90's Love | norenmin

abrigo

Gente do céu... Pra quem não sabe eu vivo de pequenas obsessões e a do momento se chama Mo Dao Zu Shi
A culpa é completamente deles por essa att tão tarde kkk me desculpem, nem eu acredito que quase esqueci de vir aqui...
Enfim, maratonem animes chineses e boa leitura ~

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Renjun sabia que sua mãe e a de Jeno seriam irredutíveis quanto a flexibilizarem o castigo que receberam por dormirem fora de casa sem avisar e já tinham perdido as esperanças de se verem novamente antes do final das férias. Foi numa tarde preguiçosa e absurdamente quente que a campainha da casa Huang preencheu a sala com o som da esperança: era a família Moon perguntando se Renjun se importaria de tomar conta de Madonna, a poddle carinhosa e saltitante que não sabia parar de abanar o rabo quando o via. Com o melhor olhar pidão que conseguia forjar, Renjun encarou silenciosamente a mãe até que ela suspirasse e concordasse, repreendendo um sorriso quando Renjun saltou do sofá e correu para lhe beijar na bochecha. Chyou conhecia o filho que tinha e sabia que ele usaria a oportunidade para aproveitar os momentos de liberdade que o castigo vinha lhe privando nos últimos dias.

Com a guia de Madonna segura em uma mão, Renjun tocou a campainha da família Kang para perguntar se queriam que ele aproveitasse a viagem para levar Max para passear. O vira-lata preto e enérgico que vivia deixando rastro das garras nas portas da casa ficou de pé nas patas traseiras quando viu Renjun, que não se importou com a sujeira que ele deixou em sua camisa ao apoiar as patas dianteiras em seu peito. Acariciando a cabeça dele, Renjun aceitou banhá-lo no final do dia quando os Kang prometeram adicionar uma quantia generosa ao que já lhe pagavam pelo passeio.

Foi refreando os passos ansiosos de dois cachorros, então, que Renjun saiu de casa pela primeira vez desde o show dos Nightmares. Sorriu contra o vento quente e não precisou pensar antes de guiar os passos até a casa dos Lee. Sem real coragem para enfrentar a mãe de Jeno depois do que tinham feito, Renjun se abaixou para encher a mão com cascalhos disponíveis no pequeno jardim da casa e sorriu antes de começar a lançá-los no vidro do quarto de Jeno. Do lado de dentro, sentindo que estava a um passo de morrer de tédio, Jeno quase caiu da cama ao ouvir o som seco e arranhado das pedrinhas batendo em sua janela. Tinha deitado com a cabeça para fora da cama e sentia o sangue pesar em sua têmpora, deixando-o zonzo quando rodou rápido demais para ver quem agredia sua janela.

Antes mesmo de abri-la, já sorria com a visão de Renjun na parte de baixo da casa. Contrário à sua reação, o que ele disse foi:

– Não acredito que sua mãe já te tirou do castigo!

Renjun riu e Jeno se desmanchou todo contra a janela. Só tinham se passado quatro dias desde a última vez que se viram, quatro dias desde que o relacionamento deles tinha chegado a uma outra etapa – a etapa em que eram aceitos e aceitavam Jaemin. Ainda assim, parecia que uma saudade de anos estava sendo suprida quando viram nascer os sorrisos um do outro.

– O crédito é da Madonna e do Max. Minha mãe só me deixou sair por causa deles.

Jeno concordou e, apoiando os braços na janela, lhe lançou um sorriso mais morno acompanhado de um brilho no olhar quando perguntou.

– Você vai vê-lo?

Renjun não lutou contra o vibrar do estômago que subiu até os lábios num sorriso apaixonado, todo bobo ao assentir.

– Queria que você viesse comigo – confessou e Jeno deitou o queixo nos braços dobrados quando sentiu um aperto incomum no peito.

Se lembrou dos primeiros meses de namoro com Renjun, quando a simples ideia de vê-lo enviava ondas de adrenalina intensa por todo o seu corpo, arrepiando-o e tornando impossível conter o sorriso. Não achou que voltaria a viver a euforia incontida de uma nova paixão, menos ainda que a compartilharia com Renjun. Era como se sentisse o dobro daquela época e por isso cada pequeno detalhe parecia tanto para lidar: naquele momento, a ideia de não estar com eles pareceu o pior dos pesadelos e Jeno quis chorar. Ainda assim, limpou a garganta e falou o que Renjun precisava ouvir.