1- Pilot

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Poderia dizer que meu dia estava sendo como qualquer outro. Julgamentos a fazer, processos a organizar, assistir pessoas chorando de felicidade, ou até pela "desgraça" que acabara de ser um julgamento feito por mim.

Com um dos sobrenomes mais reconhecidos do universo da lei no Canadá, onde alguns prisioneiros nem tem coragem de me olhar nos olhos, alguns evitam falar qualquer coisa com medo de ser prejudicado, outros nem ousam levantar a cabeça pra alguém dali do tribunal. Mas tem os meus favoritos, os exibicionistas e ousados, esses são os que mais me instigam a trabalhar com vontade e ter tal prazer em vê-los se foderem no meu martelo, digamos assim. Minha pequena diversão é ver o desespero, pavor, medo estampados em seus rostos quando eu bato martelo e os declarados culpados. Se não me fosse fora de ética e bastante desrespeitoso ao meu ambiente de trabalho, eu poderia dizer que quase alcanço o orgasmo com as súplicas e lágrimas desesperadas de sua parte.

 Encerrado— Bati o martelo— Declaro Willian Thompson inocente pela morte de sua esposa, pois temos álibis e provas suficiente que comprovam o que lhe foi afirmado— Anunciei.

O jovem rapaz e sua família fizeram um rápido abraço em conjunto, sob os olhares venenosos da família da esposa falecida.

— Juíza Topaz, tem um minuto?— Marcus, o advogado da falecida, chamou-me. Levantei lentamente da minha cadeira, passei a mão pela minha toga, certificando que ela não estava amassada e me pus na frente dele.

— O que deseja, Sr. Walker?— Perguntei.

— Se me permite, como a senhora tem tanta certeza de que ele estava em outro lugar na hora do assassinato?— Marcus perguntou, respirei fundo.

— Simples, porque o álibi dele são meus companheiros de trabalho. Na hora do assassinato ele estava no mesmo restaurante que nós estávamos, até me comuniquei com ele— Expliquei.

— E como a senhorita tem tanta certeza que ele não a matou antes, ou até mesmo depois de ter ido ao restaurante?— Marcus questionou-se.

— Sério mesmo que você está subestimando minhas palavras, a investigação dos meus agentes e me interrogando diante do meu tribunal?— Perguntei no meu mais tom educado, não tentando transparecer meu cinismo ou até mesmo arrogância. Ele arregalou os olhos com tal receio.

— Não senhora, me desculpe o incomodo, excelência— Marcus pediu baixo— Nos vemos qualquer dia desses, Juíza Topaz— Beijou-me a mão e começou a caminhar em direção a saída.

— Isso foi realmente tenso— Betty apareceu ao meu lado olhando na mesma direção que eu, a saída.

— Ele estava me subestimando, Betty — Falei olhando pra ela, que tinha seus radiantes e brilhosos olhos castanhos em cima de mim.

— Escolheu a pessoa errada pra subestimar, você faz cosplay de Demônio quando está chateada— Betty comentou, dei-lhe uma tapa no braço, ela riu— Mas eu estou mentindo, Tee?— Perguntou com tal voz manhosa.

— Awn, não— Fiz voz meiga apertando com leveza suas bochechas.

— Vamos almoçar, estou faminta— Betty passou o braço pelos meus ombros.

Fomos em direção a minha sala, cumprimentando alguns colegas de trabalho pelo caminho. Adentramos o lugar com o fraco cheiro do meu perfume favorito e com uma larga janela que dava vista para a enorme cidade de Vancouver. Betty ajudou-me a tirar minha toga, deixou-a repousada sobre a minha cadeira reclinável e acolchoada que eu tanto devoto. Peguei minha carteira, as chaves do meu Opala 67— Clássico das Fanfics, eu sei— e saímos da minha sala.

— Hoje você escolhe onde iremos almoçar— Betty informou.

— Ahm... Aquele restaurante na SW 15th— Sugeri.

Your DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora