Capítulo 1- Dia dos Namorados

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12 de junho de 1987

O majestoso céu enegrecido recebe o brilho de lindas estrelas prateadas.

Sob a descomunal grandeza do universo, jovens gozam de carícias e trocam lindas cartas de amor.

Em um pequeno apartamento é possível ouvir uma elegante melodia de Frank Sinatra, proveniente de um pequeno toca-discos.

Sob a mesa, duas taças de vinho e pratos vazios revelam o fim de um delicado jantar romântico.

No ambiente a fragrância doce do perfume francês, harmoniza com o delicioso aroma da torta de maçã em preparo no forno.

Belas rosas brancas repousam em um vaso de cristal, ao lado o cartão com juras de amor eterno é marcado por pequenas manchas de sangue fresco.

Alguns passos à frente, o piso de porcelanato esbranquiçado contrasta com o tom avermelhado de uma poça de sangue, onde jaz o cadáver de uma donzela esguia, de pele pálida e cabelos negros, trajando apenas uma modesta camisola de seda branca, que adorna a reluzente lâmina da faca, introduzida perfeitamente em seu peito.

Seus olhos claros estagnados continuam ofuscantes e agora são janelas abertas de um lar vazio, pois a alma que ali habitava, agora viaja perdida, pelos labirintos do infinito abismo.

No quarto ao lado, repousa sob a cama, o cadáver de um jovem robusto e elegante.

Seu semblante catatônico, carimba em seu rosto, a expressão pavorosa de quem avista a própria morte.

Ao seu lado, a carta de despedida, revela em suas linhas, que em breve o acompanhará pela eternidade em seu sepulcro.

Infecção CadavéricaOnde histórias criam vida. Descubra agora