capítulo 18 : passado

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Daniel estava próximo da entrada do sindicato, era dia primeiro de outubro, meia noite, estava encostado em um muro com um cigarro entre os dedos e seu celular em mãos, olhando para algumas anotações que havia feito, o plano estava pronto, em um prédio acima dele estava Muriel, ansioso pois não sabia o que iria encontrar naquele dia já que da última vez o ataque sofrido por mephisto não havia sido fraco.

Quando o último guarda fechou finalmente o prédio, trancou com uma corrente de aço reforçado a porta de vidro, o sindicato estava mais alerta e havia instalado câmeras em todos os cantos, Daniel também se preparou, fez um feitiço em um frasco com ajuda de Michel que forneceu o dinheiro para comprar os ingredientes, Daniel se aproximou finalmente da parede próxima do beco, desenhou um símbolo com um giz azul escuro preparado com ingredientes místicos, e assoprou a fumaça de seu cigarro que dessa vez não era um industrial e sim um que o mesmo havia feito, a fumaça ativou o símbolo fazendo com que o mesmo brilhasse, atravessou a parede sem chamar a atenção e quando se deu conta já estava lá dentro, por sorte as câmeras ainda não haviam o visto, puxou de sua mochila esportiva o frasco de vidro com o líquido misterioso e bebeu com o nariz tampado para evitar o cheiro, após beber tudo se tornou invisível, evitando assim as câmeras e guardas restantes.
Caminhava lentamente pelos corredores até encontrar a passagem que levava ao corredor onde encontrou o último príncipe pela primeira vez, sem chamar atenção adentrou ali, dos lados haviam portas de aço com grades nas janelas, como se fossem prisões, ao olhar pra uma delas viu olhos vermelhos e brilhantes no escuro, sabia que estava em um lugar arriscado, foi caminhando até o final do corredor onde encontrou Muriel pela primeira vez, atrás de sua prisão de correntes que agora se encontrava vazia, havia uma porta de aço levando para outra sala, a porta estava com certeza trancada então Daniel passou a mão próxima da maçaneta e fechou os olhos, uma de suas tatuagens brilhou e a porta se destrancou, Daniel nesse momento resmungou baixinho

- droga, odeio ter que fazer magia

Ao adentrar nessa última sala notou algo bizarro, tudo que ele havia ouvido falar sobre era real, dentro de cápsulas de vidro futurísticas com símbolos angelicais desenhados em suas partes metálicas haviam diversos corpos adormecidos enrolados em um pano branco, fornecendo material para esse trabalho de humanos gerados em laboratório com energia angelical, estava sangue e penas, com certeza haviam muitos estudos e testes pra chegar em um resultado, na mesa do centro havia um livro com o título projeto Agnes, Daniel abriu o mesmo e viu diversas anotações sobre os testes que haviam sido feitos, Daniel não hesitou em tentar levar o livro mas foi surpreendido por mephisto que carregava sua katana.

"Droga" pensou Daniel, que rapidamente se abaixou próximo do pedestal do livro
" Sera que esse merda me persegue?"
Mephisto se aproximava de um corpo masculino dessa vez, novamente enrolado em um pano branco só que esse na cintura, em seu peito haviam marcações angelicais, estava adormecido também, suas expressões lembravam Edgar só que mais jovem, que merda era aquela? Em cima estava escrito projeto Edgar e alguns símbolos demoníacos, espera uma mistura? Aquilo não fazia o menor sentido, Daniel respirou fundo e continuou pensativo enquanto observava

Mephisto desembainhou a katana de Daniel enquanto observava o projeto Edgar com desgosto

- então quer dizer que o único resquício de material profano do lorde belzebu foi utilizado pra criar um mestiço? Isso me envergonha

Daniel então ficou espantado ao ouvir aquilo, um mestiço? Não havia o que fazer naquela situação então ficou apenas observando, mephisto ameaçou cortar ao meio o projeto Edgar, mas hesitou ao chegar próximo da grande cápsula de vidro

- não acredito, é dois coelhos com uma cajadada só

Virou o corpo e direcionou a sua mão onde Daniel estava, o mesmo foi puxado arremessando o livro de testes longe e destroçando o pedestal de madeira no qual o mesmo se encontrava, seu pescoço foi parar na mão de mephisto, que o envolvia firmemente com seus longos dedos e grudava a ponta de suas unhas na pele de Daniel

- então, o que você faz aqui? Decidiu se arriscar novamente por nada?

Quando ia rasgar o pescoço de Daniel com sua mão, foi interrompido por 6 homens latinos de regata branca utilizando ak47

- solte ele mephisto

Dizia o da frente

- ah, mas que merda, quantas vezes eu vou ter que dizer que eu sou indestrutível, seus brinquedinhos, não, são, NADA

Arremessou Daniel contra uma estante, o mesmo bateu a cabeça e desmaiou, saltou em direção a gangue e foi interceptado por diversos tiros que perfuraram sua carne e fizeram com que o mesmo caísse ensanguentado no chão, uma expressão de medo era visível em seu semblante

- peguem tudo que puderem, vamos vamos vamos

Mephisto obviamente não iria morrer, mas seu corpo estava inválido temporariamente, e isso lhe assustava, fazia mais de um século que um humano conseguia feri-lo, continuou grudado ao chão sem resposta enquanto Daniel era resgatado
A gangue evacuou com Daniel e o projeto Edgar, o mesmo estava adormecido ainda, foram se preparando e dando cobertura uns aos outros enquanto saqueavam o local, pegando notas e outras coisas de valor para enfraquecer o sindicato, quando Daniel finalmente acordou, se deu conta que estava em um local familiar, a gangue devilkiller do México, o líder deles estava fumando um charuto com um chapéu cobrindo seu rosto, deu uma risada e estendeu a mão para Daniel

- faz tempo que não nos falamos amigo

- droga
(Dizia Daniel com cansaço em seu semblante)

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