"Sou eu. Scorpius"

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Um aceno de cabeça e todas as tochas e velas se acendem. Os olhos, antes tristes, mas vivos de Albus, focam em Scorpius como se fossem maldições. Scorpius engole em seco, perdido. Sua vida poderia passar diante de seus olhos.

--Albus... Se lembra de mim? Sou eu. Scorpius.--Ele se aproxima lentamente, os passos cautelosos.--Sou seu amigo...

O golpe o lança contra a parede, o desnorteando.

--Mais um com quem ele se importa, mas acho que ele não gostou de você chamá-lo de amigo...--A voz lotada de escarnio e poder, o assusta mais do que a imagem de Harry e Gina se recuperando no chão. Harry mantinha os olhos presos em Albus, como se tentasse lê-lo, porém sem sucesso.

Outro golpe e Scorpius é lançado para o alto e depois tacado no chão na mesma velocidade. Seu corpo gritava.

--Albus,--Sua voz soa fraca enquanto ele se aproximava.-- Você não quer me machucar... E eu não quero machucá-lo. Eu sinto a sua falta...

Scorpius se levanta e corre antes que a maldição o alcançasse. Pura sorte, ele não sabia de onde suas pernas haviam tirado a força usada. Ele pega a varinha no bolso, tremulo, mas não a usa.

"Albus, se lembra de quando nos conhecemos? Se lembra do quão felizes estávamos por termos conseguido fazer uma amizade? Foi o melhor dia da minha vida, porque eu finalmente tinha conhecido alguém que me entendia..."

Ele consegue bloquear o feitiço antes que o acertasse. Estava nervoso, tinha que fazer algo para prendê-lo em algum lugar, caso contrário não conseguiria dizer mais nada. Precisava de Albus de volta, precisava ser honesto.

"Eu nunca fui completamente sincero com você," Ele consegue lançar Albus contra a parede, porém não sobra tempo para prendê-lo, porque Albus o lança para trás. Ele se levanta, dolorido em músculos que nem sabia da existência "eu nunca contei o suficiente para você, nem fui presente quando você mais precisou. Eu percebi que você sentia mais por mim, mas o evitei..."

--PARA!--Albus o lança para cima e tenta o sufocar com um feitiço invisível--Ele não quer escutar mais nada vindo de sua boca podre.

A sala de repente lota de comensais e Harry e Gina são tirados do chão e presos por várias mãos, estavam exaustos, mas o feitiço antes lançado por Albus, já não acometia seus ossos. Albus não deixa nenhum dos comensais chegar perto e os mantém atrás de uma barreira invisível. Ele não queria que ninguém se metesse num trabalho que era somente seu.

--Você precisa escutar isso!--Scorpius tenta falar apesar da situação, estava ficando sem oxigênio. Mãos invisíveis pareciam fechar seu pescoço, reprimindo o ar.--Eu nunca quis que chegasse a isso...

Ele é derrubado no chão e o primeiro crucio o atinge. Seus ossos gritam, sua pele se repuxa, seus lábios se abrem...

--Você nunca nem se importou com os sentimentos dele, assustado demais para focar em algo que não fosse seu próprio nariz. Por que ele iria escutá-lo agora? Por que ele se daria ao trabalho de entendê-lo? Ele nunca teve amor da família, nem seu... Por que ele se importaria com suas suplicas?

Outro crucio o atinge e é como se ele fosse cortado ao meio. Aquilo parecia ser o fim, Scorpius não conseguia se mexer e sua varinha estava caída a alguns metros, ele não sabia como poderia a pegar. Ele não sabia se a voz o ajudaria.

De repente a dor passa e Albus é lançado novamente contra uma parede. Scorpius não consegue se levantar, perdido na tenra dor, perdido no que havia acabado de acontecer. Tudo girava acima de si e era como se os cruciatos continuassem a torturá-lo.

A Questão não era Rose-ScorbusOnde histórias criam vida. Descubra agora