NOVE

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Natasha Harrison

Um mês depois

Um mês se passou desde o tiro que levei e consequentemente tive que sobreviver vendo Lorenzo Bertinelli quase todos os dias. Primeiro porque ele me proibiu de voltar para o meu apartamento até eu me recuperar totalmente. Segundo ele queria que eu ficasse com uma piriguete de uma enfermeira que ele contratou que mais fazia era seduzir ele do que cuidar dos meus medicamentos. Brigamos tanto que por sorte consegui fazer ele demitir a enfermeira.

Fiquei apenas duas semanas na mansão Bertinelli que foi tempo o suficiente para resolver toda a burocracia na polícia sobre eu estar em um hospital, tive que ocultar muitas informações para meus superiores e não foi tão difícil quanto imaginei. E também foi tempo o suficiente para minha recuperação.

Atualmente estou em meu apartamento novamente e com o dobro de seguranças, tanto na casa quanto para mim, Melissa e Jéssica. Nenhuma de nós pode sair sem pelo menos um guarda costas, o que é sufocante, mas acabou se tornando nossa maior proteção na maior parte do dia. E já estou acostumada com esse mundo, mas as meninas estão se adaptando aos poucos.

— Ainda está aí Natasha?

Ouço a voz da Dr. Verônica a psicóloga do departamento pergunta. Desde que assumi o cargo de comandante mudei algumas regras do departamento e uma delas é que todos os oficiais devem passar uma vez no mês em uma consulta psicológica, mas com o meu histórico, passo com Verônica uma vez na semana.

— Estou. Só repassando alguns relatório na cabeça. — Sorrio.

— Mentindo para mim Natasha? Sou sua psicóloga há anos. — A loira cruza os braços e me encara com a sobrancelha arqueada.

Isso é verdade mesmo antes de eu começar na polícia Verônica era minha psicóloga em seu consultório fora da corporação da polícia e quando me tornei comandante ficou mais fácil as consultas.

— Não estou mentindo. Estou omitindo na verdade. — Sorrio irônica e o relógio desperta encerrando meu horário de consulta.

— Deu sorte mocinha.

— Mocinha? Você tem trinta e dois anos.

Me levanto da cadeira e vou até a porta da sala.

— Obrigada doutora. — Sorrio saindo.

— Até breve, Comandante.

Ao sair da sala caminho pelos corredores até minha sala onde uma pilha de documentos burocráticos me esperam. Passar semanas afastada da polícia não foi fácil, além de ter que inventar uma história absurda aos superiores, por sorte Vincenzo conseguiu burlar alguns relatórios médicos para me afastar do serviço por algumas semanas, e quando voltei, voltei com uma surpresa nada agradável. Documentos e mais documentos. Passo pelos corredores do prédio da corporação da polícia e alguns policiais me cumprimentam durante o caminho, devolvo o cumprimento com apenas um aceno e sigo para minha sala, abro a porta do escritório e respiro aliviada sabendo que as próximas horas serão insuportáveis, caminho até minha mesa e logo me deparo com com um papel amarelo sobre ela, estranho aquilo, pois quando saí deixei apenas os documentos e todos do escritório sabem que odeio que entrem em minha sala.

Pego o papel com um certo receio e quando o viro é um bilhete digitalizado, um bilhete que conheço bem. Um arrepio passa por minha espinha quando leio o bilhete. Não, eu não temo ninguém, eu não tenho medo de ninguém, mas esse bilhete me assombra, porque ele faz parte do meu passado.

Meu Mafioso Irresistível - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora