• capítulo vinte e um

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Acordei com a cabeça dolorida. Resultado de dormir e acordar toda hora ao longo da noite. Como iria trabalhar, levantei da cama e comecei a me arrumar. Meu rosto estava péssimo; olheiras leves, mas aparentes, cabelo bagunçado e o desânimo tomava conta do meu corpo.

Decidi colocar uma música enquanto me arrumava, e isso me deu uma animada. Peguei minhas coisas e desci pra tomar café, por aqui mesmo. Enquanto checava meus e-mails e mensagens, vi que Rodrigo estava online, mas não me mandava nenhuma mensagem.

O fato dele saber que eu era uma pessoa ansiosa e mesmo assim me torturar com isso me causava raiva. Não sabia ao certo o que estava por vir, mas sabia que era importante. Se não fosse, ele não esperaria esse tempo todo pra falar.

Assim que cheguei no ninho, percebi que o dia seria um tanto quanto entendiante. Com vários jogadores e parte da equipe em São Paulo, o CT estava quase vazio e bem silencioso. Quem não tinha ido para a capital Paulista, tirou o dia de folga e aproveitou o descanso.

Ao entrar em minha sala, decidi organizá-la e assinar a pilha de papéis em minha mesa, enquanto falava com Reinier por chamada de vídeo.

- Caralho, Maria Júlia! Ele não vai terminar com você, para de pensar abobrinha. - Rei dizia pela décima vez na conversa. - Do jeito que o Rodrigo te olha, eu conheço. Aquilo é amor, e o amor não acaba assim.

- Tá romântico, gente! - Ele sorriu. - O que está rolando? Tá me traindo?

- Você sabe, né? Um pitel desse não fica solteiro muito tempo. - Escutei uma voz masculina chamar seu nome. - Preciso ir, Maria. Eu te amo daqui até aí, um milhão de vezes. Tô morrendo de saudade.

- Quando eu puder te visitar, eu vou... te amo muitão! Até, e beijos.

Depois de uma longa conversa com Rei, decidi dar uma volta pelo ninho, afim de tirar minha cabeça da única coisa que perturbava a minha paz: Rodrigo. Comecei a andar, e curiosamente não encontrei o inconveniente Alexandre pelo caminho.

Vi que os meninos da base estavam usando a academia. Antes de visualizar todos, escutei a voz de Mateus Lima e pedi aos céus pra ele não estivesse fazendo nenhum exercício. O estado dele exigia recuperação e descanso, coisas que ele faria melhor estando em casa.

Ao me aproximar, vi que os meninos pararam com o assunto de antes e começaram a me cumprimentar, um tanto tímidos.

- Sr. Mateus.... você por aqui? Pensei que estivesse na sua casa, em repouso ABSOLUTO. - Os meninos riram dele, enquanto o mesmo tentava se justificar.

- Ah, doutora... é que o fisio mandou vir, ele quer começar hoje. - Arqueei as sobrancelhas. - Eu juro. - O menino colocou as mãos pro alto.

- Tudo bem, então. E vocês meninos, como estão? - Perguntei pro restante da roda, eles estavam muito quietos.

- Melhor agora, doutora. - Yuri, um dos mais velhos disse sorrindo. Olha só.

- Yuri... Tu sabe que ela namora né? Rodrigo Caio, o nome da lenda. Não arruma confusão não, meu parceiro. - Mateus disse e eu ri. Yuri ficou sem jeito.

- Vocês são demais. - Ri. - E são bebês ainda, então parem de me paquerar e comecem a fazer os exercícios. Quero ver como estão. - Os meninos começaram as sequências e eu pude ver de longe Tamnure chegar. Sai de perto de Mateus e fui em sua direção.

- Tempo vago, Maria? Você aqui olhando os meninos... Algum interesse? - Tannure brincou.

- Quero tratar de Mateus Lima. - Disse direta e séria. - Você bem sabe que mesmo não sendo uma lesão séria, ela pode custar dois meses de um dos atletas que mais estão voando na base. E também sabe que ninguém tratará dele melhor que eu.

intensité | rodrigo caio.Onde histórias criam vida. Descubra agora