Meu Doce Pecado

Não é coisa de momento, raiva passageira

Algumas horas mais tarde finalmente chegamos em meu apartamento de Busan, Taehyung parecia cansado da viagem já que por escolha própria, não quis fazer nenhuma parada do resort até em casa. Eu estava mentalmente exausto, porém nenhum dos dois teve coragem de tocar no assunto, estava ciente de que ele deveria estar preocupado e cheio de dúvidas do que deveria fazer, entretanto no momento não tinha o menor ânimo para falar ou fazer qualquer coisa, deixei que ele ficasse a vontade no apartamento e segui para o meu quarto, precisava de um tempo sozinho para pensar no que estava acontecendo e como iria resolver toda aquela merda.

Entrei no meu quarto, indo direto para a cama e me jogando na mesma, os braços abertos no colchão enquanto meus olhos se focaram em um ponto qualquer no teto de coloração bege, minha mente repetindo diversas vezes o quanto Doyoung era um cretino nojento, que eu queria poder esmagar entre meus dedos até que não sobrasse nada dele. Não sei por quanto tempo permaneci dessa forma, mas só fui tirado do meu limbo mental ao ouvir meu celular tocando, tentei ignorar, fingir que estava morto para quem quer que fosse, mas aparentemente quem me ligava era ainda mais irritante que eu. Busquei o aparelho dentro do bolso da calça e o levei até a orelha após o atender.

- Hyung! - a voz entrecortada, carregada de rouquidão e preocupações soou pelo auto falante e momentaneamente me senti relaxado. - Porra! Eu estava muito preocupado!

- Oi, baby. - Falei fraco, sentindo meus lábios se arquearem em um sorriso fraco, independente de tudo que havia acontecido, ele ainda conseguia me trazer um pouco de paz. - Desculpe por ter saído daquele jeito.

- Não, não, isso não importa agora, eu entendo você. - ele parecia chateado, sua voz transmitia cansaço e perceber isso me fez ficar ainda pior porque eu estava de mãos atadas, não tinha como consolá-lo agora. Estávamos os dois na mais pura merda! - Você já chegou em Busan? Como foi a viagem? Você comeu? Por favor, não fique sem comer.

- Chegamos agora a pouco. - Respondi mantendo o sorriso fraco nos lábios e me ajeitei na cama, virando de lado e encolhendo as pernas quase em uma posição fetal. - Eu prometo que vou me alimentar bem, afinal eu ainda sou o mais velho dessa relação!

O riso contido cortou a linha e me fez fechar os olhos por um momento, aliviado por saber que eu poderia o deixar feliz nem que fosse por um momento.

- Eu já estou com saudade. - Ele soltou depois de um momento de silêncio, me fazendo sentir o peito apertado. - Mamãe... mamãe está agendando visitas a psicólogos para mim.

- O que? - Perguntei surpreso, Yoora estava realmente fora de si. Soltei um suspiro de resignação e raiva por não poder fazer absolutamente nada para mudar aquele quadro caótico que estávamos. - Isso não deveria me surpreender.

- Ela... ela também... me proibiu de ir atrás de você. - Ele falou ainda mais baixo e eu podia imaginar como isso deveria estar sendo difícil para ele e antes que eu dissesse qualquer coisa ele me fez uma pergunta. - Hyung, está ocupado?

- Não, por que?

Perguntei de volta, completamente curioso e não demorou para que a ligação caísse e ele voltou a me ligar, desta vez em uma chamada de vídeo. Atendi a mesma sem me dar ao trabalho de sentar, apenas puxei um dos travesseiros pela cama apoiando o celular ali para que ele pudesse me ver e ter uma boa visão dele, reconhecendo o lugar onde ele estava.

- Voltou para o chalé? Achei que ela faria vocês voltarem para Busan o mais rápido possível.

- O Doyoung ... - Era nítido o ódio transbordando por seus olhos ao mencionar o nome do próprio pai e eu até estava tentando, mas era impossível não me culpar por estragar o relacionamento dos dois. Jeongguk e o pai eram amigos, muito parceiros e faziam quase tudo juntos e agora eu tinha culpa por eles estarem se afastando e se odiando. - aquele babaca ainda tem pendências aqui. Vamos embora somente sexta e ela não quer que eu volte antes e sozinho porque sabe que vou atrás de você.