Capítulo 16- Bruno

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Bruno olhou em volta. Passava a mão no peito, onde residia o coração.

- Está procurando ela, não é? – Farley perguntou. Ele revirou os olhos, bebericando da cerveja. – O que foi, vai mentir?

- Não, não vou. – respondeu.

Mas também não iria dizer que procurava Serena porque tinha sentido uma sensação estranha. Só queria saber se ela estava bem...talvez precisasse de algo.

- Pergunte. – Farley exigiu, um sorriso torto nos lábios. Bruno virou pro amigo, encarando-o sério através dos olhos negros. – Calma, cara. Só estou brincando, vai! Não é todo dia que vejo um touro arrebatado... – explodiu em uma gargalhada.

- Não estou arrebatado.

- E eu não estou caidinho pela ruivinha. - Farley cantarolou ironicamente, trocando olhares com Michele, sentada do outro lado da piscina.

Bruno soltou um arquejo, voltando a atenção para a cerveja. Guilherme chegou com um balde de gelo, cheio de vodka das mais variadas marcas.

- Enquanto vocês ficam aí brincando de gato e rato, eu estou juntinho do amor da minha vida. – O amigo abraçou a garrafa de absolut.

- Amor da sua vida... Essa garrafa é o seu consolo, isso sim. A gente pode até estar brincando de gato e rato, mas pelo menos não estamos de olho na mulher do colega. – Farley delatou, ressuscitando a paixão antiga que Guilherme tinha por Sarah, agora casada com Dodô.

Guilherme colocou a absolut na mesa com um baque, o peito subindo e descendo com a respiração alterada. Farley soltou uma piscadela marota, provocação que fez Guilherme dar um passo a frente de punhos cerrados.

Bruno entrou no meio.

- Não. – a voz saiu firme. – Aqui dentro não.

Ele estava cansado daquela briga entre os amigos. Todo churrasco era a mesma coisa, e o último ficara pra história, quando juntos Guilherme e Farley produziram uma pancadaria generalizada, que quebrou metade das mesas e cadeiras da casa dele. 

Se queriam brigar, que fossem lá pra fora. 

- De novo não, rapaziada... – Rafa sibilou, chegando pra apartar. Guilherme e Farley se distanciaram, o clima denso quase se dissipando. 

Quase.

Porque agora era Bruno que tinha o olhar assassino sobre Rafa, que mais cedo invadira o quarto de Serena sem ao menos bater na porta.

- Toro, agora você ou Rafa que deveria meter o pé. – Farley comentou com um riso.

- Cara, já disse que foi sem querer... – Rafa começou.

- Eu vou. – Bruno respondeu, saindo sem terminar de ouvir o colega.

Era melhor espairecer, curtir a festa e respirar. Bem longe dos amigos, e principalmente, de Serena.

- Bruno... – Rebeca murmurou, surgindo na frente dele.

- Agora não, Rebeca.

- A gente não pode conversar... por favor?

- Não, não podemos. Lembra o que aconteceu quando eu tentei isso duas vezes? – Ele olhou dentro dos olhos dela. – Você ofendeu e ameaçou Serena e o filho, e depois ainda saiu da minha casa me xingando.

- Bruno... – Ela o segurou pelo antebraço. – Eu estava chateada! Poxa... me dá uma chance, vai! Éramos ótimos juntos, e tenho certeza que você sente falta de mim... – ela se aconchegou a ele. – Não precisa ficar tentando me substituir por outras... – agora estava se referindo a Heloísa, que tinha ido embora da festa assim que Bruno terminou o que mal começara. – E Serena...

Me Deixe Amar Você - Livro 1 Duologia Amor em JogoOnde histórias criam vida. Descubra agora