Nina entrou na rua à esquerda que milagrosamente estava vazia, o que era um incentivo para que ela continuasse a correr até chegar na próxima esquina, onde olhou para os dois lados enquanto eu a encarava descrente do que tinha feito.
— O que houve? — perguntei.
— Nada, vamos — disse antes de pegar minha mão novamente e disparar rua acima.
Novamente ela nos encaminhou pela rua à esquerda ainda correndo.
— Nina, espera, eu sou sedentária — falei enquanto tentava fazer ela parar.
— Se nós demorarmos demais, vamos ser vistas indo em direção da casa. Se apresse!
Como se eu não tivesse dito nada, ela voltou a me arrastar.
No fim da rua, à direita, se abria um matagal, que parecia totalmente abandonado pois o mato estava na altura da minha cintura.
— Você não está pensando que eu vou entrar no meio desse mato todo, está? — perguntei apontando.
— É só por um tempo, vamos — ela falou, já andando em direção.
Era como se não tivesse a remota chance de ter qualquer animal ali.
Ela tentou me puxar mato adentro, mas falhou porque eu não sai do lugar.
— Não — disse puxando minha mão. — Eu não vou entrar aí.
— Alde, é o caminho mais rápido e é o que as pessoas evitam — ela falou impaciente olhando em volta.
— Se a galera toda passa longe disso, não vou ser eu, quem vai entrar aí. Isso aí é ninho de algum animal, Nina. Gosto da ideia de recalcular a rota, mesmo que demore mais — disse pegando em seu pulso e a puxando para longe do mato.
— Não, Alde — disse, segurando meu pulso com a outra mão e me fazendo parar. — Vamos por aqui, eu não posso ser vista perto daquela casa! — disse sem paciência. — Ou seguimos esse caminho ou voltamos para casa de Lino, é você quem decide — ela disse de forma autoritária, parecendo como minha mãe falava.
— Tudo bem, nós vamos mais tarde com o Lino — falei soltando seu pulso.
Cruzei meus braços, a encarando e encontrando uma feição bem próxima do deboche.
— Está totalmente equivocada, se pensa que Ermelino vai te deixar ver a casa. Nós temos sorte por ele não nos fazer prometê-lo não chegar perto dela, logo depois do jantar..
A encarei tentando entender o que acontecia ali. Claramente eu precisava voltar para aquela casa, já que tinha sido lá que eu tinha aparecido. Hunter me disse que eu estava ficando sem tempo, mas nem tentou dizer o que eu tinha que fazer aqui.
Realmente seria difícil convencer Lino a vir de boa vontade, ainda mais de noite, quando chegava cansado depois de um longo dia de serviço.
Me arrependi antes mesmo de ceder e levantar minha mão na direção dela, oferecendo que me guiasse.
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Entre Sonhos e Passado
Fiksi SejarahComo uma leitora voraz, eu sempre quis contar uma história cheia de aventuras, com um amor avassalador e um final emocionante. Viver essa história não foi um processo tranquilo, mas finalmente posso contá-la a vocês. No meu aniversário de 16 anos fu...