• capítulo doze

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A claridade batia forte em meu rosto. Senti um peso sob minha cintura e os flashs da noite passada voltaram a minha mente. O que eu e Rodrigo fizemos ontem foi surreal.

Cuidadosamente levantei, tirando o braço de Rodrigo de cima e comecei a procurar por minhas roupas. Minhas peças íntimas estavam e lugares opostos do quarto, e quando as vesti, parei pra me olhar no  espelho que tomava toda a parede.

Minha bunda estava toda vermelha, com as marcas das mãos grandes de Rodrigo. Algumas manchinhas clarinhas na barriga e no seio denunciavam por onde a boca do jogador havia passado.

Olhando pelo espelho, percebi que Rodrigo estava acordado e me encarando. Cara de sono, cabelo bagunçado e tronco desnudo. O lençol cobria sua cintura e ele estava sentado na cama, encostado na cabeceira. Rapidamente peguei sua camisa que estava perto e me vesti.

— Não é possível que você esteja com vergonha. Eu já vi tudinho. — A cabeça dele caiu de lado e o mesmo soltou um sorrisinho maldoso, me olhando de cima abaixo.

— Para de ser palhaço, Rodrigo. Eu não tô achando o meu vestido... — Disse levantando as cobertas.

— Fica com a minha camisa, ela está bem melhor em você do que ficou em mim ontem. Se quiser tomar um banho, vou pegar as coisas. — Assenti e vi ele ir em direção ao seu guarda roupa. Pegou uma toalha, um blusão e uma cueca nova na gaveta e me entregou, depois saiu do quarto.

Tomei um banho rápido e lavei meu cabelo. Vesti as roupas deixadas por Rodrigo e desci as escadas, encontrando ele na cozinha. Ele estava pegando algo na geladeira quando reparei suas costas. Parecia que um gato tinha passado por ali.

— Eu até poderia te pedir desculpas pelas costas arranhadas, mas você não merece. — Disse sentando na bancada.

— Você mereceu bastante as marcas que eu deixei no seu corpo e nem pode dizer que não gostou. — Fiquei vermelha e ele riu.

— Acordou engraçadinho hoje, né?

— É que eu dormi bem essa noite. — Piscou pra mim. — Eu tô achando um milagre você não ter surtado e saído pela porta correndo.

— Eu ainda não parei pra pensar, por isso tô calma.

— Se arrepende? Porque eu não. — Colocou os pratos na bancada e suco de laranja nos copos.

— Pra falar a verdade, não. Mas ainda te odeio bastante.

— Ótimo, estamos quites. — Enquanto comíamos, peguei meu celular para checar as mensagens. Dentre todas, decidi abrir a de Ana Clara primeiro.

Clara como a luz do sol
🎤 Mensagem de voz (0:34)
" Amiga do céu. Depois que você saiu o Bruninho perguntou seu número várias vezes. Fiquei sem jeito de passar e muito mais de falar que você estava com o Rodrigo. Aí disfarcei e brinquei  sobre o fato dele ter te mandado o drink. Ele disse que ia te chamar no insta. Como está aí? Valeu a pena?"

— Bruninho? O da seleção? Ele que te mandou o drink, então... Coitado, mal sabe ele o que você passou a noite TODA fazendo... — Ele gargalhou enfatizando a palavra "toda".

— Se você não tivesse me sequestrado, eu iria dar uns beijinhos nele, otário! — Brinquei e ele revirou os olhos.

— Hm, vou te passar o número dele, aí você realiza seu sonho. — O jogador disse com cara de poucos amigos. — Quer mais suco?

— E você? Faz café da manhã às duas da tarde pra todas as meninas que transa? — Mudei de assunto.

— Não, nem recebo ninguém na minha casa. Você que é oferecida e sentou aí. — Falou divertido. Hoje ele estava diferente.

intensité | rodrigo caio.Onde histórias criam vida. Descubra agora