Novo Rei

capítulo 59 : o mentiroso e o covarde parte 2

O esconderijo de muriel ficava em uma região remota, se escondia das grandes massas para que pudesse trabalhar sem incômodos em seu projeto.

Muriel conhecia bem sua condição de anjo e como nunca foi afetado pelo inferno estava seguro de se tornar um caído ou até mesmo um demônio, algo que ele mais temia nesse momento.

Contudo sabia que não poderia passar perto do mundo inferior e nem do paraíso agora que sua índole estava exposta.

Se escondeu então no mundo mortal, vivendo entre os homens como um simples mecânico do interior enquanto a noite elaborava sua escapatória usando o poder político do sindicato.

Como o sindicato era muito mais rígido em suas decisões e a liderança de Yuri era precisa, se apoiou em Michel que era jovem, inexperiente e acabou confiando no anjo.

É verdade que em muitos dias temia ser encontrado por Daniel, afinal não tinha mais a espada flamejante para se proteger e iria demorar para que pudesse conjura-la novamente.

E Daniel..

Bom, Daniel nunca se importou com o covarde do muriel, sabia que havia sido abandonado e não depositou confiança suficiente como houvera depositado em Ramael num passado não muito distante.

Eram 2h da tarde e o trem estava viajando para o interior, uma cidade mais tranquila, Daniel estava fumando um cigarro e armado até os dentes.

Sua Beretta e P90 estavam com ele além da espada da destruição escondida na mala de uma guitarra que pegou emprestado com lawrence.

Olhava pra janela enquanto pensava em todos os acontecidos recentes, muita coisa aconteceu em pouquíssimo tempo, e isso demonstrava a capacidade dos príncipes de alterar as coisas, mudar a vida de pessoas.

"Tanto poder assim não deveria existir nas mãos de alguém"

Apesar de pensar isso teve um grande dejavu lembrando-se de abadom que contou sobre belzebu, o demônio que medita.

Diferente de tudo que conheceu com destruição e caos, existia um ser tão poderoso capaz de controlar a energia das estrelas e dobrar a realidade ao seu Bel prazer.

Esse ser nunca lhe deu trabalho e Daniel havia visto apenas uma vez, se lembrava claramente de sua presença e de quando o mesmo veio até a terra até mesmo os príncipes se ajoelharam diante de sua presença.

Mesmo assim, não causou destruição ou alvoroço, veio apenas resolver debates e quando muriel lutou saiu vivo.

Se por lógica mephisto já matou anjos, aquele cara com certeza tem poder pra fazer com que muriel deixasse de existir com apenas um pensamento, e mesmo assim muriel continua vivo.

Isso quebra completamente a roda da vida.

Os ciclos de bem e mal, onde os demônios existem apenas para destruir e nada mais, ele poderia muito bem ter acabado com todo aquele debate dos dois irmãos, e não fez.

Eram quatro horas e Daniel continuava pensativo olhando pela janela, será que eu devo continuar no caminho da violência? Por mais que eu salve vidas..

Quanto mais demônios eu mato, mais surgem, quanto mais sangue eu derramo, mais sangue tenho que derramar, será que estou no caminho correto?

Lágrimas pequenas escorreram de seus olhos, se sentiu culpado por todas suas escolhas guiadas pela ignorância, era hora de fazer diferente, ele deveria ao invés de tentar matar Hélio falar com belzebu e entrar em um acordo de paz entre os mundos.

"Sim, é verdade.. esse é o melhor plano, o mais saudável, sem mais sangue, daqui ou de lá"

Eram finalmente 6 P.M e Daniel estava finalmente na região pacata onde muriel se escondia, violência não era a resposta pra nada, nunca será, mas hoje, hoje ele iria ignorar seus novos ideais e destruir o anjo