34- Hospital

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Point Of View Toni Topaz

Já era o segundo dia em que eu estava naquele hospital maldito, ontem o dia foi um tanto quanto tenso e revelador, descobrimos muita coisa e que elas ficaram martelando minha cabeça. Betty levou Ariana pra casa, ela ainda não está bem da cabeça, não é uma boa ideia deixá-la sozinha, mas o reforço que chamei já está a caminho, provavelmente chegando em Vancouver ainda hoje.

Ontem pela noite a enfermeira veio aqui no quarto avisando que hoje seria a minha alta, mas que eu deveria ter inúmeros cuidados em casa para que a recuperação dos meus ferimentos seja rápida e sem complicações. E mais uma vez Cheryl dormiu aqui comigo, segurando a minha mão e fazendo carinho na minha barriga, como eu gosto de dormir com ela. Não aguentamos e ela dormiu juntinha de mim na cama, como acordei primeiro tirei algumas fotos bem gays nossas que ela jamais irá saber, mas como ela começou a acordar precisei disfarçar.

— Preciso de um banho — Falei baixo.

— Eu vou te ajudar, só preciso arrumar o banheiro antes pra ser mais fácil — Levantou-se da cama após longos minutos conversando comigo assim que acordou.

— Daqui eu não saio — Dei leves batidinhas no cobertor, o que a fez rir.

— Você é expert em querer fugir dessas situações, então máxima atenção em você, mocinha — Apontou-me o dedo, levantei as mãos em rendição — Já volto, amor — Deu-me um beijinho na testa.

Foi em direção ao banheiro, nisso peguei o celular pra passar o tempinho enquanto minha mulher arruma as coisas pra cuidar de mim. Vi que tinha uma notificação de mensagem no celular, e era de Cristina avisando que já estava em Vancouver, mandei minha localização pra ela que havia dito que chegaria dentro de 20 ou 30 minutos, depende do trânsito e do táxi que ela pegar.

— Tudo certo, Teetee — Ouvi minha namorada dizer, e logo ela apareceu no quarto. Deixei o celular sobre a cama mesmo e sem bloquear, afinal, eu não tinha nada a esconder — Vamos — Parou diante da cama me esticando as mãos, segurei-as com cuidado e desci da cama.

Era fato que meu corpo ainda reclamava do recentes ferimentos, mas não tanto assim quanto ontem logo quando acordei, eles formigavam e ardiam com leveza, era uma coisa chatinha, porém suportável. Assim que chegamos no banheiro ela foi tirando minha roupa do hospital, entrei no box e me sentei numa daquelas cadeiras de metal que estava coberta com algum pano que ela botou.

— Ei, só é pra não molhar a minha roupa, não perde a linha, por favor — Quase implorou enquanto tirava a roupa.

— Você acha que eu sou o qu-Cacete mulher, como é que você não quer que eu perca a linha assim? — Exclamei indignada, ela riu.

— Para, só é um sutiã e uma calcinha, você exagera — Falou.

— Um sutiã e uma calcinha de cor preta, né Marjorie? Só porque não podemos transar você fica me torturando assim. Deus está vendo essa palhaçada todinha — Balancei a mão apontando o corpo dela.

— Para com isso, eu tenho que te dar banho e não quero molhar minha roupa, simples. Você está fazendo tempestade no copo d'água — Abriu o registro do chuveiro e aquela aguinha morna foi caindo sobre meu corpo.

— Fazendo tempestade no copo d'água, agora você vê — Soltei uma risada incrédula — Eu só queria um amorzinho com você, unzinho só, e você negou, parece que faz de propósito — Murmurei cruzando os braços com cuidado, vi que ela riu e revirou os olhos.

— Me diz que você só está brincando de ser rabugenta, por favor — Falou no meio de uma risadinha.

— Estou e não estou, bem meio termo. Eu só queria ter um momentinho bem casal a minha namorada, só isso. Nós assistindo nossos filminhos de época, você me fazendo carinho na barriga, a gente comendo besteiras e fazendo comentários sobre tudo e qualquer coisa — Quase choraminguei, ela abaixou um pouquinho do rosto.

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