... tudo bem.
A íris da amiga sobrou de tamanho:
- Como pode estar tão calma?!
- Eu não estou calma, Sarah! Esse sentimento é algo que não existe há séculos dentro de mim! - revolta faiscava dentro dela ao mesmo tempo em que se esvaia a cada palavra que os deixava mais perto de um fim: - Só estou fazendo isso porque preciso saber a verdade, entende? Tenho que seguir em frente. São duas semanas que não sei nada dele.
O telefone estava na caixa postal. A casa, fechada. As redes sociais, desativadas.
Onde estava Bruno?
- É porque ele está fazendo exatamente o que te falou: dando um tempo!
- E isso significa o quê? Acabou?!
- Serena, Serena... Isso está muito longe de acabar! O problema é que Bruno demora muito tempo pra processar tudo. - Sarah comentou. - Por isso que digo: enquanto isso, segue a sua vida. Aquele homem está apaixonado e vai voltar.
Ela meneou a cabeça repetidas vezes. Em resposta, a psicóloga soltou um resmungo.
- Não estou entendendo o que quer descobrir...
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Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em Jogo
RomanceBruno Toro é um jogador, não só de futebol, mas da vida. Pra ele, a única coisa que merece importância é o seu trabalho, e o que resta de sua família. E bem...Mulheres. Mas, isso a carreira e a fama lhe davam de bandeja. No auge de sua carreira, tud...