"Uma garota"

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Albus Potter

Eu me assustei, sim. Não esperava que fosse sobreviver após eles me pegarem e calarem daquela forma. Foi até estranho quando eu abrir meus olhos e me vi em um lugar como aquele. Afinal, que lugar era aquele?

Meus olhos não viam mais do que um metro e meio.

Tento me colocar em pé, mas caio no chão ao sentir a fraqueza em minhas pernas e pés. Espero que o barulho alto chame a atenção de alguém atrás da suposta porta daquele local, mas nenhum rangido e luz aparece para preencher o sentimento de total confusão que eu sentia.

A única iluminação era a da lua, tal lua que iluminava o um metro e meio que eu conseguia ver. A janela ao lado de minha figura patética era pequena, mas enorme e fantástica diante de meus olhos exaustos.

Tento me colocar em pé novamente, mas caio no chão com mais força do que antes.

Espero escutar alguém, mas não escuto outro som que não fosse o som de meu coração acelerado e dos animais noturnos.

Uma brisa gelada toca meu corpo, e então eu noto que a janela estava aberta. Meus olhos se arregalam e meus pensamentos voam para qualquer pessoa tola que tenha a deixado aberta. Eu poderia fugir, e nada me impediria. Mas seria tolo, porque eu não fazia ideia da altura, e nunca deixaria James sozinho naquele lugar.

Gano de raiva, e a minha barriga decide roncar no mesmo maldito momento. Sim, eu estava com fome, muita fome. Poderia comer um elefante inteiro se o colocassem em minha frente.

Pela primeira vez me pergunto quanto tempo eu havia passado desmaiado. Não poderia ser umas poucas horas levando o estado de meu estômago.

Tento focar meus olhos no arredor do espaço, tentando identificar alguns móveis, mas a lua não era capaz de iluminar uma grande parte do recinto. Pisco várias vezes seguidas, me ajustando. Algumas silhuetas de móveis estavam um pouco visíveis, mas não o suficiente para eu poder identificá-las.

Me pergunto se eu estava em algum quarto, o que era muito provável.

Escuto um rangido, e meus ouvidos ficam alertas. Eu não estava com força para fazer muita coisa, então apenas me ponho ajoelhado, preparado para olhar com raiva para a pessoa que poderia abrir a suposta porta, mas os passos que eu escuto passam reto, e eu permaneço na escuridão.

Inspiro, expiro, inspiro, expiro. Meus pulmões doíam.


Dias se passaram, e eles só apareciam para me deixar comida e água. Eu nunca estava acordado quando eles faziam isso, então eu era impedido de tentar matá-los. De dia eu conseguia ver o quarto, um lugar grande, com móveis cobertos por lençóis brancos. Havia um balde conhecido para eu fazer as minhas necessidades. A janela era alta demais, e nem se eu fosse suicida pularia daí, o telhado era irregular, cheio de lugares que retardariam a minha queda. As chances de eu sair vivo e cheio de sequelas desastrosas que me impediriam de ter alguma chance, eram gigantes. E eu poderia usar os lençóis, mas não era burro ao ponto de pensar que não haviam guardas e que eles não haviam colocado um sensor em mim ou na janela.

Eu continuava preso, dessa vez em um quarto, sem saber como estava James, e sem saber o que eles reservavam para mim.

Tinha que haver um motivo... Tinha que haver um motivo para eu estar aí. Tinha que haver algo a ser feito, pois nada daquilo fazia sentido. A minha estadia aí não poderia ser definida a ficar trancado em um quarto.

Agora era dia, os passos eram incansáveis no outro lado da porta, mas nenhum deles se aproximava de minha prisão. Eu queria que um deles entrasse, e daí eu o mataria com as minhas próprias mãos.

A Questão não era Rose-ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora