QUINZE

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A madrugada foi intensa, mesmo sabendo quem era o capanga tive que fazer meu serviço e disfarçar a todo momento que o conhecia, refizemos o interrogatório , analisamos as informações e confirmamos que era verídica. Claro que tudo é pura encenação e Bertinelli já tem tudo esquematizado. Mas durante todo o processo o rapaz entendeu o recado e só falou o necessário para nós, mas tudo era invenção e distração para a polícia achar que pegaram o carregamento porém é tudo uma distração de Bertinelli. Após o fim do interrogatório e a conquista da polícia com a apreensão de arma. Keen, o capanga é levado pelos policiais para a prisão, mas eu sei que ele não vai chegar nem no meio do caminho da penitenciária.

Assim que ele sai suspiro cansada e com os olhos já pesando, me encosto na parede da sala de descanso e pego uma xícara me servindo com café logo em seguida.

— Bom trabalho Harrison, se não fosse por você não teríamos conseguido hoje. — Liv diz para mim se aproximando com um sorriso.

— Fiz o meu serviço, só isso.

— Ainda não entendo, porque ele só queria falar com você? — A loira perguntou em dúvida e arqueou a sobrancelha. — Vocês se conhecem?

— Não que eu me lembre, já prendi muita gente, não lembro de todos. Mas acredito nunca ter visto esse homem.

— Bem o importante é que conseguimos, obrigada mais uma vez.

Ela agradece novamente e sai dali seguindo para sua sala. Termino meu café e deixo a xícara na pia seguindo para fora da delegacia. Pego minha jaqueta sobre uma mesa que deixaram para mim durante o interrogatório e quando estou saindo dou de cara com Lorenzo e Melissa chegando.

— O que vocês?

— Mamãe! — A pequena corre até mim e me abaixo ficando à sua altura para ela me abraçar.

Pego a garotinha no colo e vou até Lorenzo sem entender.

— O que faz aqui? Deixei Melissa com Catarina. Sabe que não gosto que ela venha aqui.

— Ela ficou com Catarina, mas eu fui buscá-la hoje pela manhã, quis lhe fazer uma surpresa em agradecimento. — Ele sorri pequeno para mim.

— Só fiz meu trabalho.

— Mesmo assim quero agradecer.

— Tudo bem.

— Mamãe, o papai falou que vamos tomar café fora hoje. — Melissa comenta alegre e olho para Bertinelli em dúvida.

— É mesmo meu amor? — A pequena concorda com a cabeça.

— Era uma surpresa. — Ele recua e o olho brava.

Mas acabo dando o braço a torcer e gostando da ideia, saímos juntos da delegacia enquanto conversávamos de algumas coisas com Melissa que tem assuntos bem interativos para uma garotinha de quatro anos.

Já na rua da delegacia, prestes a atravessar para irmos ao carro acabo tendo a infelicidade de ver Michael se aproximando da gente. Fecho os olhos com força e penso em todos os santos nesse momento para ele não falar nada comigo.

— Natasha Harrison. — O deboche e a raiva em sua voz é iminente.

Abro os olhos e respiro fundo. Olho para meu lado e Bertinelli está bem próximo a mim me olhando tentando entender tudo. Bem, ele sabe quem é Michael, mas não formalmente. A não ser pelo o que falei dele algumas vezes, mas não duvido nada que ele não tenha mandando alguém pesquisar sobre ele.

— Juiz Carter. Bom dia! — Sou seca nas palavras.

— Que bela família vocês. A minha filha deve ser muito bem tratada, não é? — Ele cruza os braços e me seguro por segundos para não voar em seu pescoço.

— A MINHA FILHA é muito bem cuidada sim. Natasha e eu fazemos o melhor por ela. — Bertinelli se põe à minha frente.

Carter se aproxima de mim e fica de frente comigo e Lorenzo que o fuzila com o olhar. Ele olha para Melissa e toca em seu braço.

— Oi mocinha, eu sou o Michael amigo da sua mamãe. — Melissa o olha com medo e recua escondendo o rosto no vão do meu pescoço.

— Mamãe quem é ele? — Sua voz é chorosa.

— Alguém que a mamãe não gosta meu amor. — Falo calma com ela, mas doida para estapear Carter.

— Eu quero o papai. — Melissa diz um pouco alto e Carter me encara surpreso.

— Papai? — Ele me encara em dúvida e olha para Lorenzo surpreso. — Por Deus Natasha, deixa minha filha chamar outro de pai? — Carter fala incrédulo.

Entrego Melissa a Lorenzo que tenta avançar contra Carter, mas o proíbo segurando seu braço.

— Carter, você é um empecilho na minha vida. Uma parte que eu apagaria sem pensar duas vezes. Você pode ser o doador de esperma de Melissa, mas jamais, em hipótese alguma você será nomeado pai dela. Lorenzo Bertinelli sim, este é pai dela, está com ela em todos os momentos, cuida dela, a ama, a trata como filha dele, ele sim é pai dela. Você só é alguém repugnante que entrou na minha vida. — Começo e me aproximo dele apontando o dedo em sua cara. — Eu estou te alertando Carter, se afaste de mim, se afaste da minha filha, da minha família ou eu te coloco na cadeia sem pensar duas vezes e não precisarei de muito para isso.

Cuspo as palavras para ele que queima de raiva, volto para o lado de Bertinelli e o puxo dali seguindo para o carro onde o segurança nos espera.

— Eu também te avisei Natasha. Eu vou descobrir o que vocês dois escondem. E vou derrubar vocês dois. — Ele sorri diabolicamente.

— Eu vou matar esse bastardo.

Lorenzo murmura.

— O que é bastardo papai? — Mel pergunta ingênua.

— Uma palavra muito feia jujubinha, não pode falar ela tá bom? — Ele responde a Melissa tranquilamente e rio com isso, ela o tem na ponta do dedo.

Antes de irmos embora, dispenso Tyler e meus seguranças. Seguimos para o shopping onde fomos tomar café apenas com a escolta de Bertinelli.

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Meu Mafioso Irresistível - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora