intensité | rodrigo caio.

• capítulo seis

Enfim, o último dia desse ano tão louco e cheio de surpresas. O bom sentimento de gratidão tomava conta do meu peito. Eu estava feliz por ter minha família, meus amigos e por todos estarem com saúde. Grata a Deus pelo ano que ele me proporcionou e pelos aprendizados passados em 2020.

Eu sempre amei essas datas comemorativas, e não poderia ser melhor com as pessoas que estavam comigo. Faltavam poucas horas para o ano velho morrer, e os preparativos estavam a todo vapor nessa casa.

Os profissionais contratados andavam de um lado para o outro limpando, arrumando e decorando tanto dentro, como fora da residência. Alguns chefs já cortavam as frutas variadas e montavam mesas lindas, repletas de cores e formas novas. Os outros já se preparavam para fazer o jantar, tendo em vista o horário.

O pessoal que faria a maquiagem e cabelo de todas as mulheres dessa casa, estavam para chegar. Eu já havia tomado banho e esperava Ana Clara sair para decermos juntas. Yasmin estava jogada na minha cama, contando algumas fofocas perdidas por mim na noite de ontem. A morena havia chegado depois que eu deitei pra dormir e estava a par de tudo que aconteceu em minha ausência.

— Tô te dizendo, Maju. Ela gritou com ele e ficou dizendo que você atrapalhou um possível namoro entre os dois. Depois o Rodrigo disse que nunca namoraria com ela, e pediu pra Sofia ir embora. — Minha boca se abriu em um O. Estava chocada.

— Você não tá falando sério!

— Ela está, amiga. Parece que a briguinha foi feia ontem. Ele quis terminar o que nem tinha começado e ela não aceitou. Saiu batendo porta e tudo. — Ana Clara disse saindo do banheiro.

— Essas coisas só acontecem quando eu estou dormindo. Olha Brito, sinceramente. — As meninas riram.

— Agora, você está livre pra transar com Rodrigo Caio na queima de fogos! — Yas comentou e eu fiz careta.

— Nem em mil anos! Não vou ser segunda opção dele. Se ele quis trazê-la, era com ela que planejava passar a virada transando e não comigo. Agora que Sofia foi embora, Rodrigo que lute.

— Eu te entendo, mas não é isso que eu acho não.

— E eu quero aproveitar meu tempo com o Thuler o máximo que puder. Ele falou algo sobre empréstimo, e isso me preocupa mais a cada dia. — Ana parecia... triste.

— No começo foi assim com o Pedro, e depois eu descobri que amava ele. Presta atenção nos seus sentimentos e toma cuidado pra não se machucar, amiga.

— Isso mesmo Clara, aproveita! Só saiba separar bem. Já faz mais de um ano que vocês dois ficam, e eventualmente pode surgir algum sentimento. Sejam sinceros.— De alguma forma eu já sentia que ela estava apaixonada, mas resolvi não tocar no assunto.

Depois da fofoca que as meninas tinham me contado, eu seguia chocada. Bem que eu não tinha visto ela na hora do café, e ainda havia sentindo um clima meio tenso na cozinha. Agora eu sabia.

Quando desci com Ana, as meninas já estavam fazendo o cabelo. A equipe tinha montado uma espécie de salão de beleza na sala, e tinham contratado até babás que estavam olhando as crianças.

— Produção a todo vapor aqui, hein! Mas faltam seis longas horas pra virada ainda. — Filipinho disse olhando pro seu relógio.

— Com esse tanto de mulher pra arrumar, perigoso a gente se atrasar ainda. — A mulher dele respondeu.
Optei pro prender o meu cabelo numa parte e fazer cachos na parte solta. No rosto, uma maquiagem básica.

— Quem é essa mulher sentada do lado da Marília? Tirem a intrusa gostosona da casa! — Reinier apontou pra mim e brincou. Ele sempre dava um jeito de me elogiar ou aumentar minha autoestima, sem dúvidas uma das melhores pessoas que conheci esse ano. Nossa amizade crescia cada vez mais.