QUARENTA UM

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Lorenzo Bertinelli

Empurro tudo que vejo sobre a mesa do meu escritório sentindo toda a raiva do mundo me consumir. Uma raiva absurda que raramente se revela sobre mim. Ouvir que Natasha foi encontrada foi a melhor notícia que eu poderia receber, mas depois de descobrir quem a tirou de mim só senti o mundo todo ficar contra mim. Jogo a cadeira longe a fazendo bater contra a parede. Grito em plenos pulmões todos os xingamentos existentes. Fecho meus olhos por um instante e me encosto na parede fria da sala tentando me recompor, respiro fundo e abro os olhos lentamente vendo Catarina, Yelena e Nicholas me encararem preocupados.

— Onde ela está? — Pergunto entredentes.

— Não há uma localização fixa. Giácomo é bom Lorenzo, ele saberia que se a encontrássemos a primeira coisa que faríamos seria buscar uma localização, a rede fica pulando. — Yelena explica.

— Você é dona de uma tecnologia artificial altamente qualificada e não consegue encontrar um sinal de GPS? — Surto com a loira que revira os olhos.

— Antes de você querer levantar sua voz pra mim. Não esqueça que estou aqui apenas fazendo um favor. E você conhece muito bem seu tio, Lorenzo. Vocês dois são família, não é fácil achar um Bertinelli a não ser que ele queria ser encontrado.

— Saiam da sala, quero ficar sozinho.

Ouço uma das meninas reclamar baixo mas não dou atenção, me viro de costas encarando a cidade pela janela de vidro da sala e ouço a porta bater deixando tudo em silêncio. Respiro fundo e percebo que tudo que planejei está saindo do controle, eu estou perdendo o controle de uma situação que eu mesmo criei.

Mansão Bertinelli

Horas depois

— Olá Melina.

— Preciso que venha comigo Lorenzo. — Melina diz preocupada assim que entrei em casa. — É a pequena Melissa.

Seguimos para as escadas da casa com pressa, subimos correndo e paramos em frente a porta de Melissa que está entreaberta, vejo minha mãe e minha irmã cuidando da garota que transpira e se debate sobre a cama.

Me aproximo da cama da garota e me agacho, passo a mãos sobre sua testa e seus cabelos.

— Ei, Mel. Você precisa acordar principessa.

— A febre começou cedo e não baixou por nada. — Giovanna me explica e observo o rosto da garota molhado de suor.

— Deem um banho nela, vou ligar para Vincenzo.

Aviso para as meninas e saio do quarto pegando o celular no bolso da calça. Discuta o número de Vincenzo, no quarto toque ele atende.

— Preciso que venha para minha casa, Melissa está doente

— Chego em quinze minutos.

— Você tem cinco minutos!

Encerro a ligação sem ao menos esperar uma resposta sua, encosto minha cabeça na parede atrás de mim e fecho os olhos sentindo tudo a minha volta desmoronar como ruínas.

— Não se culpe demais, filho. Nem tudo é culpa sua, você não pode ter o mundo nas mãos. — A voz de minha mãe é suave e calma.

— Às vezes, bem às vezes, consigo entender porque os Harrisons deixaram essa vida e vieram para cá. Para manter Natasha longe o suficiente de todos esses problemas.

— Isso não quer dizer que não haveria mais perigo. E olha só, Natasha se tornou Comandante da polícia, ela carrega o dobro do perigo que já carregava.

— É.

Suspiro sem saber mais o que fazer.

Natasha Harrison

— Sua vida sempre foi uma grande mentira, minha doce Natasha!

Sinto minha cabeça rodar com todas as informações que Giácomo me deu ou melhor, com toda a história contada. Certa coisas eu já sabia após ter lembrado das minhas memórias com Lorenzo, mas Giácomo me trouxe outras lembranças ainda mais dolorosas. Eu descobri que tudo o que vivi não passou de uma mera invenção, bom, maior parte não. Eu vivi todos os momentos da minha vida, mas todos aqueles que não me recordo eu me recordei agora, eu me lembrei de tudo o que passei, tudo o que vivi antes de perder o controle da minha vida. Agora sei que as coisas que imaginei não são mentira, que tudo que duvidei não é mentira. Agora sei toda a verdade, sei toda a história, sei absolutamente tudo e me sinto traumatizada, me sinto enganada por pessoas que amei e por mim mesma de me privar a lembrar de tudo isso que vivi.

Lorenzo Bertinelli

Duas horas depois

— Ela está bem, a medicação a manterá dormindo até amanhã. É apenas o emocional dela, pelo o que entendo estar longe da mãe dela está afetando ela emocionalmente e em crianças dessa idade é mais fácil para ficarem doentes. — Vincenzo explica entrando em meu escritório sendo acompanhado por mim.

— Obrigado, Moretti. — Me sirvo com uma dose de whisky e sirvo uma dose para ele.

— Como está o andamento para encontrar Natasha? Soube que Giácomo está com ela. — Vincenzo comentou.

— Não temos nada, a não ser saber que o filha da puta do Giácomo está com ela.

— Tudo isso que ele está fazendo é porque seu pai não deixou ele comandar a Cosa Nostra? — Moretti diz incrédulo. — Um pouco infantil para um homem da idade dele.

— Não é só por isso... — Respiro fundo lembrando de uma antiga conversa. — É um assunto de família.

A porta da minha sala é escancarada me fazendo levantar rapidamente e apontar a arma que estava sobre a mesa para a pessoa a frente.

— Abaixa a merda desta arma. — Catarina diz apontando para mim.

Respiro aliviado e abaixo a arma.

— Aprenda a bater na porta antes de sair entrando feito maluca. — Digo a ela que dá de ombros.

—Não tenho tempo para suas birras Bertinelli. Achamos Natasha, sabemos onde ela está. — A morena informa sem muitas delongas.

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Meu Mafioso Irresistível - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora