Ações Atípicas

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⚠️ Gatilhômetro: 🟢1,5/10

Ricardo e Karollyne saíram do apartamento, Rico trancou a porta e eles seguiram andando, Karollyne saiu sem dizer uma palavra sequer, a expectativa de Rico era que Karol fosse chorar, espernear e lamentar a morte do Delvecchio, mas talvez não tivesse caído a ficha naquela hora.

Os dois deixaram a chave com o recepcionista e saíram do hotel, pouco depois a polícia chegou, mas não era um departamento comum:

- PDSP, recebemos uma denúncia de assassinato de Saul Palacios Delvecchio, e que ele estava hospedado neste hotel!
- Sim, sim, ele está nesse hotel, mas duas pessoas já subiram até o quarto dele agora há pouco e recebemos denúncias de barulho excessivo, até de luta...esta é a chave, policiais!

Após receberem a chave, os policiais da PDSP, como é conhecida a Polícia Demonológica de São Paulo, foram até o apartamento e começaram as investigações, liderados por uma estudante de psicologia, jovem e bonita, mas suas habilidades se destacavam muito mais que seu corpo, pois ela era especialista em demonologia e 143ª portadora da espada mais forte e sagrada da Ordem Celestial, um exército que defende os interesses do seres celestiais, ela atendia por...Samara:

- Senhorita Samara, há dois corpos, o humano Saul Delvecchio e uma súcubo, que atendia por Laylah Aibnat Namha, os investigadores descobriram que ela gostava de matar homens e ficar com seus pênis como prêmio, ela também castrou o Delvecchio, pela pólvora contida no rosto dela, os disparos foram efetuados há cerca de...15 minutos...mas como um humano mataria uma súcubo?- Informou um dos policiais que a acompanhava.
- Não foi um humano e soldados celestiais não usam armas de fogo, então...

Samara se deu conta de quem poderia ser e saiu correndo até a sala de vigilância do hotel, sem hesitar, mostrou o distintivo e afirmou aos funcionários:

- Sou a Detetive Monteiro, PDSP, precisamos do registro das câmeras entre 08:30 e 09:10, imediatamente...
- E-eu gostaria de ajudar, mas alguém hackeou os nossos sistemas...
- O Leão de Daemon esteve aqui!
- Quem? Senhorita, espere...

Seus cabelos castanhos com fortes tons de azul nas pontas se esvoaçavam enquanto ela corria até o saguão do hotel, seu rosto foi de branco para vermelho em segundos, pois sabia que havia perdido a oportunidade de deter um de seus inimigos mais perigosos:

- Eu ainda vou te pegar, Leão de Daemon?!

Já a quilômetros do hotel, Ricardo voltava para o seu "apê", até a Srta. Valentín, no auge de sua tristeza e medo, sentar-se na escadaria do seu andar e desmoronar, chorando feito uma criança, Saul Delvecchio, por mais que fosse um assediador inveterado, de fato era como um segundo pai para ela, e esse tipo de sentimento não era fácil de apagar, Rico não conseguiu ter reação alguma, até que os vizinhos foram tentar descobrir a dona do choro, Rico pegou sua jaqueta e escondeu o rosto dela, pois segundo ele:

"Caso contrário, aqueles malditos fofoqueiros fariam da minha vida um inferno."

- Vamo Senhorita Valentin, por favor!- Pediu Rico.
- Me deixe aqui?!
- Qual é? Eu sei que o Delvecchio era como um segundo pai para você, eu... entendo o seu luto, mas temos que entrar, pela sua segurança!

Karollyne olhou para Ricardo, seus olhos estavam cheios d'água, fazia sentido, sua vida foi do céu ao inferno em menos de um dia, o Leão de Daemon não costumava ter empatia pelas pessoas, mas naquele dia foi diferente, ele a levou para casa, onde ela apenas se deitou no sofá e começou à chorar novamente.

Minutos depois, ela adormeceu no sofá, estava toda encolhida, quase em posição fetal, se ficasse ali por muito tempo iria acordar muito mal, vendo isso, Ricardo a levou para a cama, Karol parecia um anjo dormindo, mas roncava como um trator, um nítido sinal de seu esgotamento físico e mental. Rico a deitou na cama, pegou uma manta e a cobriu como se ela fosse uma criança.

O Leão de Daemon e os Sete PecadosOnde histórias criam vida. Descubra agora