O Leão de Daemon e os Sete Pecados

Uma Alma Conflituosa (Parte I)

⚠️ Gatilhômetro: 🟢 2,0/10

Karollyne finalmente acordou, já era dia e ela estava com um pijama de hospital e com ataduras por todo o seu abdômen, sentindo uma dor terrível no local, Ricardo logo apareceu:

- O que aconteceu?- Questionou Karollyne.
- Você foi atingida por um espinho de ouro no abdômen, perdeu muito sangue e desmaiou, Corona tratou de tirar o espinho e a fechou a ferida, mas precisa descansar, Senhorita Valentin!
- Você disse que iria me proteger...
- E eu o fiz... matei Scrooge, cumpri minha parte no acordo!

Depois de ouvir as palavras de Ricardo, Karollyne só foi capaz de ter um pensamento em mente, um único pensamento:

"Como Ricardo pode ser tão cínico?"

Ela não era capaz de entender, e nem quis, pois a raiva era tanta que ela se levantou e deu um forte tapa no rosto de Rico, os olhos dele logo ficaram vermelhos, mas ele nada fez, só ficou em silêncio e deixou que ela falasse:

- Por que você me vendeu para o Scrooge? Por quê?!
- Pareceu ser um negócio vantajoso...
- Ah é?! Então eu quero 50% dos 200 mil que Scrooge te deu!
- E como pretende me pagar?
- Você iria me entregar para o Scrooge e ainda quer falar de pagamento? Você é louco mesmo!
- Certo Srta. Valentin... já que você está insatisfeita com os meus serviços... podemos romper o contrato, você não precisa pagar nada, mas faça suas malas e se vire com os próximos pecados!

Arrogante e orgulhoso, dois traços de Ricardo que Karol nunca havia visto, ou não queria ver, ele sequer parecia se importar com nada, sabia que sem a sua ajuda, Karollyne estava fadada a morte e mesmo assim pouco se importava com tal situação crítica, Karol se sentia uma tola em achar que Ricardo se importava com ela além do dinheiro, e pior, ela fez uma pergunta mais tola ainda:

- Você não tem empatia? Pelo jeito não...
- Acha que alguém que carrega a alma do segundo cavaleiro do apocalipse teria alguma empatia? Não, Senhorita Valentin, não tenho, então decida-se logo, ou eu decidirei por você!

À cada palavra de Rico, Karol ficava mais pasma e revoltada com seu protetor, que de protetor não tinha nada, ao seu ver, ele errou com ela, não pediu desculpas e ainda por cima se achava no direito de pressioná-la a escolher, para o deleite da ironia, mesmo com um profundo sentimento de revolta, ela o obedeceu:

- Está bem, você venceu babaca, eu confiarei em você até encontrarmos o próximo pecado, depois nós nunca mais nos veremos ou faremos negócio, está bom para você, seu desgraçado?
- Ótimo, vou sair...
- Aonde você vai?
- Pensar em como vou resolver isso... você só me deu prejuízo!
- O quê? Você quase me matou e vem dizer que eu te dou prejuízo? Ei, não me deixe falando...- Ricardo abriu a porta e saiu sem dizer uma palavra, mas não não sem antes de trancar aquela porta- ...sozinha!

Naquela hora, a vontade de Karollyne era de estrangular Ricardo até a morte, um desejo que ela jamais havia sentido antes, mesmo que fosse um desejo humanamente impossível de se concretizar, ela pairava em sua mente em fúria. Todavia, ela respirou fundo, decidiu tomar um banho de espuma e abrir o melhor vinho que ele tinha, pois sentia que era um reembolso, após ter quase morrido por causa da ganância de Ricardo, à quem ela carinhosamente se referia como "Desgraçado'.

Ricardo seguiu seu caminho, pegou seu carro e andou pelo bairro da Mooca, um belo bairro de raízes italianas, onde Rico viveu muitos de seus dias, onde ficava seu precioso apê e o lar de seu primeiro amor, ele estacionou próximo a uma das ruas cheias de casas antigas, saiu do carro e foi até uma delas, fazendo a clássica batida de palma no portão, uma senhora o ouviu e abriu a porta, mas a recepção não foi das melhores:

- O que você está fazendo aqui, seu canalha?
- Agradeço o elogio Dona Raquel, mas vim falar com sua filha, não com a senhora!
- Por que você não some da vida da minha filha, demônio? Saia desta casa que não te pertence, Filho de Bellial!
- Daemon, Dona Raquel, Daemon, Belial é o escravocrata do Inferno, eu sou o Leão de Daemon, não tenho nada a ver que esse lixo demoníaco!