Quatro

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Era sábado. Fazia três dias desde que tinha dado o seu número para Ava, e a mesma não escreveu nada. Talvez fosse melhor assim, pensou. Ela sabia que não deveria se aproximar dessa mulher, muito menos agora que era professora de aulas completas. Talvez a loira tivesse esquecido, ou talvez estivesse ocupada... Ou sua esposa estava por perto.

Essa última alternativa dava-lhe agonia. Odiava a ideia de que ela fosse casada, por mais tonto que possa parecer. Não que se interessasse desse modo, mas parecia terrível saber que estava flertando com outras mulheres tendo uma em casa.

Perto das 4 horas da tarde, enquanto arrumava a casa, recebeu um WhatsApp de um número desconhecido.

Desconhecido:

Olá Sara, sou eu, Ava Sharpe. Tudo bem com você?

Sara sorriu involuntariamente.

Sara:

Olá, Sra Sharpe.Estou bem, e você?

Ava:

Igualmente. Me chame de Ava e deixe isso de senhora, assim me sinto velha.

Sara:

Oh desculpe-me, é hábito.

Talvez....

Ava:

Só aceito suas desculpas se você me deixa te pagar um café, ou talvez uma bebida.

Ela suspirou. Sara queria dizer sim. E como queria. Porém não podia, de maneira alguma. Mas....

Sara:

Eu não acho que a academia iria ver isso com bons olhos. Quero dizer, você é mãe da minha aluna.

Ava:

Talvez... Mas a academia não precisa saber. Quer dizer, eu não vejo o mal de querer conhecer a pessoa que vai ensinar a minha filha, não é?

Isso seria uma justificativa aceitável, se fosse burra, mas não era, e sabia que não era uma simples bebida, era a desculpa perfeita para algo a mais. Embora estivesse morrendo de vontade de experimentar esse algo mais. Pra quê negar? No entanto, tentou encontrar outra desculpa.

Sara:

Sua esposa também não gostaria.

Ava:

Você estaria certa, se eu tivesse uma.

ELA NÃO TEM ESPOSA!

Sara não tinha certeza se devia alegrar-se ou se preocupar com isso. O que devia fazer agora? A direção da academia não ia segui-la. E não estava fazendo nada de errado, somente tomar um café ou uma bebida... Não ia negar que realmente queria aceitar, e também queria saber mais sobre Ava... e outras coisas, porém se contentaria em apenas saber sobre a bela loira de olhar penetrante. Não passaria de uma conversa, só isso.

Enquanto debatia os prós e contras, o seu celular vibrou novamente.

Ava:

Parece que você está procurando alguma desculpa. Você não quer? Seu namorado não gostaria? Se assim for, eu entendo. Não se preocupe.

Ela arregalou os olhos. NÃO! Ela queria. Queria muito aceitar. E aceitou.

Sara:

Aceito...uma bebida. E não tenho namorada*

O café seria outro dia.


Elas conversaram um pouco mais para combinar como seria. Iriam naquela noite para o bar favorito de Ava, no centro da cidade. Sharpe iria buscá-la às 9 PM, e às 8:40 Sara já estava pronta. Estava nervosa. Embora soubesse que não iria tentar nada, estava muito consciente do que essa mulher a atraía e quanto ela a atraía. Seria difícil, mas ficaria à margem... Para o bem do seu trabalho.

𝑨 𝒑𝒓𝒐𝒇𝒆𝒔𝒔𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒆 𝒃𝒂𝒍é - 𝐀𝐯𝐚𝐥𝐚𝐧𝐜𝐞✬ Intersexual✬Onde histórias criam vida. Descubra agora