balde de água fria

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Marco abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes sem reconhecer o local em que estava, aquele quarto parecia totalmente desconhecido para si. O amontoado de papéis sobre a escrivaninha não parecia de nenhum de seus irmãos, assim como o terno pendurado na cadeira não se assemelhava a nenhum que tivesse visto alguém de sua família usar. 

Um tanto atordoado daquela confusão do recém-despertar, Marco colocou suas pernas para fora da cama macia, se levantando e andando pelo quarto em busca de algo familiar. Seus olhos seguiram pela parede branca e logo se focaram nas fotos espalhadas pelo local, não demorou muito para associar o cômodo com as imagens. 

Logo a certeza de que estava dormindo tranquilamente no quarto de Ace o atingiu por completo, fazendo suas bochechas se aquecerem e sua mente se encher de ideias do que poderia ter acontecido. Será que o moreno havia dormido consigo? 

Com esse pensamento em mente, o loiro se voltou para a cama, observando-a vazia, um pequeno bico se formou em seus lábios ao notar tal fato. Seus pés o levaram quase instantaneamente para a cama, deitando ali e cheirando o edredom, sentindo o aroma alheio impregnado ali, um pequeno calor se instalando em seu baixo-ventre. 

O loiro agarrou os panos, trazendo-os mais para si e praticamente grudando em seu nariz. Aspirou automaticamente o cheiro ali, seu corpo correspondendo e se aquecendo cada vez mais. Era como se a mera presença dos feromônios do alfa já o atiçasse sem precisar de mais nada para complementar. 

Aos poucos, Marco se perdia naquele cheiro, envolvido demais nas sensações e sentimentos que adentravam por suas narinas e tomavam conta de seu corpo todo.

Suas mãos hesitaram em descer por seu tronco e alcançar seu baixo-ventre que pulsava e esquentava com aquele cheiro impregnado em si. Seus dedos acariciaram por cima dos panos suavemente, um murmúrio baixo deixando seus lábios. 

Seus olhos se fecharam e nada parecia importar mais ali, nem o fato de estar na casa de outra pessoa, ou de estar naquele estado por causa do aroma tão presente do alfa, nada parecia lhe tirar daquele transe, exceto o som de batidas contra a porta e a voz do moreno o chamando que lhe soava um pouco distante. 

As orbes claras se abriram, retomando um pouco da consciência e sanidade que ainda existiam no loiro. Com uma respiração mais longa, o ômega se sentou na cama, mantendo o edredom sobre seu colo e o volume recém-formado ali. 

"Quando me tornei tão depravado assim?" pensou Marco balançando a cabeça em negação, "merda, eu nem sei que horas são, o Ace não pode me ver desse jeito... O que ele vai pensar de mim? Pensa, Marco..."

— Marco, está acordado? Posso entrar? 

O loiro ajeitou a coberta sobre seu colo da melhor forma que pode, tentando esconder o volume indiscreto que ali estava. Com um suspiro baixo, o ômega respondeu afirmativamente aos questionamentos do moreno, vendo-o abrir a porta lentamente e entrar no cômodo com seu sorriso encantador de sempre. 

— Bom dia, dormiu bem? — o alfa olhou para o menor, tombando levemente a cabeça ao notar o amontoado de pano ali, dando uma risada ao perceber o quão óbvio era aquilo — sabe que assim fica mais na cara, não sabe? 

— Bom dia... Dormi bem e você? E-eu... Olha, eu posso explicar... 

— Dormi bem também... Não precisa explicar nada, Marco. Não é algo anormal acordar assim, todo mundo passa por isso — explicou o moreno — quer que eu te deixe sozinho para resolver... Sabe... 

— Eu... Hm... Ace, que horas são? 

— Ah... Agora são nove e alguma coisa — comentou o alfa franzindo levemente o cenho para aquela pergunta. 

literalmente daddyOnde histórias criam vida. Descubra agora