Eu vou Correr tão Rápido

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Era a segunda vez que eu o via sair assim, me deixando para trás, contudo desta vez eu não estava irritado e magoado com ele porque entendia perfeitamente a situação, mas não conseguia impedir meu alfa de se sentir desesperado para o abraçar e consolar. Ter Jimin em meus braços era a única coisa no mundo que me acalmava, que me impedia de ir até Doyoung e socar o rosto dele até que o mesmo ficasse desfigurado, eu podia entender o medo do meu ômega, mas não consegui controlar o ódio que me dominava ao pensar no tamanho da ferida que ele estava abrindo no meu hyung.
Não sabia quanto tempo mais eu conseguiria suportar aquela situação, mal tinha se passado um dia longe dele e eu já podia me sentir surtando, a um passo de fugir daquele lugar para ir atrás dele. Não conseguia entender como mamãe podia ter caído naquela cilada tão mal formada, tão idiota e sem sentido, ela conhecia Jimin a vida toda e mesmo assim ficou contra ele sem ao menos dar a ele uma chance de se explicar, de contar a verdade.
- Porra!
Resmunguei irritado saindo do banheiro e batendo a porta atrás de mim com força, atraindo a atenção de Yoongi para mim que assim como eu, não estava de bom humor.
- Ontem, foi Jimin que me ligou. - Ele falou baixinho, olhando brevemente em direção a porta, mesmo ciente que estávamos sozinhos no chalé.
- O que ele queria? - Perguntei indo até meu amigo que permanecia sentado no sofá com sua típica cara de tédio.
- Ele quer ver meu pai. - Ele parecia confuso e eu não consegui disfarçar que também estava, quer dizer eu sabia que ele estava comigo mas, algo dentro de mim queria ser imaturo e pensar no pior, porque ele estava longe e ao invés de perguntar de mim ele simplesmente queria ver outro alfa. Mais velho. Solteiro. Balancei a cabeça querendo afastar aquelas paranóias mesmo ciente que elas estavam crescendo no fundo da minha mente. - Eu acho que deve ser algo a ver com a ligação de vocês.
- Pro bem do seu pai, espero que sim. - Falei sem pensar, levando uma das mãos em frente aos olhos esfregando ali de forma desajeitada, completamente neurótico. - Desculpa, Yoon. Não quis dizer isso.
- Você anda meio... - ele parou de falar por breves segundos, apenas me encarando e eu não retribui, apenas foquei no teto a fim de manter a calma. - Explosivo desde que ele voltou pra casa.
- Eu só quero ir atrás dele, mas eu sei que se fizer isso vou piorar tudo.
O resmungo baixinho escapando por meus lábios, sabia que Yoongi não merecia escutar meus problemas, eu queria não ser um amigo chato que se afunda em problemas e o envolve nisso, mas era quase impossível não ser.
Desviei o olhar do teto ao ouvir o celular do meu amigo vibrar em seu bolso, observando a lentidão que ele se movia para pegar o aparelho e atender. Minha respiração ficando mais acelerada e a expectativa aumentando a cada segundo, enquanto ele desbloqueava a tela do aparelho e o levava até sua orelha.
- Oi, pai. - Ele ficou quieto por alguns segundos e então me olhou sorrindo. - Você vai o que?
- Seu pai? O que ele quer?
Perguntei virando novamente o rosto para o teto e inconscientemente, meus instintos aflorados de forma que nunca foram antes, podia ouvir com perfeição o que o senhor Min dizia do outro lado da linha, quase como se estivesse na minha frente falando.
- Filho, Jimin me pediu ajuda, mas não sei como fazer isso então se puder dizer aos pais dele que eu tenho um psicólogo para indicar.
- O que? Como assim pai? Que psicólogo?
- Jimin pediu pra indicar um, diga que foi o que eu frequentei quando me separei de sua mãe...
- Jimin? - Perguntei, sentindo como o nome saiu mais alto do que deveria e de como eu estava rouco.
Yoongi se virou para me encarar, as sobrancelhas levemente unidas como se eu fosse louco e se levantou, indo pro quarto para falar com o próprio pai e mesmo com uma distância razoável e a porta fechada eu ainda podia ouvir Jihyun falando com o filho, assim como sabia que minha mãe estava vindo para o chalé, andando apressada pela camada de neve e arrumando o casaco. Fechei os olhos com força, respirando profundamente e cada pequeno barulho me fazia ter uma visão distorcida de tudo ao meu redor, minhas orelhas estavam hipersensíveis e isso estava me assustando um pouco, as batidas apressadas do coração de mamãe me permitiram ver por atrás da porta e tudo isso sem abrir os olhos.
- O que você quer?
Ela estava confusa, mal havia passado o rosto pela porta e quando finalmente entrou no chalé eu permanecia da mesma forma, de olhos fechados, ela deu alguns passos na clara intenção de se aproximar e eu não consegui conter o rosnado grave que saiu por meus lábios.
- Você está rosnando? Para a sua mãe? É sério isso?
- O que você quer?
Repeti a pergunta, mantendo as mãos sobre as coxas, apertando tão forte que podia sentir minhas unhas rasgando o tecido grosso do jeans que eu vestia e logo fincando na carne, quase como se fossem garras.
- Vamos voltar hoje. - Ela falou se sentando no sofá a minha frente e estendeu uma das mãos para me tocar e aquilo me deixou enfurecido, a vontade que me consumia aos poucos era de levantar, sair do chalé e correr atrás do meu ômega pouco me fodendo para todos ao meu redor. - Jimin já voltou para Seul e seu pai tem uma reunião com alguns investidores do hospital, precisa ir para a capital.
- Ele vai atrás do meu ômega! - a acusação saiu como um rosnado animalesco, quase impossível de controlar e quando levantei o rosto para encarar a mulher que me deu a vida, pude ver nitidamente o medo em seus olhos. - Jimin é meu ômega, se ele encostar nele eu o mato.
- Meu Deus, Jeongguk! É do seu próprio pai que está falando. Você melhor do que ninguém deveria conhecer a índole dele e da sua fidelidade com a família.
O coração acelerado, não era medo, era mentira, ela sabia que estava mentindo e que poderia ser pega a qualquer momento, porém a pergunta que rondava minha cabeça era: por que Yoora está mentindo sobre o marido?
- É uma ameaça.
Falei por fim, encarando seus olhos amendoados que transmitiam medo de eu atacar.
- Você está bem, filho? - Ela fez menção de se levantar, mas parou no meio do caminho. - Você está babando?
- Deve ser um efeito colateral do inibidor de hut.- Yoongi falou enquanto saia do quarto e se aproximava de mim, colocando a mão em meu ombro e o apertando, como se quisesse me controlar. - Aliás, tia Yoora, eu estive pensando no que disse e quero ajudar meu amigo. Ele claramente está precisando de uma terapia.
- Sim, ele precisa muito de ajuda profissional para superar e entender tudo isso.
Os olhos dela desviaram dos meus e olharam para Yoongi com esperança, como se achasse que eu fosse o ouvir.
- Meu pai fez terapia com um psicólogo muito bom quando se separou, ele veio de Seul e é muito bem recomendado. Se quiser eu posso pegar o número dele com meu pai e passar pra senhor checar.
- Ah por favor faça isso, Yoongi. Jeongguk está mesmo precisando.
- Já disse que não vou fazer terapia nenhuma!
Gritei, extremamente irritado e me afastei do aperto de Yoongi indo para próximo da porta a abrindo com muito mais força que o necessário, indicando que era hora de ela sair.
- Sabe que com esse comportamento, só tem a perder, não é?
- Saia.
- Jeongguk, terei que tirar seu carro também? - Aquilo me fez ficar ainda mais irritado, eu não era mais uma criancinha, não era mais o bebezinho que ela insistia em querer acreditar, tomado pela raiva passei a mão na chave do carro e sai do chalé. - Jeongguk? Volta aqui, agora!
A voz dela parecia ainda mais irritante do que de costume e por isso apenas balancei a cabeça em negação enquanto corria o mais rápido que conseguia para onde meu carro estava, a fim de sumir daquele lugar e ir atrás do que era meu. Se Doyoung iria para Seul atrás de Jimin, ele encontraria apenas comigo.
Achar o carro dentre tantos não foi difícil, sair do resort e pegar a estrada foi extremamente relaxante e libertador, era como eu tivesse passado esses dois dias amarrado e sem conseguir respirar e agora, com a possibilidade de ver Jimin, tudo parecia ficar ainda mais confortável, era como se a ideia me deixasse calmo.
Minha ideia de dirigir até Seul, não foi pra frente, já que depois de horas de estrada, eu acabei parando na casa dos meus avós maternos, eles claramente não estavam já que tudo está a fechado e essa era a época do ano que eles saiam para curtir em casal, claramente um plano que teria com Jimin.
Quando sai do carro, na penumbra da noite senti o vento gélido tocar minha pele, me fazendo perceber somente agora que eu não vestia camisa nenhuma, olhei meu corpo por um breve momento, percebendo que minha calça estava rasgada e havia sangue seco nas mesmas, levantei as mãos a altura do rosto analisando, querendo encontrar a razão pela qual eu havia me ferido daquela forma, já que não era do meu feitio deixar meu alfa dominar me tão abruptamente, na verdade ele sempre foi muito paciente e controlado, a ausência de Jimin que estava me deixando desnorteado.
Me encostei no carro fechando os olhos enquanto respirava fundo, pensando no que deveria fazer. Já estava de madrugada e não sabia se eu conseguiria dirigir até Seul, pelo menos não com aquela oscilação no meu temperamento.
- Porra!
Resmunguei novamente enquanto sentia a raiva subir por minhas entranhas novamente, socando a porta do carro ao qual permanecia encostado, ouvindo um som alto da lataria amassada.
- Por que eu vim pra cá?
Voltei a reclamar, agora levando as mãos aos cabelos e os puxando levemente, sentindo uma dor chata percorrer meu couro cabeludo e estava pronto para continuar me depreciando quando o cheiro gostoso invadiu minhas narinas, me entorpecendo ao ponto de me deixar tão zonzo que achei que pudesse desmaiar de tanto prazer, abri os olhos buscando entre a escuridão da noite o dono daquele feromônio, encontrando na casa ao lado o ômega baixinho de cabelos bagunçados e vestindo apenas uma bermuda, seus olhos estavam azuis, tão azuis que eram mais como sinalizadores para que eu pudesse o encontrar e ao então a ficha caiu. Os pais de Jimin eram vizinhos dos meus avós!
Dei um passo à frente, contudo não precisei me mover mais um centímetro, já que ele estava correndo para mim. Com os braços abertos senti o corpo menor se chocar contra o meu em um abraço apertado e carregado de saudades, não era somente eu que estava pirando, provavelmente ele também e isso me deixou levemente aliviado, porque saber que ele me queria na mesma intensidade era bom e me acalmava, ser correspondido era prazeroso demais.
- Você não devia estar aqui!
- Eu morreria se não viesse.
- Como sabia onde eu estava? - A voz dele estava abafada, já que o menor passava o rosto em meu peito, me cheirando e afundando o rosto contra a minha pele enquanto suas mãos pequenas deslizavam por toda as minhas costas.
- Eu sempre sei onde meu ômega está!
Sorri fraco, sentindo meu corpo inteiro se arrepiar quando o nariz pequeno chegou a minha clavícula, sendo seguido de um beijo fraco e um leve roçar de sua língua na minha pele.
- Eu tenho... - Ele tentou falar, mas como dois imãs não conseguimos parar de tocar um ao outro. - ...um plano...
Apenas concordei balançando a cabeça, deixando minhas mãos sentirem a pele macia de suas costas, descendo até pouco acima do cós da bermuda, o trazendo cada vez mais para perto.
- Precisamos conversar, baby.
- Eu sei, só mais um pouco. - Falei fraco, inspirando o aroma que se desprendia de seus cabelos.
- Ggukie, está frio.
Ele reclamou manhoso e eu ri fraco, deixando um beijo em sua testa antes de abrir a porta do carro para que ele entrasse, para onde iríamos naquela madrugada, não importava, só precisava ser com ele, qualquer coisa que eu fizesse ao lado daquele ômega já me deixava feliz, somente por ser ele ao meu lado.
Observei a forma que ele entrou no carro, pulando do banco do motorista para o banco do passageiro e enquanto eu me acomodava atrás do volante ele ligava o ar do carro, deixando o ambiente mais quente para não correr o risco de ficar resfriado.
- Para onde vamos?
- Pode ser para a praia.
Ele nem desviou o olhar da janela e eu apenas aceitei sem questionar, sentindo que apenas a presença dele já me deixava calmo, servindo de trilha sonora da nossa fuga, uma música calma tocava baixinho rompendo o silêncio entre nós.
- Tenho me sentido estranho hoje. - Comentei com desgosto quando estávamos quase chegando, levando uma das mãos até a coxa dele e apertando ali. - Senti que se não te visse hoje, poderia surtar.
- Estranho? - Ele perguntou baixinho, virando o rosto para me olhar e eu retribui, por um momento quase perdi o controle da direção. Os olhos bonitos, estavam em um misto de azul e castanho.
- Como... como você...
- Eu sei que é estranho, mas não consigo controlar.
- Todos estão vendo seu ômega? - Algo dentro de mim se agitou, me fazendo ficar agoniado. A mudança na coloração dos olhos era a coisa mais íntima que alguém poderia ter, era um legação profunda e saber que outros podiam ver isso em Jimin me deixava enciumado, quase doente de raiva.
- Eu não saí por aí mostrando a ninguém. - A mão pequena tocou a minha e foi automático meus dedos se prenderem aos dele, enquanto estacionava o carro próximo da areia. - Somente meus pais e Taehyung viram, quer dizer Jihyun também, mas foi por uma boa causa.
- Jimin! - Falei em tom de alerta, ouvindo uma risadinha vinda dele. - Hyung, não tem graça.
- Tem sim, baby. - Ele levantou minha mão entrelaçando nossos dedos e então beijou minha mão, todo meigo e delicado, me fazendo desmanchar de amores por ele. - Yoongi avisou ao Tae que você estava estranho, contou que saiu sem rumo e que estava muito agressivo.
- Eu... eu estou bem, só estou um pouco irritado. - Respondi envergonhado, abaixando a cabeça por alguns segundos. - Meu corpo tem deixado meu instinto muito visível.
- Como assim?
A voz doce e melodiosa fez algo dentro de mim se acender como uma fogueira, estar ao lado dele me deixava quente. Fechei os olhos, ouvindo ele se mexer no banco e ficar sentado de lado, me encarando e eu sabia exatamente como ele estava apenas pelos barulhos que ecoavam dentro do carro e me fazia ter uma visão distorcida, porém nítida de tudo que estava no automóvel.
- Minha audição está mais apurada, mesmo de olhos fechados eu consigo ver as coisas, quer dizer quando tem algum barulho sendo alto, eu consigo ter uma noção de tudo ao meu redor, quando é mais baixo, não é nítido, mas eu sei se alguém está se aproximando.
Confessei baixinho, aquilo tudo que estava acontecendo era muito estranho e eu sabia que não podia ser apenas o estresse dos últimos dias, nenhum dominante tinha os sentidos tão apurados assim.
- Eu consigo sentir seu cheiro muito mais nítido agora, consigo diferenciar seu perfume, sua hidratante, seu desodorante e ... - Puxei o ar novamente. - Seu sabonete, o shampoo e condicionador.
- Jihyun mencionou coisas assim. - A voz dele demonstrava admiração, mas jamais medo ou surpresa, era como se ele soubesse de tudo antes mesmo que eu colocasse em palavras. - Eu estou encontrando meu ômega, você vai achar seu alfa.
- O que? Como assim?
- Quando chegamos aqui, eu tive uma memória... aliás, por que você me fez esquecer que fui atrás de você em Seul?
- Você se lembra disso? - Ele balançou a cabeça me deixando ainda mais confuso, eu tinha manipulado sua memória tão bem. - Eu... eu posso explicar, não aconteceu nada eu juro por Deus hyung, eu não toquei em você, mesmo querendo muito, naquela noite eu vi que você estava entorpecido pelo meu estado do Hut, na época eu não entendia o porquê você ter ido até mim e achava que era porque você me sentia, mas eu não toquei você. Jimin, eu o levei pra casa porque...
- Ggukie, calma. - Ele tocou meu rosto me fazendo olhá-lo. - Eu sei, sei que você me levou embora, que não tocou em mim. Só queria saber o motivo.
- Não era você. - Falei baixinho, perdido no olhar bonito dele. - Era seus instintos, mas sua razão não estava presente. Não seria consentido, era o mesmo que você estar bêbado ou drogado. Eu o queria pra mim por completo, não pela metade.
Aqueles olhinhos pequenos, que diminuíram ainda mais quando ele abriu aquele sorriso lindo com os dentes da frente levemente fortinhos, seria sempre a coisa que mais me atraia nele e ver a forma que ele ficou ao me ouvir, me deixou ainda mais apaixonado.
'Toque-o, sinta o ômega'
Fechei os olhos brevemente, tentando conter a vontade crescente de tocar nele, apenas sentir seu corpo colado ao meu.
- Isso é muito bonito Ggukie. - Ele fez um carinho em minha bochecha e eu parecia um cãozinho adestrado, mas não podia me importar menos. - Sabe, depois que me deixou em casa seu pai apareceu, eu consegui me lembrar.
- Doyoung! Ele não é meu pai, é só o doador de esperma.
Retruquei ríspido, segurando na mão dele e beijando sua palma.
- Tudo bem, desculpe. Doyoung sabia sobre nós daquela época, ou talvez ele apenas achasse que eu estava atrás de um alfa. - Senti a ponta de seu dedo indicador contornar minha boca, me deixando arrepiado. - Meu ômega me fez lembrar e eu fiquei apavorado, por isso fui ver Jihyun.
- O senhor Min. - Reforcei a maneira formal da qual tratava o pai de Yoongi, não gostava da proximidade que Jimin estava mostrando com o alfa mais velho. - Ele ajudou?
- O senhor Min... - Enfatizou o menor, abrindo um sorriso travesso nos lábios me deixando entender que ele sabia que eu estava enciumado. - Me contou toda a história do filho de Licáon, de como ele se tornou abusivo e matou a humana e ela teve um filho dele, um humano também. Bom, era o que se achava até que o filho de Licáon encontrasse o filho e o desejasse como seu, abrindo uma guerra pública a qualquer um que fosse querer o retirar dele. Então, surgiu o primeiro alfa dos alfas, de olhos vermelhos, sentidos aguçados e extremamente forte, que por amor encarou o pior dos filhos daquele reinado e venceu.
- Ele era apaixonado por um ômega. - o corrigi, já havia ouvido aquela história várias e várias vezes, mas jamais foi provado a existência de tal alfa. - Quer dizer, o ômega do seu amante era recessivo e só surgiu assumindo o cargo de ômegas dos ômegas quando teve seu alfa lutando por aí.
- Você conhece a história?! - Ele riu enquanto eu concordava com a cabeça. - Então, você já tem uma ideia do que está acontecendo com você.
- O que? Como assim?
Perguntei confuso, me perdendo brevemente na conversa ao abaixar os olhos e encarar os mamilos bonitinhos dele.
- Eu estou com o olho azulado. Jihyun acredita que você é o alfa dos alfas e eu talvez, seja seu ômega.
- Você é meu ômega. - Afirmei sério, não gostava da idéia de que ele pudesse não ter certeza sobre isso. - E eu não sou, um alfa desses fica com os olhos vermelhos.
- Igual a você, Jeongguk. - Ele se mexeu afobado no banco, ficando de joelhos.- Quando a gente dormiu junto pela primeira vez, seus olhos estavam vermelhos, na última noite juntos também, quando você bateu no seu pai ...
- Porra, ele não é meu pai! - Falei grosseiro, a ideia de ter qualquer laços familiares com aquele cara me causava repúdio e ódio, era quase incontrolável e inevitável não me encher de ódio. - Eles estão vermelhos agora...
Jimin falou baixinho, parecia fascinado enquanto virava meu rosto para encarar o espelho retrovisor e ali eu pude ver o avermelhado sumindo para o dourado e em seguida para o meu castanho natural.
- Isso quer dizer...
- Sim, que somos um do outro. - Jimin se apressou a dizer, se mexendo novamente e vindo para o meu colo, acidentalmente batendo o cotovelo na buzina do carro, arrancando risos de nós dois. - Me desculpe, machucou?
Balancei a cabeça em negação, sabia que ele estava preocupado com a minha sensibilidade auditiva. Ainda sorrindo para o mais velho, afastei o banco para trás dando mais espaço para nós dois.
- Gosto de você assim, comigo.
Falei apoiando a testa em seu peito e não demorando para suas mãos pequenas deslizarem por entre meus fios, em um carinho gostoso que me fazia sentir em casa.
- Sei que o que vou pedir agora é difícil, mas eu preciso que tente ao máximo se controlar, se você despertar ou eu, consequentemente o outro também vai e seu alfa não vai querer que nada nem ninguém fique entre nós.
- Vamos despertar logo então. - Me afastei um pouco para olhar para ele, ansioso por estar sempre ao seu lado.
- Eu tenho um plano para livrar sua mãe das garras do Doyoung. Eu não posso deixar ela nisso, e bem afastar você dela.
- Isso tem haver com o psicólogo?
- Sim. E eu preciso que você me ajude. - Ele parecia ansioso e céus, quem teria coragem de negar algo para esse ômega quando ele estava sem camisa e todo molinho assim? Apenas concordei novamente balançando a cabeça. - Eu quero deixar Doyoung louco, para isso temos seis meses, já armei tudo para que seus pais acreditem que estou em Seul, vou ficar com meus pais e você vai forjar um namoro....
- Não, não quero ficar perto de outro ômega.
- Baby, por favor. - Droga, por que ele tinha que ser tão fofo me pedindo as coisas? Precisava segurar meu rosto como se eu fosse a coisa mais valiosa do mundo pra ele? - Nós vamos nos ver com frequência, assim que Yoora se certificar que Hoseok é bom pra você, ele vai deixar as sessões para que seja nossos encontros e também acho que você precisa falar com alguém sobre tudo isso.
- Eu falo com você.
- Alguém que não esteja no furacão, alguém profissional. Doyoung era seu pai até poucos dias atrás, você precisa processar isso de forma saudável.
Odiava admitir, mas sabia que toda a raiva e ódio uma hora iria passar e acabar ficando apenas o ressentimento e a decepção, Jimin estava certo em sugerir que eu falasse com o psicólogo.
Passei as mãos em seus braços em um carinho singelo mostrando sem palavras que entendia onde ele queria chegar e concordava.
- Tudo bem, eu converso com ele, vai ser bom pra mim. - Sorri fraco, observando o sorrisinho dele. - Agora me conta seu plano.
- Sabe que precisaremos ficar longe por um tempo, não é? Só até que você arrume um namoro falso, sua mãe fique mais tranquila com a terapia e bem, eu sei que Doyoung vai querer se certificar que estou em Seul.
- Ele tem uma reunião com os acionistas do hospital, mas se ele for até você. Eu vou matar ele, juro por Deus que vou.
- Precisa confiar em mim. Eu já planejei tudo, Taehyung está me ajudando, Yoongi fez a parte dele e você precisa fazer a sua. Depois que ficarmos afastados e nos encontrarmos, eu vou aromatizar você, Yoora não vai sentir, mas seu pai vai e quando ele começar a ficar obcecado com isso a gente vai mexer com o psicológico dele e assim mostrar pra sua mãe que ele é o errado disso tudo.
- Se ele vier atrás de você? Hyung, eu não estou brincando, só de pensar na hipótese já sinto raiva.
- A ideia é ele vir atrás, é ele surtar e então teremos provas contra ele. - Observei a forma como ele fechou os olhos, parecia animado com a ideia de se livrar desse empecilho que meu pai havia se tornado. - Taehyung estava pesquisando sobre as acusações que ele me fez, para que eu esteja preparado caso eles prossigam sobre isso.
- Você pensou em tudo pelo visto. - Falei orgulhoso do homem no meu colo. - Tudo que consegui pensar foi em você, em como queria estar ao seu lado. Droga, eu sou muito imaturo.
- Talvez um pouquinho. - Ele riu, uma risada gostosa, chegando a jogar a cabeça para trás. - Eu também pensei em você, a cada hora, minutos, segundos...
- Isso é muito bom de ouvir.
- Eu sei que Yoora está te tratando como criança, mas você precisa aguentar mais um pouquinho, pela gente.
- Fica difícil recusar quando você pede assim. - Balbuciei apertando os braços dele e o puxando mais para mim. - Você não tem ideia do quanto é difícil pensar com você no meu colo.
- Ah, estou deixando o garotinho da mamãe desconfortável?
- Eu não sou um garotinho Jimin!
E mais uma vez aquela sensação quente subindo por meu peito, me enlouquecendo, fazendo meus batimentos acelerados, a garganta seca e o desejo desenfreado me consumindo tão rápido e forte, o efeito que esse homem tinha sobre mim era muito grande e céus, eu nem tinha vontade de lutar contra.
- Gosto quando me olha assim. - Desviei o olhar de sua clavícula branquinha e lisinha, para seu rosto bonito. - Com esses olhos vermelhos tão intensos.
E eu perdi tudo quando ele arfou ao fim da frase, se remexendo no meu colo e acidentalmente, ou não, se encaixando ainda mais em mim.
- Hyung, sobre o nosso acordo...
- Depois de tudo que aconteceu... - ele começou baixinho, se inclinando para frente e selando nossos lábios gentilmente quase como se me provocasse. - Não acho que valem de alguma coisa agora.
- Você está falando sério? - perguntei surpreso, abrindo os olhos para encará-lo e quase tive um infarto ao ver a coloração de seus olhos mudando sutilmente de castanhos para azuis e por fim um leve lilás, bem no fundo de suas íris. - Jiminnie...
- Eu quero me despedir de você corretamente. - Ele puxou o ar com força e fechou os olhos, provavelmente sentindo meu aroma. - Quero me lembrar de onde é meu lar.
Eu mal conseguia raciocinar o que ele dizia, antes de sentir o corpo dele grudar ao meu enquanto nossos lábios se uniram em um beijo desajeitado e desesperado. Minhas mãos desceram sem pressa por seus braços, indo para a cintura apertando de leve antes de deslizar pela lateral do corpo dele, passando da coxa para a bunda e só então apertando com força, sentindo ele separar nossas bocas para gemer baixinho e se empinar em cima de mim. As mãos pequenas desceram por meu peitoral, arranhando de leve antes de chegar ao cós da calça que eu vestia, seus lábios sedentos não saiam da minha pele alternando vez ou outra entre beijos, mordidas e lambidas.
- Merda! - Ouvi ele resmungar e acabei rindo do seu jeito desesperado de querer tirar minha roupa. - Por que você usa essas coisas?
Não consegui resistir ao biquinho manhoso dele, beijando de leve enquanto o segurava com força pela cintura e o coloquei no banco ao lado, separando nossos lábios com muito custo, já que mal terminavamos um beijo para ele buscar minha boca em outro ainda mais gostoso.
Com um pouquinho de pressa abri o botão da minha calça, a puxando para baixo de uma jeito desengonçado e mal tive tempo de baixar a box que vestia e ele já estava em cima de mim novamente, completamente nu e se sentou nas minhas coxas, buscando meus lábios em outro beijo de tirar o fôlego. Queria conseguir manter a calma, tocar ele sem pressa e dizer que tínhamos todo o tempo do mundo para nós dois, mas não era verdade e a mesma ânsia que ele tinha de mim, eu sempre tive dele.
- Hyung...
Sussurrei fraquinho, separando nossas bocas para gemer ao ter os dedinhos pequenos em torno da minha ereção. O polegar dele pressionavam a fenda da minha glande, sua palma me acomodava de um jeitinho gostoso e macio e os dedinhos gordinhos pressionavam a extensão, fazendo a pressão mais gostosa quando ele girava a mão e descia minimamente pelo meu pau, aquilo era a melhor tortura que já havia recebido na vida.
- Eu... preciso te confessar uma coisa.
A voz ofegante de tesão saiu baixinha enquanto ele apoiava a testa em meu ombro e focava a visão no meio de nós, onde sua mão trabalhava em me enlouquecer e as minhas brincavam de marcar a pele macia de sua bunda.
- Confessar? Ain...o que?
Era difícil manter o foco na conversa com aqueles movimentos tão cruéis em mim, ele podia acelerar só um pouquinho, só isso. Fechei os olhos por um breve momento, enquanto uma de minhas mãos avançava por sua bunda, chegando no meio de suas bandas e tocando superficialmente sua entradinha, involuntariamente forcei o quadril pra cima, como se o estocasse.
- Eu passei esses dias...- Ele começou novamente gemendo contido com meu toque e se empinando mais para mim. - me tocando, imaginando que era você, mas meus dedos são pequenos demais.
Eu ia surtar, ia morrer de tesão por um ômega baixinho e autoritário. Como ele podia me contar uma coisa daquelas? Suas bochechas nem estavam vermelhas e ele parecia ficar ainda mais excitado em ver como mexia comigo, como me enlouquecia sem precisar de muito.
- Você gozou, hyung? Gozou enquanto me imaginava aqui?
Forcei o dedo médio para dentro, o corpo menor se contorceu em deleite e eu senti meu próprio pau pulsar contra a mão pequena.
- Sim. Eu gozei enquanto estava de quatro na cama, chamando por você...
- Puta que pariu! - Rosnei em excitação, minha mão livre subindo direto para os fios da sua nuca, puxando e forçando ele a me encarar. Não me surpreendendo ao ver o sorriso malicioso em seus lábios. - Você quer me matar Sweet?
Ele não respondeu, apenas fechou os olhos e moveu o quadril em um rebolar gostoso contra o meu dedo em seu interior, podia sentir como sua lubrificação natural já expelia com abundância, deixando o atrito mais fácil e descomplicado.
- Eu gosto quando você me toca, mas prefiro quando me fode!
Sua fala foi acompanhada de sua mão, deslizando por todo o meu membro antes de voltar a glande e apertar enquanto deslizava minimamente por ali, me deixando agoniado em expectativa.
- Eu tento, eu sempre tento me manter calmo e não te machucar.. - Falei baixinho, descendo a mão para a sua e a tirando do meu pau, logo tirando meu dedo de seu interior também, espalmando as mãos em sua bunda apertando e afastando as bandas enquanto o forçava a se levantar. - Mas você me deixa à beira do abismo, você me controla tão bem!
- Você vai meter em mim agora, Ggukie?
Porra, mil vezes porra!
O que esse homem fazia comigo? Como ele podia me deixar tão insano assim por ele? Qualquer outro ômega ficaria com receio de provocar um alfa, ainda mais um dominante, mas ele não. Ele só queria que seus desejos fossem atendidos na hora que ele bem entendesse e céus, eu não era forte o suficiente para ir contra isso, eu nem queria ir. Porque fazer as coisas para Jimin era tudo que eu queria.
O cheiro dele estava mais forte, era quase como se tivesse uma fumaça densa dentro do carro, com uma mistura dos nossos feromônios e não demorou para que ele se mexesse e eu pudesse sentir sua entradinha contra a cabeça do meu pau.
- Ggukie... por favor... - Balancei a cabeça em negativo, vendo a forma como ele estava ansioso para me sentir e mesmo que quisesse postergar o máximo que conseguisse nosso alívio, eu mesmo já o estava encaixando em cima de mim, forçando sua cintura para baixo enquanto eu forçava meu quadril pra cima, o invadindo de forma bruta. - Porra, você é muito grande!
Ele choramingou baixinho, apoiando a testa em meu ombro e suas mãos em meu peito com suas unhas forçando contra minha pele, respirei fundo mantendo a pouca sanidade que me restava, esperando que ele me fizesse quando me mexer.
Não demorou muito para que ele mesmo rebolar no meu colo, forçando seu corpo contra o meu me fazendo ofegar enquanto ele passava a subir e descer contra meu pau, deslizando e rebolando tão gostoso que eu mal conseguia raciocinar, apenas aproveitar a forma gostosa como eu me afundava nele, minha boca indo de encontro ao seu pescoço, peito, clavícula deixando marcas temporárias para mostrar que ele era meu, assim como eu era dele. As mãos pequenas se apoiavam em meus ombros, conforme ele ia subindo e descendo com mais rapidez e força, minhas mãos o ajudando enquanto se aproveitavam para apertar sua bunda com gosto, meu pau indo tão fundo que eu tenho certeza que não demoraria a gozar.
- Jimin, calma... - pedi fraquinho, sentindo os lábios cheinhos maltratando meu pescoço. - Calma, eu quero te comer de costas...
Ele gemeu rouquinho no meu ouvido e pude sentir ele se contrair em torno do meu pau, me deixando a um passo do abismo. Lentamente ele se levantou e um pouco atrapalhado se virou, se apoiando no volante com uma das mãos e a outra foi para a bunda, afastando a banda para que eu pudesse ter a visão de seu cuzinho contraindo em expectativa, ele estava avermelhado devido ao atrito de anteriormente e sua lubrificação não parava de vazar, levei meu dedo ali e passei por todo o contorno, sujando me com sua lubrificação e então a levei a boca, sentindo seu gosto e me deixando ainda mais excitado.
- Você é tão gostoso Sweet.
Segurei em seu quadril e o puxei para baixo, voltando a penetrar com gosto, forçando o quadril contra ele e o sentindo contrair todo, deixando a penetração mais difícil porém, mais gostosa.
- Aí porra... mete aí....
Ele choramingou baixinho apertando a própria bunda, suas pernas tremendo anunciavam que ele iria gozar. O puxei contra meu peito, buscando me afundar ainda mais em seu corpo, levei minha mão ao seu membro e passei a tocá-lo no mesmo ritmo que as estocadas vendo ele se tremer ainda mais em desespero, uma das mãos dele se apoiou na janela e um gritinho abafado saiu pelos lábios dele, logo senti minha mão melada com seu gozo e mesmo tendo chegado ao ápice ele não parou de se mexer no meu colo, alternando entre sentar e rebolar.
- Jiminnie... - Apertei a cintura dele com força, tendo a certeza que ficaria roxo na manhã seguinte e me afundei ainda mais nele. Sentindo o torpor do orgasmo junto com uma dor em meus dentes e não demorou para eu afundar meus dentes no ombro dele de novo.
- Ggukie!!!
A reclamação veio baixinha e receosa, quando voltei a mim meus dentes ainda estavam em sua pele, afundados como se eu quisesse o marcar de novo.
- Porra, Jimin me desculpa. -Pedi quando me afastei dele, tomando o cuidado de sair de dentro dele e o virar para ver a merda que havia feito, mas por mais estranho que pudesse parecer, a marca era apenas dois riscos das minhas presas, nem mesmo a marca que eu havia feito antes e ainda estava cicatrizando estava ali. - O que é isso?
Ele sorriu letárgico e apoiou o corpo contra o meu peito, ficando em silêncio esperando a respiração dele normalizar e quando fui conferir, ele estava dormindo tranquilamente.

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