✨Capítulo I- O início da tragédia✨

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Todo meu corpo doía

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Todo meu corpo doía. Parecido mais com o sentimento de uma faca sendo retirada de dentro para fora do meu coração, justo essa dor que não estava sumindo com o passar das horas (só aumentando). Na verdade a cada dia, eu me sentia mais e mais machucada e não tinha ninguém que pudesse mudar isso.

Há um mês atrás minha mãe estava completamente saudável, só que de uma hora para outra ela sentiu uma dor no seio e foi ao médico numa consulta rotineira. Voltou com os olhos molhados, uma papelada de exames que revelava que ela estava com câncer de Mama. E foi assim que meu mundo virou de cabeça para baixo.

O pio de saber que minha mãe estava doente, não foi nem saber que teríamos que enfrentar uma luta intensa contra o câncer. O problema é que minha mãe não tinha mais como lutar, ela estava na fase terminal. O médico deu um mês a três meses de vida para ela. Mas desde que ficou sabendo, foi a gota d'água para ela piorar gravemente. Foi assim que tudo ficou instável.

Agora ela estava internada, e eu nem tinha autorização para passar os últimos minutos de vida da minha própria mãe ao seu lado. Eu tinha ficar na minha casa, imaginando como seria uma vida sem a Leandra Simões. Eu só rezava, pedia nas minhas orações que Deus fizesse o melhor para ela. Eu sabia que só um milagre poderia salva-la, mas que Deus já tinha seus planos e só pedia que neles, ele pudesse ter misericórdia de mim. Eu implorei pela minha própria vida, para que minha mãe pudesse ser aliviada, mesmo que para isso ela fosse embora para sempre.

Eu não queria ser egoísta, era (o resto) da vida da minha mãe. Eu só estava chorando porque ela era a única pessoa que me importava nesta vida. Eu estava prestes a entrar na vida adulta, ter que enfrentar vestibulares e procurar emprego. Mas minha mãe não estaria mais aqui para me sustentar e dar abrigo. Foi assim que eu percebi que estaria sozinha no mundo.

Já era duas da tarde, uma dor angustiante tomava conta do meu coração. Enquanto a Tia Kellyn estava lá embaixo sozinha, eu estava trancada no meu quarto rezando. Mas eu sabia o que aquela dor significava. Minha mãe estava sofrendo, ela estava indo...

- Pai, essa dor é angustiante! Como eu posso ser tão injusta com minha mãe? Ela não precisa sofrer deste jeito, se for a hora a leve. Eu não consigo ver uma luz no fim do túnel, mas também não posso ficar parada e pedir por túnel ter paciência. É a vida dela que está por um fio. A Dona Leandra sempre gostou do liberdade, aposto que a própria vai fazer uma festa ao chegar no paraíso. Se foi o senhor que deu a vida, tome a vida que o senhor tem direito. Eu não estou pronta, mas se estiver na hora de ir a leve.- Imploro ajoelhada ao meu altar de orações, com o terço nas minhas mãos e sentindo aquela dor piorar.

Fecho os olhos mentalizando pela última vez o rosto da minha mãe. Ela estava naquela cama de hospital, toda cheia de aparelho e mesmo assim o maior dos sorrisos esboçava nos seus lábios. Então como nos filmes, ela fechou os olhos e soube naquele momento que ela adormeceu eternamente. "Tchau mamãe, eu te amo".

Apaixonada pelo Coroinha✞Onde histórias criam vida. Descubra agora