DEZ

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Eu trabalho na polícia a tanto tempo que nem me surpreendo mais com os casos que chegam. Homicídios, assassinatos, estupros, violência doméstica, suicídio, sequestro, feminicidio, por pior que tudo isso seja, isso são coisas que acabam fazendo parte da nossa rotina do dia a dia. A gente vê pessoas mortas e por pior que aquilo seja a gente segue a nossa vida normalmente com o caso, mas quando é um de nós, tudo para, tudo é diferente. Eu posso ter todos os meus problemas com a policia e a falta de empatia do Estado com muitos dos casos de assassinato principalmente da minha família, mas não posso negar que a polícia é uma enorme família e que sempre acolhe seus irmãos, e se um cai, todos caem.

O Comissário Gregory Davis não abriu mão de cumprir com tudo o que pedi, por mais que esse caso seja um dos piores que já trabalhei e tentem não me deixar envolvida nele pois a ameaça é dirigida a mim e por ordem não devemos atuar em caso que nos envolve tanto emocionalmente quanto fisicamente, Davis sabe que eu sou a única no momento capaz de levar Myers para a cadeia e dessa vez com total certeza.

A unidade móvel foi montada no centro de Los Angeles, perto dos pontos de origem de desova dos corpos das mulheres que foram encontradas. As patrulhas fazer o fechamento da avenida enquanto eu repasso o caso no tablete de dentro do posto de comando. Olho para as mulheres recém identificadas e sinto um pesar por elas, todas jovem, mães, dedicadas, esposas e trabalhadoras. Mulheres que não tinham nada a ver com essa bagunça que comecei anos atrás.

Flashback on:

06 de outubro de 2015

Hoje é meu primeiro dia na patrulha e estou um tanto nervosa com tudo isso, ralei muito na academia de polícia para chegar até aqui, então quero dar o meu melhor para conseguir ser a melhor.

Adentro no vigésimo nono distrito de polícia e uma movimentação dos policiais chamam minha atenção, geralmente as delegacias estão sempre tranquilas e sem muito atrito.

Os telefones tocam, os policiais saem apressados, algumas pessoas falam alto e outras até gritam, uns procuram documentos que não encontraram e assim segue aquela loucura.

Passo os olhos por toda aquela bagunça e encontro o capitão John Singer conversamos com outro policial. Abro um sorriso não muito exagerado e vou até ele com determinação, o policial que antes conversava com ele se afasta, me aproximo ainda mais para uma apresentação.

— Olá capitão Singer eu sou a nova policial, Natasha Harrison. Estou muito feliz em...

— Sabe atirar? — Ele mal me deixa terminar de falar e pergunta olhando uma papelada.

— Sim senhor.

— Ótimo, temos um maluco a solta matando mulheres e as esculpindo como bonecas. — Ele me entrega uma pasta que provavelmente é do caso.

— Senhor eu...

— Não deixe ele te fazer de refém, não seja frágil, seja policial e esqueça tudo que a academia te ensinou, você estará por conta própria. Acabe com o desgraçado.

O mais velho sai me deixando petrificada sem entender nada do que está acontecendo.

Flashback off.

Meu Mafioso Irresistível - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora