Inquietude

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Na manhã de segunda, os três "acordaram" cedo, assim que os despertadores tocaram empolgados anunciando o começo de um novo dia. Tama era a mais sonolenta, seguida por Ace que claramente não parecia disposto a levantar da cama, voltando a se embrulhar nas cobertas junto com a filha. 

— Bom dia, Ace, Tama — desejou o ômega se sentando na cama e vendo os outros dois se embrulharem mais ainda e fingirem dormir — hora de acordar, dorminhocos. 

— Só mais cinco minutos, Marco — murmurou o alfa se cobrindo até a cabeça. 

— Mais dez minutinhos, tio — pediu a de cabelos roxos bocejando alto e imitando o pai ao levar o cobertor acima de sua cabeça. 

— Tal pai, tal filha — brincou o ômega se levantando e se espreguiçando levemente — se importa se eu usar o chuveiro?

— Não, a vontade, pode usar o que quiser, Marco — murmurou o alfa em um tom sonolento, se ajeitando preguiçosamente na cama. 

O loiro sorriu e seguiu para o banheiro, logo se adiantou em tirar a roupa que usava para tomar uma ducha rápida para despertar seu corpo. Ao olhar para o espelho pode notar as pequenas vermelhidões que pintavam seu tronco, seu rosto não deixou de se aquecer furiosamente com as lembranças daquele momento, assim como seu coração iniciou batidas mais rápidas e desenfreadas ao rememorar todas as sensações quentes e intensas daquele acontecimento. 

Podia sentir cada célula de seu corpo vibrar ao se dar conta de que tudo fora real, que era correspondido e que haviam passado muitos momentos significativos juntos naquele fim de semana. Um sorriso bobo e apaixonado se delineou em seu rosto ao olhar a escova de dentes que o moreno arranjara para si, vendo-a ao lado da escova do alfa e da pequena Tama. 

Podia ser, e era, algo simples, mas para alguém apaixonado aqueles pequenos detalhes tinham uma imensidão gigantesca e encantadora. Aos poucos se deu conta de que estava tempo demais observando e logo se colocou a se preparar para o novo dia. 

Após fazer sua higiene e tomar uma rápida ducha, o ômega seguiu para a cozinha disposto a preparar algo para o café da manhã. O loiro estava colocando as panelas no fogão quando sentiu um par de braços envolver sua cintura e os lábios quentes e úmidos tocarem sua pele exposta do pescoço. 

Um arrepio percorreu todo o corpo do ômega ao sentir o toque lhe alcançar ao mesmo tempo que o cheiro do alfa atingiu suas narinas. Logo sentiu um calor subir por sua espinha ao ouvir a voz levemente rouca pelo recém-despertar ressoar próximo ao pé do ouvido. 

— Bom dia, meu bem — falou o alfa dando um selar na bochecha alheia — quer ajuda com algo? 

O loiro mordiscou levemente o lábio inferior, contendo a vontade de dizer que sim, queria ajuda, mas não exatamente com o que o moreno pensava. Com um leve balançar de cabeça, o ômega tentou apagar aqueles pensamentos pervertidos que adentraram sua mente, era cedo demais e eles tinham outras coisas para fazer. 

— Não precisa, eu posso fazer sozinho, pode esperar ali se quiser — comentou loiro virando levemente o rosto, fazendo seus lábios se roçarem contra os do moreno por um curto período de tempo, vendo um sorriso largo surgir no rosto alheio — e como a Tama está? 

— Tá bem, se precisar de algo só me falar. Ela parece melhor, dei o remédio agora pouco e ela foi tomar banho — respondeu o sardento selando seus lábios aos do menor — você fica tão fofo com as minhas roupas. 

— Que ótimo, você viu a temperatura dela? — questionou o loiro recebendo um aceno afirmativo e outro selar, o que só fez seu rosto esquentar ainda mais — elas são confortáveis, apesar de ficarem grandes demais... E tem o seu cheiro, eu gosto...

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