45- This is the End...?

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Ponto de vista da narradora.

Ontem à noite depois que as equipes de busca acharam Toni e fizeram toda aquela operação improvisada, a enrolaram numa daquelas mantas térmicas porque ela tremia muito de alívio, frio e por causa das picadas das formigas, que não foram suficientes para uma parada cardíaca, ainda bem.

Logo depois que chegaram no hospital com Toni, boa parte da equipe se comoveu e deu toda a atenção o suficiente para Toni, já que ela havia ficado quase 24 horas dentro daquela engenhoca tortuosa e assassina, que a cada hora que passava o nível de oxigênio ia diminuindo, então isso fez com que Toni ficasse usando máscara de oxigênio só por precaução, mas ela já estava sã e salva, estava fora de perigo. Os médicos descobriram que Toni havia deslocado o ombro direito, provavelmente por causa da queda desengonçada que ela teve depois que a puxaram pra fora daquela caixa, então o melhor a se fazer foi imobilizar com uma tipoia.

Depois de toda a correria para dar atenção para Toni, finalmente ela estava no quarto em observação tendo soro na veia por conta da quase desidratação e por causa das picadas daquelas formigas venenosas que parecem inofensivas, mas são bem nocivas em bando.

— Está precisando de alguma coisa, Tee?— Betty perguntou.

— China, é a terceira vez que você pergunta isso em menos de uma hora— Toni comentou, e riu em seguida— Não, não estou precisando de nada, fica tranquila que quando eu precisar, vou avisar— Falou com tal voz doce.

— Eu fiquei preocupada pra caralho com você. Eu sei que sabe se defender, que sabe se cuidar muito bem, mas eu ainda te trato como um filhote, é inevitável— Betty  abraçou seu próprio corpo.

— Nunca te vi tão melosa assim. Talvez eu tenha que sumir assim mais vezes pra ter o mínimo carinho vindo de você— Toni brincou.

— Antoinette, nem fala um coisa dessas assim, ok? Nem brincando. Eu fiquei sem dormir te caçando e procurando soluções pra essa merda que o Ian fez— A Polinésia expressou sua indignação.

— China, eu acho que o Ian não é o culpado disso— Toni falou baixo.

— Como assim, Toni? Me conta isso direito— Betty rapidamente ajeitou a postura na poltrona enquanto olhava curiosa pra amiga na cama.

— A voz que eu ouvi era do Ian, isso é fato, mas acredito eu que ele só esteja envolvido na fuga da prisão, mas não no meu sequestro— Toni contou— Eu ouvi e vi outro rosto, ou melhor, outros rostos. Os dois tinham um rosto bem maltratado, um dirigia o furgão e o outro estava no baú comigo, mas estava bem escuro. Ian estava no banco do passageiro na frente e falava que ele não queria participar disso porque já tinha aceitado o que eu fiz com ele. O cara que estava comigo consegui ver parcialmente o rosto por estar com a visão embaçada, estava meio zonza, parecia que eles tinham me dado alguma coisa, por isso que lembro de flashes do momento. Mas os dois tinham um sotaque bem carregado, eles não são norte americanos, eles são cubanos— A olhou.

— Será que...? Não, não é possível, faz tanto tempo isso— Betty ficou em negação.

— Faz anos do massacre na minha vila, mas eu fui uma das únicas sobreviventes. Se eu não me engano, comigo, foram quatro ou cinco sobreviventes, Júlio é um deles— Toni sinalizou a quantidade com os dedos.

— Nós temos que fazer alguma coisa em relação a isso, Toni. Esse sequestro foi um aviso— Betty bateu uma mão na outra, com uma expressão séria.

Breves batidas fizeram-se na porta, as duas olharam pra lá e a porta foi abrindo lentamente, era a enfermeira acompanhada de mais algumas pessoas, duas delas eram Cheryl e Lucy, que foram correndo em direção a cama onde Toni estava e a abraçaram calorosamente enquanto a latina ria da situação abraçando as duas.

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