verão

132 18 59
                                    

oi pessoinhas ><

repassando os tópicos que eu ainda tinha que abordar na fic, percebi que esse cap e o próximo não precisariam de "parte 2"; oq faz desse aqui o penúltimo :')

eu ainda nao sei bem oq sentir, nem consigo organizar meus pensamentos em palavras, mas no próximo tem textinho sim e eu espero que alguma interação da parte de vcs tb, já que estamos chegando ao fim ~

por enquanto, desejo um boa leitura e deixem um votinho! o comentário de vcs faz meu dia, viu? nao me deixem sozinha aqui :'3

AVISOS: o cap aborda levemente crises de ansiedade e faz menção a racismo. leia com discernimento.


O verão de noventa e nove tinha varrido as nuvens da primavera para longe do horizonte, trazendo um céu azul celeste límpido, sem qualquer marca ou imperfeição. O sol era quase tirano, subjugando quem ousasse caminhar nas ruas ao atacá-los pela nuca e incendiar os corpos. Quente e febril também era a situação dentro do apartamento que Mark tinha dividido com Yuta nos últimos meses.O ar-condicionado ligado não amenizava a fúria ardente que o fez lançar um copo cristalino na direção da parede. Mark suava, a camisa esquecida em algum lugar e o zíper aberto de uma ida ao banheiro que ele não se deu conta que tinha esquecido de fechar. Yuta estava perto da janela da sala, sentindo o calor do sol marcando suas costas, mas era do olhar de Mark que sentia não ser capaz de escapar. Ele estava furioso e Yuta, apesar de não voltar atrás, sentia medo ao encará-lo tão transtornado.

O calor não evitou o suor frio de descer por sua coluna.

– Você só pode estar brincando – Mark tinha emagrecido nos últimos meses. A pele se esticava fina contra os ossos, os cabelos oleosos começavam a grudar ao redor do rosto por causa do suor. A única chama que Yuta via nos olhos dele era do rancor e da raiva. Talvez tenha sido isso que o levou a tomar uma decisão – Você realmente vai terminar comigo?

Yuta apertou os dedos ao redor da alça da mala deixada ao seu lado. Seu plano era partir sem que Mark o visse, uma carta objetiva deixada sobre a bancada da cozinha explicava os motivos de não darem certo juntos. Mas Mark tinha acordado antes do esperado, o sol de meio dia e meia parecia virado na direção do confronto, assistindo-os queimar. Yuta suspirou.

– Você está realmente surpreso? – questionou, o tom mais contido que o de Mark, os olhos inquisitivos. Ele ainda conseguia sentir o fedor pungente que parecia exalar de seus poros, Mark cheirava a álcool – Com as coisas desse jeito, por quanto tempo você achou que eu fosse ficar, Mark?

Mark riu desgostoso, uma mão apoiada na cintura fina enquanto a outra passava pelos cabelos ensebados. Precisava de um banho, mas estava com raiva demais para se importar. Verdade seja dita, Mark não se lembrava da última vez em que não esteve com raiva.

– Seu amor é barato demais se você decide cair fora na primeira dor de cabeça – Yuta engoliu seco quando ele começou a se aproximar sem pressa – O que foi, Yuta? Encontrou alguém mais rico, mais idiota para você usar e se sentir grande?

Mark não reagiu quando a mão de dedos longos e bonitos o atingiu um dos lados do rosto. Em alguma parte caótica do que um dia foi sua consciência, ele entendia que merecia aquele tratamento. Só não esperava que Yuta fosse realmente fazer. Quando ouviu a respiração entrecortada, se surpreendeu mais uma vez ao notar que ele estava chorando. Alguma coisa borbulhou no seu peito, uma dor antiga que essa nova fez despertar. Outra pessoa chorando enquanto o olhava magoado e decepcionado.

Mark tinha feito de novo. Tinha estragado tudo, de novo.

– Você quer um motivo, Mark Lee? – a voz de Yuta parecia sair pausada, travada na garganta. Mark nunca o tinha visto tão transtornado, mágoa e dor em um conjunto que machucava olhar. Yuta era lindo demais para ser manchado assim – Não dá para ficar com alguém que não sabe amar. E eu tentei! Eu tentei relevar as brigas sem sentido, a possessividade, a bebida. Porque eu realmente gosto de você. Mas você só pensa em você mesmo! É sempre tudo sobre você, você nunca se importa com o que as outras pessoas estão sentindo, em como elas estão. Você é egoísta e egocêntrico e o mais incrível de tudo isso é que você nem se gosta! Você se põe no topo do mundo e espera que todos te adorem para suprir esse buraco gigante de amor próprio que te falta! Mas deixa eu te dar um conselho amigável – Yuta se aproximou, encarando-o nos olhos – Não vai funcionar. Enquanto você não pegar essa parte quebrada dentro de você e tentar consertá-la, você va continuar cometendo os mesmos erros. E ninguém vai querer ficar.

90's Love | norenminOnde histórias criam vida. Descubra agora