Capítulo 22°

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" Coisas ocultas só morrem quando um leva contigo para o túmulo'.

Grego✝️

Eu corria sem parar pelos becos da favela, o carro preto com a caveira estampada me perseguia sem ao menos me deixar descansar.

Virei a viela 7.6 e subi as escadas da casinha abandonada, vi lá de cima o caveirão passando reto.

Meu peito descia e subia, minha respiração estava ofegante demais, minha pele arrepiada não escondia meu desespero.

Sinto uma coisa gelada na minha perna e quando olho paraliso, a cascavel que subia pela minha perna me deixou suando frio.

Não conseguia me mexer e nem respirar, o pânico tomava conta de mim cada vez mais.

Na mesma hora a porta é arrombada revelando uma Maria Estela que eu nunca tinha visto.

Maria:Tua hora chegou, te avisei que tu ia morrer na minha mão_Ela engatilha a arma na minha cabeça me olhando nos olhos.

Grego: Você não seria capaz de matar a única pessoa que verdadeiramente te ama_Ela sorriu

Maria: Você acabou com a vida da pessoa que verdadeiramente te amou um dia, ME DIZ ENTÃO o por que mesmo eu teria pena de você?

Grego: Você não sabe o que tá fazendo Estela_Ela negou

Maria: VOCÊ não sabia o que estava fazendo.

A cobra que nesse momento estava já entorno do meu pescoço se embola mais começando a me sufocar.

Maria:Assim que vai ser seu fim, seu desgraçado de merda_Comecei a perder a consciência e só consegui ver a Maria Estela virando as costas e indo embora.

•••

Acordei todo suado e sem conseguir respirar, levantei da cama e corri pra sacada do meu quarto.

As lágrimas rolavam pelo meu rosto e o pânico me domava, eu não era nada e nem ninguém nesse momento.

Peguei meu celular e disquei o primeiro número que veio em minha cabeça.

No quarto toque ela atendeu com a voz sonolenta.

_ Alô?

Grego:Por favor me ajuda, eu preciso da sua ajuda!

_O que aconteceu?

Grego: Só vem pra cá por favor, eu preciso de ajuda!

_Marca 10 que eu tô aí.

Ela desligou o telefone me deixando sozinho de novo, meu peito apertava e a vontade de gritar era demais.

Peguei a primeira coisa que vi e taquei com tudo na parede.

Grego: INÚTIL, IDIOTA.

Os vasos de planta foram todos pro chão, a prateleira com fotos da minha família foram parar no chão também e eu só sabia chorar.

Peguei a garrafa de whisky e meu maço de cigarro e sentei no corredor.

Acendi um cigarro, traguei soltando a fumaça e dando um gole na garrafa.

Minha visão estava embasada, mais com um pouco de dificuldade enxerguei a Maria Estela subindo as escadas e sentando do meu lado.

Maria:O que aconteceu?_Olhei pra ela e agarrei seu corpo encostando minha cabeça no seu ombro e ficamos assim por um tempo.

Ela se afastou e me encarou.

Maria:De novo não Grego!

Grego: Eu não consegui me controlar!

Maria: Aquele sonho tá voltando de novo?

Grego:Fazia um tempo que tinha parado...

Maria: Você precisa descansar...

Grego:Eu não quero dormir Estela, não vou fechar meu olhos nunca mais_Ela negou com a cabeça_Preciso respirar, preciso dar uma volta. _Falei levantando.

Maria:A onde você vai?

Grego:Tá com fome?_ Ela riu_ Vamos dar uma volta?_Ajudei ela a levantar.

Maria:Melhor não...

Grego: É só uma volta Maria Estela, não vou te levar pra nenhum motel não_Ela riu de novo.

Maria: Tá bom vamos, mais espero que me pague um milkeshake e um hambúrguer!

Grego:Nossa Maria Estela, você é cara demais, deus me livre.

Peguei a chave da minha moto e entreguei um dos capacetes pra ela, subi na moto com ela na garupa e dei partida descendo as ruas da favela a milhão.

Era esse sentimento que ela me trazia, um sentimento de paz e liberdade.

•••

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