Capítulo 4 - Investigação Criminal

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O garçom se aproxima, trazendo a terceira dose de conhaque, enquanto a qualidade musical do ambiente, declina a cada faixa tocada.

Estevan passara a maior parte da noite observando a bela garota ruiva do outro lado do salão dar o fora em quase metade dos bebuns, enquanto tomava duas ou três taças de vinho e manuseava seu smartphone.

Impossível não notar sua presença, desde o momento de sua entrada triunfal, infestando o botequim com seu perfume marcante, fazendo com que todos ficassem em silencio e observassem seu admirável desfile, como uma verdadeira rainha.

Assemelhava-se a uma modelo: cabelos ruivos naturais na altura da cintura, olhos verdes como esmeraldas, alta e magra.

Usava uma maquiagem básica (embora não precisasse de nenhuma), dando ênfase ao batom vermelho sangue em seus lábios carnudos, estava vestida com uma calça preta de couro e um espartilho que fazia seus seios saltarem para fora.

Por mais que fosse um homem extremamente seguro e atraente, levando até a fama de Don Juan, Estevan decide pedir a quarta dose para o encorajar a ir finalmente flertar com a garota.

Após a bebida descer de uma só vez por sua garganta e a porcentagem de álcool em seu sangue se elevar mais um pouquinho, ele segue na direção da dama.

- Tom Ford? – pergunta o rapaz, ao se aproximar e exibir seus dentes brancos em um largo sorriso simpático.

- O quê? – se assusta a moça, desviando o olhar do celular, encarando Estevan, confusa.

- Seu perfume. Reconheci assim que entrou.

- Ah sim, quase ninguém acerta de primeira – dá um sorrisinho sem graça

- Poucos possuem esse requinte – ele sorri, passando a mão esquerda pelos cabelos loiros, revelando seus braços musculosos, através da manga da camiseta apertada.

Ela leva a taça de vinho a boca, dando um pequeno gole enquanto sorri.

- Aliás, o que uma moça tão nobre faz numa espelunca como essa, tarde da noite? Ouvi dizer que tem um serial killer a solta na cidade.

- O mesmo que você – responde, levando a taça de vinho a mesa.

- Hum... e o que acha que estou fazendo aqui?

- Em busca de outra...vítima? – Sorri e dá uma piscadinha.

- Hum...então acabei de achar.

Percebendo que havia ganhado sua confiança, o jovem sedutor se senta na cadeira a frente, chamando o garçom e solicitando outra dose de conhaque para ele e mais uma taça de vinho para a donzela.

A noite se esvaiu rapidamente, entre conversas, risadas e algumas outras doses, até perceberem que eram os únicos ali e o estabelecimento já encerraria seu horário comercial.

Após o acerto de contas, saem do local cantarolando alguma canção brega enquanto se abraçam, caindo na risada.

- A noite foi ótima, Estevan! Podemos nos ver mais vezes, se quiser.

-Hanna, fazia tempo que eu não me divertia tanto! Posso pedir que fique mais um pouquinho? Podemos ir tomar um café ou onde você preferir. – a olha com olhar de pidonho e toca sua mão.

- Hum...tenho uma ideia melhor!

Em alguns minutos estava ocupando o banco do passageiro do carro de Hanna, com uma garrafa de tequila nas mãos.

- Se virar essa dose, você pode me levar onde quiser – diz Hanna sorrindo, sentada no banco do motorista e fumando seu cigarro mentolado.

- Porque você quer me embebedar, sua louca?

Infecção CadavéricaOnde histórias criam vida. Descubra agora