Entre Sonhos e Passado

19 - Quem foi para o jantar

Assim que Lino saiu para avisar a mãe de Nina, ela esperou ele sumir de vista e então se sentou na mesa decidida.

— Vamos arrumar seu cabelo enquanto você inventa uma história — resolveu.

— O que tem de errado com meu cabelo? — perguntei checando se tinha jogado do lado certo.

— Ele vai ficar armado se não fizer nada — explicou.

— Meu cabelo é cacheado, Nina, ele fica com mais volume que o seu normalmente — expliquei, enquanto Nina fazia movimentos de sobe e desce com as pontas.

— Sim, eu sei e acho lindo. — Ela parecia sem jeito. — Eu só queria fazer cachinhos com os dedos para ficarem definidos...

— Ah! Okay — dei de ombros.

Ficamos em silêncio até que as ideias foram surgindo e sendo aperfeiçoadas.

Quando a noite chegou, estávamos apenas esperando que Lino terminasse de se arrumar e saímos para casa de Nina. Durante o caminho, eu já não me incomodava com o clima que tinha entre os dois, na verdade, era até confortável.

— Então, o que vocês fizeram durante o dia? — Lino perguntou.

— Nada demais e você? — rebati a pergunta.

— O de sempre que se faz numa fazenda de café, Alde — disse me olhando. — Corri atrás de cachorros.

Foi o suficiente para Nina ter uma crise de risos, eu rir da risada dela e logo ser acompanhada por Lino.

— Não acredito que o Caramelo fugiu de novo — falou entre risos.

— Sim, ele fugiu e veio na minha direção, mas foi rápido demais e não consegui parar ele... — começou ele.

— Não me diga que ele te derrubou, de novo — ela o interrompeu.

— Eu só notei quando estava muito perto! — se defendeu, chateado.

Depois de mais uma rodada de risos até ficarmos sem ar, achei que ele havia esquecido do assunto.

— Hoje, quando estava indo para sua casa, encontrei Henrique — contou ele, olhando para Nina, que tinha as costas um pouco retas demais. — Ele me disse que a Thais chegou vermelha em casa, nervosa.

— Sério? — perguntou Nina, fingindo analisar as unhas.

— Sim.

— Uma pena, não é mesmo?! — comentei, na pior hora.

Por sorte, já estávamos próximos da casa, Nina segurou minha mão e me puxou para próximo de uma muda que crescia.

— Vê esse ramo aqui? Essa é a flor que eu te disse — apontou.

— Qual nome mesmo? — perguntei tentando entrar no clima da mudança nada sutil de assunto.

— Cerejeira.

Voltamos a caminhar para a casa de braços dados, deixando Lino um pouco para trás. Assim que chegamos, fomos recepcionados pela Sra. Verônica com um grande sorriso, que preenchia o ambiente.

— Ah, minhas queridas, vocês estão lindas — disse se aproximando e beijando nossos rostos.

— Podemos ajudar em algo? — ofereci com um sorriso.

— Claro! — disse olhando para mesa e vendo o que faltava. — Na cozinha, Isadora está terminando de preparar o jantar.

— Sim, senhora — respondi.

— Por que não se senta com Lino enquanto terminamos por aqui, mamãe? — Nina ofereceu.

— Certo, não vou recusar uma companhia tão agradável — disse toda jovial, ao se sentar com ajuda de Lino, ela soltou um suspiro e apoiou a mão na barriga enorme. — Se essa daqui der o trabalho que vem me dando na grávidez, Deus me ajude.

Saímos para a cozinha dando risada e deixando os dois para trás. Foi fácil ajudar a terminar de organizar a mesa. A Sra. Isadora era tão animada quanto Nina e a Sra. Verônica, mas bem dura quando se tratava de roubos de comida antes da hora.

Praticamente todos estávamos na sala, conversando quando o Sr. Leon se juntou a nós, mais animado e comunicativo que da última vez.

— Não seria Gustavo se ele não estivesse atrasado — comentou o Sr. Leon com um sorriso.

Foi quando bateram à porta e entraram.

Era um homem que havia chegado, mas não qualquer homem.

Era ele.

Um capítulo pequituxo passando no começo da sua semana <3

Acredito que já estamos caminhando para a reta final desse livro, espero que vocês já estejam com suas suspeitas anotadas e prontos para o que vem por ai!]

Beijinhos da Noh, até mais!