Capítulo Cinco

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CAPÍTULO CINCO 

"Trancar o dedo numa porta dói

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"Trancar o dedo numa porta dói. Bater o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cárie, cólica, pedra no rim. Mas o que mais dói é a saudade." — Paixão Crônica, Martha Medeiros.

Não vi mais o Arthur depois da noite na lanchonete e apesar de saber que esta foi a decisão certa, eu ainda sentia um aperto estranho no peito sempre que pensava nele. Esperava sinceramente que ele estivesse bem, sei como é difícil o fim de um relacionamento.

Os dias se passaram e a minha fossa persistia. Eu nunca fui de sofrer por causa de término, tirando é claro o fatídico caso com Fernando; e é ainda pior sofrer por um homem com que nem cheguei a ter nada.

Será que na farmácia vende remédio para curar a desilusão amorosa, ou quem sabe um anti-trouxismo? Eu com certeza iria querer várias caixas. Sorrio pensando nisso e volto a acelerar o carro, pois o sinal havia ficado verde.

Como era início de noite o trânsito estava intenso, morar na Belém tinhas suas vantagens, é uma cidade linda, com um rico patrimônio cultural e um centro histórico divino, mas tinha muitos percalços também, o congestionamento na hora de voltar para a casa era um deles.

Já tinha ouvido quase toda a minha longa playlist de músicas do Djavan quando finalmente me aproximei do conforto do meu apartamento. Entro no estacionamento do meu prédio e o toque do meu celular interrompe a música que tocava e eu aceito a chamada.

— Oi.

— Oi filhota, como você tá? — pergunta papai na outra linha.

— Oi papai, estou bem, mas morrendo de saudades. Como tá a viagem? Estão se divertindo? Havana é tão maravilhosa quanto nas fotos?

— Ah, tá boa demais. Aqui é tudo lindo demais, estamos aproveitando tudo.

— Meu bem, seu pai aproveitou até demais. Vou te mandar uma foto de como ele tá parecendo um camarão, parece que o homem nunca tinha visto uma praia na vida. — conta mamãe entrando na conversa.

— Fazer o que, eu amo as nossas praias, mas essa daqui em especial é diferente, fiquei deslumbrado. — justifica meu pai.

— Meus deus pai, entendo que esteja se divertindo, mas tome cuidado, por favor, lembre sempre de usar muito protetor solar. Deixe o hidratante na geladeira e passe nas suas costas, isso vai aliviar o ardor que o senhor deve tá sentindo.

— Farei isso meu bem, mas me diz você tá bem mesmo, que voz abatida é essa? — questiona papai o preocupado.

— Estou bem pai, apenas cansada da semana não se preocupem. Curtam a viagem, por que vocês merecem.

— Sabe que pode sempre conversar com a gente, não é filinha? — indaga minha mãe.

— Eu sei sim senhora e obrigada, mas estou bem. De verdade, não tem com o que se preocuparem. Aproveitem e turistem bastante ai em Cuba, não se esqueçam de trazer presentinhos para mim.

Incertezas do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora