Diogo rapidamente havia ido embora. E logo depois, ele também partiu. Já não era mais capaz de ficar em casa sabendo que ela não estava.
Bruno entrou no carro e colocou a música no volume máximo. Tinha esperanças de não escutar a própria mente enquanto a voz de Dave Grohl - Foo Figthers - , na música Time Like These soasse alto em seus ouvidos.
No caminho, enviou uma mensagem a irmã, avisando de sua chegada.
Necessitava que alguém concordasse com o martírio que estava impondo a si mesmo ao tentar se afastar dela. Ou talvez, só precisasse se distrair para não sucumbir a sua vontade de estragar tudo e fuder outra pessoa ao invés de pensar no quão estava fudido.
Antes de sequer bater na porta do apartamento, Beatriz a abriu. O cabelo negro era um coque emaranhado em cima da cabeça, e suas vestes não passavam de um pijama largo cheio de caveirinhas.
- Só assim pra você vir visitar a sua irmã?
Ele piscou.
- Assim como?
- Você não me engana. - ela assobiou.
Antes que pudesse responder, Miguel passou correndo por Bia, abraçando suas pernas.
- Tiooooo
- Oi, garotão!
Ele balançou os cachos de Miguel e o pegou no colo. O sobrinho enlaçou os braços revestidos pelo moletom em seu pescoço, rindo.
Bruno deu um beijo no alto da cabeça dele, o depositando novamente no chão. Miguel balbuciou algo sobre bola e saiu correndo. Logo depois, Beatriz o abraçou, guiando-o para dentro do apartamento.
Bruno seguiu a irmã até a cozinha, de onde exalava um cheiro maravilhoso de bife acebolado. O sobrinho reapareceu com uma bola na mão, contando afoito sobre o primeiro gol dele na escolinha de futebol que Bia o tinha matriculado. Enquanto isso, a irmã servia comida em um pratinho de acrílico.
- Depois eu falei que você era o meu tio. Ninguém acreditou! - o garoto ralhou, cruzando os braços.
- Caramba, é mesmo?! - ele se agachou e sussurrou no ouvido de Miguel: - Diga pra sua mãe que um dia desses sou eu quem vou te levar - deu uma piscadela.
- Isso! – O sobrinho socou o ar.
- Toma, Miguel. Come tudo. - Beatriz repassou o prato pro filho. – Senta na mesa. Não no sofá.
- Tá, mamãe. – o garoto respondeu a contragosto, saindo da cozinha.
Beatriz meneou a cabeça.
- Ontem ele me disse que quer ser você quando crescer.
Bruno pressionou os lábios, segurando uma risada.
- Isso não é tão bom quanto parece.
- Deixa. – ela gesticulou. – Pelo menos ele não quer mais ser aposentado que nem nossa mãe.
Bruno riu. Bia foi até a geladeira e tirou uma garrafa de cerveja, passando-a para ele. Para si, ela pegou uma taça e encheu de vinho branco.
- Cadê o William?
- Embarcado, só volta fim do mês. - Bia bebericou da taça e mexeu no conteúdo de algumas panelas que estavam ao fogo. – Então, não vai me falar nada?
Ele pigarreou e tentou:
- Como estão as coisas?
Bia soltou uma risada.
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Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em Jogo
RomanceBruno Toro é um jogador, não só de futebol, mas da vida. Pra ele, a única coisa que merece importância é o seu trabalho, e o que resta de sua família. E bem...Mulheres. Mas, isso a carreira e a fama lhe davam de bandeja. No auge de sua carreira, tud...