Capítulo 17 - Serena

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Serena soluçou dentro do abraço de Bruno enquanto encarava Hector com uma mistura de medo e pavor. Mal dava para ver a face do ex-marido, de tão inchada e ensanguentada que se encontrava. E quer saber? Se sentia um pouco mal por não estar com pena.

Bruno acariciou seu cabelo, e ela se notou agradecida de tê-lo ali. Ele cumprira com sua palavra ao não deixar Hector levá-la.

Ele a soltou, erguendo seu queixo com o indicador para que pudesse observá-la. Serena assentiu, num gesto silencioso de que já se encontrava melhor. Em resposta, Bruno pendeu a cabeça, franzindo o nariz.

- Não, você não está bem. – rebateu. Ela suspirou, incapaz de discutir naquele momento.

Bruno a pegou pela mão, guiando-a em meio as pessoas que os olhavam petrificadas.

A música tinha parado, os risos tinham cessados. Tudo que restara foram as pessoas julgando-os, tirando fotos e fazendo vídeos.

Bruno a levou para dentro da casa. Estava surpreendida pela capacidade dele em ficar sereno em meio a situações como aquela. Porque a verdade era que estava desabando. Não conseguia andar por aí como se não houvesse nenhuma plateia para o show deles.

Ele soltou a mão dela, agora a conduzindo pela base da coluna em direção ao corredor que daria no quarto dele. Quando os dois pararam em frente a porta, Serena deu um passo para trás.

- Bruno, não acho que isso seja uma boa ideia. – Murmurou baixo, passando o antebraço pela bochecha molhada. Bruno franziu o cenho. Serena chegou mais perto dele, sussurrando – É que as pessoas...

- Não importa o que as pessoas pensam. – ele deu ombros, girando a maçaneta da porta.

Serena engoliu em seco, mordendo um dos cantos dos lábios.

- E quanto ao que eu penso? – Indagou ela, observando o ambiente escurecido do quarto dele. Bruno entrou na frente dela, obrigando-a a encará-lo.

- O que você pensa, Serena?

- Eu...não sei, Bruno. – foi sincera.

Serena não fazia ideia do que estava acontecendo com ela, com ele ou com aquela tensão quase palpável que existia entre eles dois.

- Você confia em mim?

- Claro que sim.

Mentiria se dissesse que não confiava nele. Por Deus. O homem acabara de lhe salvar. Lhe dera um lar temporário. A buscara quando estava perdida.

No momento, devia tudo a ele.

Bruno deu espaço para que ela entrasse no quarto dele. Serena entrou, abraçando o próprio corpo. Ele a segurou pela mão, guiando-a até o banheiro.

Quando ele acendeu as luzes, ela piscou algumas vezes. O banheiro dele era tão negro quanto o quarto. O piso meio fosco até que combinava bem com o mármore negro da pia e o adorno da jacuzzi, que ficava ao lado do box.

Bruno fechou a porta atrás deles.

- O que estamos fazendo aqui?

Ele foi até a jacuzzi e abriu a torneira. A água abundante começou a cair. Devia estar quente, pois a medida que ela tocava no fundo do recipiente, um vapor subia gradativamente.

- Meu quarto é o único lugar dessa casa com barreira acústica.

- Eu sei. Você já me disse.

- Não acho que seja bom para você escutar a fofoca deles agora.

- Hum – ela murmurou meio incerta – Mas, por que a banheira?

- Para você relaxar.

- Não acho que esse seja o melhor momento para isso. –  ainda sentia a pele trêmula enquanto as penas pareciam uma gelatina.

Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em JogoOnde histórias criam vida. Descubra agora