Capítulo 13

711 74 52
                                    

Desculpe pela demora, pessoal! Minha vida anda um pouco corrida.

*********************

— Tia Natasha, tia Natasha, faz o meu! — Courtney pulava para cima e para baixo, abanando uma folha branca na frente do meu rosto.

— Você é a próxima — falei. — Deixe eu terminar o do Kevin. — Examinei o rosto gordinho do outro lado da mesa de desenho, tão angelical, mas com um brilho demoníaco nos olhos. A boca não estava certa, o lábio superior ficou torto.

— Tia Natasha, tia Natasha.

Laura colocou a mão no meu ombro.

— Está formando uma fila.

Olhei de lado para Courtney, depois atrás dela, onde havia um monte de crianças pegando folhas brancas de papel, tão rápido quanto a sra. Ruiz conseguia rasgá-las do bloco.

— Está muito bom, Natasha — Laura disse, observando meu desenho. — Não sabia que você era uma artista.

— Nem eu — admiti.

— 'Xa' ver. — Kevin puxou a folha, que estava debaixo da ponta do meu lápis, e segurou em frente ao rosto. Abaixou. Os olhos dele ficaram grandes como um par de waffles. — Ah, legal! — Ele gritou.

Isso me fez rir. Fez Laura rir também.

— Próxima vítima — chamei.

(...)

Mamãe estava no porão, passando roupas, quando flutuei pelas escadas abaixo. Levantei Morgan da cadeira de bebê e brinquei com ela no ar. Ela soltou gritinhos. Mamãe franziu o cenho para mim. Uh-oh.

— Olhe isto — ela rosnou, esticando uma das camisetas pretas da Yelena. DANTE estava inscrito como um brasão entre línguas de fogo. Nas costas, lia-se:

Não existe luz, senão do céu sereno e imperturbável. O resto são trevas ou sombra da carne, ou seu veneno.
(Paraíso)

Mamãe perguntou:

— O que isso quer dizer?

— Não faço a menor ideia — falei.

— É obsceno. — Ela fez uma bolinha com a camiseta e jogou-a no lixo. — Queria que você conversasse com ela, Natasha. Diga como fica ridícula. Arranque-a de uma vez dessa onda gótica. Isso não é normal.

— Não posso. Nós não habitamos o mesmo planeta.

Mamãe balançou a cabeça.

— Não consigo nem imaginar o que as pessoas pensam dela. Não fazem pouco dela na escola?

— Na verdade, não. — Porque temos aquelas políticas antibullying que nutrem a paz e o amor em nossos corações.

Mamãe prosseguiu:

— Ela parece uma personagem de filme B com toda aquela maquiagem e aquelas roupas.

Bufei um pouco.

— Não, não parece. Ela só está se expressando. Este é um país livre. — Não me pergunte por que eu estava defendendo Yelena.

— O Alexei fica constrangido até de levá-la para visitar os avós. Ele acha que o pai dele vai ter um derrame se vir a Yelena entrando em casa parecendo a morte encarnada.

Já estava na hora de mudar de assunto.

— Posso jogar meu maiô na secadora? — Acomodei Morgan na cadeirinha e retirei dois maiôs pegajosos da mochila, com a toalha encharcada que os envolvia. Lancei tudo na máquina, depois levantei a cadeira de bebê e levei-a para o meu quarto.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 28, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Don't tell our secret (Wantasha)Onde histórias criam vida. Descubra agora