Capítulo 58 : astro rei

5 0 0
                                    

Ao deitar em sua cama Daniel se sentiu novamente frustrado, não sentiu vontade de acender um cigarro ou ouvir jazz, se sentia impotente com a lâmina da destruição em sua posse.

Por mais que seus feitos com tal arma fossem de outro nível, sua consciência não estava limpa afinal ele entregava seu corpo para a arma controlar.

"Sendo assim.. quem é a arma? A espada, ou eu?"

Passou a mão na cicatriz em seu peito causada pela unha de mephisto e pensou novamente na tirania dos príncipes.

Era um misto de melancolia e ódio, enquanto rangia os dentes enfurecido lágrimas escorriam por seu rosto.

Era de madrugada e ainda assim foi bater no saco de pancadas, estava cheio de raiva e não conseguia pensar de forma consciente, controlar sua frustração, por isso decidiu descontar tudo em um objeto.

Seus golpes estavam aumentando a intensidade a cada movimento, fazendo um grande impacto que lançava longe o saco de pancadas, com certeza aquela força não era sua, por um instante se sentiu tomado por uma sensação de controle, como se ele fosse dono de uma força que queimava dentro de seu peito.

Desferiu um soco com uma potência inumana que soltou um pedaço do teto fazendo o saco de pancadas cair no chão.

Seus vizinhos vieram brigar e reclamar do excesso de barulho mas ao virem o saco de pancadas no chão e os machucados em seu punho decidiram deixar de lado, não conseguiriam explicar onde um homem comum teria força para aquilo.

Daniel também não, mas não sentia que fosse coisa da espada, afinal quando estava em risco a lâmina assumia o controle fazendo com que perdesse a consciência.

Se lembrou de quando perdeu a katana, da forma brutal na qual foi morto por Hélio que foi impiedoso, se lembrou do mundo dos mortos e de como foi resgatado por Ramael.

"Isso quer dizer que ainda tem um pedaço de anjo em mim.. o que isso quer dizer?"

A ansiedade não lhe permitiria dormir afinal queria saber qual seria a justificativa que sairia da boca do anjo mentiroso.

Contudo procurá-lo não seria possível de madrugada, decidiu deitar na cama e esperar que seu corpo adormescesse após se forçar a isso com os olhos fechados por tempo demais.

"Amanhã é outro dia e amanhã eu irei conseguir essa resposta"
Enquanto todos descansavam, ou tentavam

Hélio estava retornando para o mundo inferior, coberto com o sangue de um ancião, existiam coisas acontecendo que seriam responsabilidade de belzebu, por isso iria falar com ele.

Voava velozmente pelas planícies, as árvores balançavam com a força de seu movimento que causava até pressão.

Enfim foi parar em frente a uma montanha nevada enorme, parou de se lançar no ar e foi lentamente até o pequeno altar que belzebu passava seus dias em estado de meditação.

Não sabia como anunciar sua chegada, tentou se ajoelhar em sinal de respeito, não só por que aquele era o imperador atual dessa dimensão mas também por sua força, sabia que com apenas um pensamento ele poderia ser apagado da existência

Belezebu pelo contrário parecia estar dedicando o mínimo de esforço para essa interação, se virou lentamente para Hélio e então saiu da posição de lótus contudo ainda que de pé não encostou os cascos no chão.

- o que você quer, irmão

Dizia com sua voz grave e majestosa que ecoava pelo ambiente preenchendo o coração do príncipe enfurecido

- existem anciões circulando pelo mundo mortal, nós não extinguimos a raça deles?

Belzebu levantou o dedo médio e indicador, dentre os dois um pequeno feixe de luz foi emitido e atingiu o centro da testa de Hélio.

Novo Rei Onde histórias criam vida. Descubra agora